Capítulo 24

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Nos dias que se seguiram Rodolffo desejava que chegasse logo o final do dia para regressar a casa.  Ele estava a adorar ter Juliette e Tomás lá em casa, apesar de não ser totalmente como queria que fosse.

O registo de nascimento foi feito e Rodolffo tornou-se oficialmente pai de Tomás.

- Amanhã é o primeiro aniversário do nosso filho.  O que queres fazer?

- Ele ainda é tão pequenino.  Ainda não percebe nada.  Podíamos fazer uma pequena comemoração entre nós e com a Alice.

- É sábado.  Podemos ir passar o final de semana à praia.  Telefona à Alice e pergunta se quer ir connosco para eu reservar o hotel.

Tudo ficou acertado.  Eu reservei 2 quartos de hotel.  Um para mim e outro para as duas e meu filho.  Com sorte ela poderia vir dormir comigo mas não tinha grandes esperanças.

Partimos sábado bem cedo.  Uma hora de viagem e chegámos a uma praia lindíssima.

O hotel estava bem ali junto ao areal.  Não era preciso caminhar muito.  Fizemos o check in e logo voltámos para a areia apanhar um solzinho.  Preferimos as primeiras horas de sol por causa de Tomás.

Eu estava cuidando do meu filho enquanto Juliette e Alice foram ao mar nadar um pouco.

Juliette estava particularmente linda no seu mini biquíni vermelho.  Não consegui desviar o olhar.  Apenas quando elas entraram mar dentro eu dei mais atenção a Tomás.   Pouco depois as duas estavam paradas na beira da àgua a conversar.

- Amiga, dá-lhe uma chance.  Eu sei que tu também gostas dele.

- Eu quero gostar, mas não consigo livrar-me de certas imagens.  Eu sonho com Rodolffo.  Os sonhos até começam bem, mas terminam sempre com ele a violentar-me.

- Talvez precises deixar acontecer para veres que na realidade não é assim.  Quem te violentou foram o Júlio e o Artur, não Rodolffo.  Ele só te quer dar amor.

- Vamos ficar com o Tomás para ele vir à àgua também.

Rodolffo estava deitado na toalha com Tomás deitado no peito dele. Alice e Juliette pararam a apreciar a cena.

- Haverá homem mais amoroso que ele, Juliette?  Olha a cena e o Tomás está a adorar.

- É um paizão.   Isso não tenho como negar.

Às onze horas subiram ais quartos para tomar banho.   Juliette esquentou a sopa que trouxera de casa no microondas que existia num pequeno cómodo ao lado do seu quarto e foi dar ao filho.  Como Tomás adormeceu, pediram o almoço no quarto de Rodolffo e foram comer na varanda.

Quando terminaram, Alice pegou em Tomás e foi descansar.

- Fiquem à vontade.  Eu e o meu afilhado vamos cochilar no outro quarto.

Juliette e Rodolffo passaram para o sofá que estava ao lado da mesa.

Começaram a conversar e Rodolffo foi buscar o presente que tinha comprado para o filho.

Uma linda pulseira gravada com o dia em que ela lhe pediu para ser pai dele.  Comprou também para ela um colar com um coração que abria.  Dentro estava um outro coração com as palavras "te amo".

Juliette olhou para ele com os olhos molhados pelas lágrimas que teimavam em cair e disse:

- Obrigada. Queria tanto poder dizer-te o mesmo sem medo das lembranças.  Eu sonho contigo, mas vêem lembranças ruins logo de seguida.

- Não sou eu nessas lembranças, Juliette.   Eles não te amavam como eu te amo.

Pela primeira vez Rodolffo teve a ousadia de tocar no rosto dela e dar-lhe um selinho.  Sentiu ela tremer e afastou-se.

- Desculpa.  É mais forte que eu.

- Vem cá.  Deita a cabeça aqui no meu colo.  Só quero que sintas o meu toque.  Mais nada.

Juliette fez como ele mandou e ele ficou um longo tempo a acariciar-lhe os cabelos.

- Estou quase a dormir.

- Vem deitar-te na cama.  Estás melhor.  Prometo não fazer nada.

Deitaram-se os dois de frente e Rodolffo fazia carinhos na bochecha dela.  Ela adormeceu e logo de seguida ele adormeceu também. 

Livre para sentir Saudade.Onde histórias criam vida. Descubra agora