A noite com Juliette foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos.
Claro que eu não queria que ela terminasse com um simples até amanhã e obrigado. Depois da nossa caminhada eu queria muito mais, mas mais que ninguém eu sei o limite dela.
Jantar comigo a sós e por fim sair de casa já foi um grande avanço. Eu sei esperar e no tempo certo sei que ela cederá. Sei que não lhe sou indiferente apesar de todos os bloqueios.
Penso que as consultas de psicologia lhe têm feito bem, só não estou muito certo de que a Raquel tenha sido a melhor opção.Raquel vive dando em cima de mim e quando Juliette perceber, se é que não percebeu ainda, deve travá-la.
É um assunto a ver.Eu e Alexandre fizemos a petição ao tribunal para retirar o Tomás da instituição. Dado o historial clinico de Juliette, vai ser difícil que ela consiga a guarda, apesar de provada a maternidade.
Alexandre sugeriu que eu pedisse a guarda. Ele sabe dos meus sentimentos por Juliette e viu aí uma solução, só que a criança deverá viver na minha casa.
Mais um perrengue na minha vida. Eu peço a guarda e Juliette vai achar-me a pior pessoa do mundo. Eu não peço e a criança permanece institucionalizada. Preciso achar a melhor solução.
- Alice! Vem cá.
- Diga doutor.
Contei a Alice a história por trás do Tomás.
- Que alegria que a minha amiga vai ter. Quando vamos buscá-lo? Que idade tem ele?
- Pela data dos acontecimentos deve estar perto de completar um ano.
- Seria bom fazer a festa já com ele aqui.
- Alice! Olha o que eu pensei. Eu acho que a Juliette ainda não está forte o suficiente para cuidar do filho, mas se ela aceitar vir morar aqui, tem o teu apoio durante o dia e o meu de noite.
- E o doutor ficava felicíssimo não é?
- Sabes que sim. De ti não posso esconder. Conto contigo para que ela não me odeie e não pense que eu quero ficar com a criança.
- Conte comigo. Tudo para ver a minha amiga sorrir.
- Vamos ver como lhe vamos contar.
- Seja rápido doutor. Aquele menino merece estar com a mãe o mais depressa possível.
- Convida-a para almoçar contigo aqui, amanhã. Eu vou aparecer a seguir como se não soubesse de nada.
- Deixe comigo. Se depender de mim ela já se mudou de vez para cá, mas precisamos comprar um berço e roupas de bébé.
- Já pensei nisso, mas quero que ela participe de tudo. Não quero que se sinta excluída.
- É isso mesmo. Deixá-la organizar tudo vai ajudar na aceitação. O doutor já conhece o Tomás?
- Não. Só o Alexandre é que o viu. Diz que é um bébé lindo e apesar de tudo, parece que foi bem cuidado.
Começa a retirar as coisas do meu escritório para outro quarto. Quero que eles fiquem ali porque o quarto é grande e tem muita iluminação natural, além de ter banheiro.Alice estava contente com o rumo das coisas. Rodolffo também. Agora era só uma questão de tempo para que a vida de todos caminhasse em paz.
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Livre para sentir Saudade.
FanfictionSaudade Palavra com um sentido enorme. Sentimento que cabe no peito. Sensação de partida e também chegada. Temos de quem está longe, mas por vezes de quem está perto também. Olhei para trás e conclui que só queria ser livre para sentir Saudade.