Aniversário de Juliette
Acordei cedo e Juliette já não estava a meu lado. Espreitei no quarto de Tomás e ele dormia como um anjinho.
Procurei por toda a casa e fui encontrá-la no cómodo que tínhamos remodelado para ser o seu local de trabalho.
- Bom dia, amor. Já estás a trabalhar, tão cedo? E logo hoje? Muitos parabéns.
Juliette levantou-se para agradecer e trocaram um beijo demorado.
- Tenho um projecto para enviar hoje e preciso terminar. Já estou na parte final. Daqui a pouco estou totalmente disponível para o meu maridinho.
- Acho bom. Tirei o dia para estar contigo e não para te ver trabalhar. Termina logo isso. Vou fazer café e tomar um banho.
- Só vou demorar uns minutos. Espera por mim para o banho - disse ela ao ouvido aproveitando para dar uma mordida.
- Delícia. Vou esperar sim.
Rodolffo foi para a cozinha e quando terminou de preparar tudo foi para o quarto. Juliette esperava por ele com um robe transparente e sem outra peça de roupa.
- Eita! Hoje estás para jogo.
Despiu-se e carregou-a ao colo para debaixo do chuveiro. Passou sabão nas mãos e começou a esfregá-la. Logo estavam entregues à luxúria. Fizeram amor debaixo do chuveiro e correram a secar-se porque Tomás decidiu acordar naquela hora.
Juliette deu-lhe uma chuveirada enquanto Rodolffo foi terminar o café.
- O que queres fazer hoje? Eu gostava de ter feito uma viagem mas nem o meu nem o teu trabalho permitiram.
- Está tudo bem. Estou feliz porque tenho comigo as pessoas que realmente me fazem feliz. Falta a Alice, mas a coitada merece as férias. Atura-nos cada coisa!
- A ti. Eu não dou trabalho nenhum.
Rodolffo levantou-se e foi buscar uma pequena sacola.
- Toma. Presente do Tomás para a mamãe.
Juliette abriu a embalagem e viu uma linda gargantilha de ouro.
- Que linda, amor. Obrigada.
Obrigada bébé da mamãe - disse pegando nele e dando-lhe beijinhos.
Deu um beijo também em Rodolffo.- O meu presente está lá fora. Anda ver. Dá-me o Tomás.
Juliette abriu a porta e no estacionamento em frente estava um carro com um laçarote azul enorme.
- É teu. Está na altura de teres o teu próprio carro. - disse entregando-lhe as chaves.
Juliette pegou nelas e correu a abrir o carro. No banco estava também um enorme buquê de rosas brancas.
Juliette pegou nelas e cheirou ao mesmo tempo que se sentava ao volante.
- Obrigada amor. São tão lindas e cheirosas.
- Tem mais um presente. Deixa sentar o Tomás aí do teu lado.
Com os dois sentados no interior do carro, Rodolffo estava do lado de fora. Retirou do bolso uma caixa de veludo azul, abriu, segurou na mão dela e pediu:
- Casa comigo.
Juliette olhava para ele e sorria.
- Só se for no papel. Nós já somos casados meu amor, mas eu caso as vezes que quiseres. - saiu do carro, deu-lhe um beijo e colocaram as alianças.
Um casal de vizinhos que acabara de sair de casa, parou para presenciar a cena e no final bateram palmas. Juliette envergonhada, escondeu a cara no peito de Rodolffo que a envolveu num abraço.
- Vamos para dentro. Vamos arrumar-nos e vamos passear no carro novo.
Enquanto se arrumava, Rodolffo olhava para Juliette que constantemente estendia a mão na frente dos olhos para apreciar o seu anel e aliança.
- Porque estás sempre a olhá-la? Não gostas?
- Amo. Porque foi um sonho que sempre tive. Não propriamente o casamento, mas um símbolo que o representasse. Quando era adolescente sonhava muito com isto, mas fui perdendo a esperança consoante o tempo passava. Hoje não me falta nada, quer dizer, falta uma coisa.
- O quê? Pede que eu revirarei pedra sobre pedra para achar.
- Outro filho. Um filho teu, fruto do nosso amor e que eu possa cuidar desde o primeiro dia. Eu sou apaixonada pelo Tomás e sei que tu também, mas quero outro.
- Também quero muito e logo havemos de tê-lo connosco. Deus há-de ser generoso e conceder-nos essa graça.
Os dois abraçaram-se e beijaram-se. Depois de prontos pegaram no filho e foram sair para comemorar o aniversário de Juliette.
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Livre para sentir Saudade.
FanfictionSaudade Palavra com um sentido enorme. Sentimento que cabe no peito. Sensação de partida e também chegada. Temos de quem está longe, mas por vezes de quem está perto também. Olhei para trás e conclui que só queria ser livre para sentir Saudade.