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MADELYN LAURENT

    Abri meus olhos em meio a um bocejo e olhei ao redor na sala. Estava sozinha. Não sabia o que tinham me dado para tomar, mas tinha plena noção de que dormi por muito tempo. Ou pelo menos parecia. Meu corpo todo ainda doía e poucas coisas de que eu me lembrava antes de pegar no sono era de que Maelle, minha irmã, tinha chegado aqui. Mas as coisas em minha cabeça estavam tão confusas que eu não sabia dizer se tinha realmente acontecido ou se não passava de um sonho. Após Celini cuidar de meu braço o médico realmente veio até aqui, mas apenas disse que eu precisava descansar, e então me deram dois remédios. Não sei para o que eram, apenas os tomei.

Uma das pílulas eu julgava ser algum tipo de calmante, já que adormeci de forma quase que instantânea.

Me sentei com certa dificuldade devido a dor em todo meu corpo e senti como uma ponta em minha nuca, que me arrancou uma careta. Afastei meu cabelo dali sentindo a região meio dolorida e passei meus dedos em cima de algo que parecia ser um curativo. Novamente senti lágrimas se formarem em meus olhos. Não conseguia me lembrar de nada e isso estava me deixando mais do que aflita. Me sentia impotente diante da situação toda.

As lágrimas deslizaram por minhas bochechas e a porta do quarto foi aberta, por onde Maelle entrou com o médico. Ambos me olharam e minha irmã veio até mim, secando as lágrimas quentes que deslizavam por meu rosto.

- Como está se sentindo? — O médico perguntou, me olhando.

- Meu corpo todo dói e eu não consigo me lembrar do que aconteceu. — Falei num sussurro e ele assentiu com a cabeça.

- Você está estável. Já fizemos todos os exames necessários e não há nada com o que se preocupar. — Ele começou falando devagar e quando gesticulava com as mãos. - Essa dor que está sentindo e os machucados em seu corpo são devido a uma queda de uma escada que sofreu.

Assenti com a cabeça lentamente e senti Maelle pegar em minha mão, a apertando de forma leve. Não me lembrava de ter caído, mas isso explicava meu corpo dolorido. Parecia que um caminhão tinha passado por cima de mim.

- Já deve ter percebido algumas alterações em sua memória, como sua irmã e seu namorado nos relataram. — Ele continuou e franzi as sobrancelhas. Não tinha um namorado. - Considerando que a pancada em sua cabeça foi forte isso é normal. Dentro de algumas semanas sua memória deve voltar por completo e as coisas vão ficar menos confusas.

Dessa vez olhei para Maelle. Eu estava totalmente desnorteada e agora tentando não surtar ao saber que tinha perdido a memória. Como isso era possível? O que tinha acontecido?

- Está tudo bem. — Minha irmã me assegurou dando um sorriso para mim e acariciando minha mão.

- Iremos mante-la em observação durante mais um dia, não há motivos para te deixar aqui. Seus sinais vitais estão todos ótimos, não há nada quebrado e nenhuma lesão cerebral ou algo mais grave. — O médico continuou enquanto eu apenas estava a absorver tudo. - É normal que se sinta fraca ou com mais sono do que o normal, as medicações administradas tendem a deixa-lá mais cansada.

Cada palavra que eu ouvia parecia me cansar mais.

- Por que tem um curativo em minha nuca? — Perguntei o olhando e me acomodando melhor na cama.

- Tem um corte em sua nuca, a equipe médica já cuidou disso. Não foi nada grave, apenas 4 pontos para cessar o sangramento. — Ele me garantiu e deu um sorriso. - Para não ter mais surpresas irei adiantar: Você também levou alguns pontos do lado esquerdo da barriga.

E novamente tudo o que consegui fazer foi assentir com a cabeça. Parecia informação demais para ser absorvida de uma só vez. Tinha encontrado respostas para as minhas perguntas, mas ainda estava assustada com o fato da minha suposta perca de memória. Parecia que estava tudo bem. Tinha memórias claras e lúcidas.

traces of love | charles leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora