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CHARLES LECLERC

    Me ajeitei na cadeira extremamente confortável que ainda assim conseguia me deixar desconfortável no ambiente. Cruzei os braços em cima da mesa a minha frente e vi de relance que meu advogado me encarava. Era ridícula toda essa situação.

Ainda não sabia porque estavam achando que eu supostamente tinha algo haver com o acidente de Madelyn. Essa audiência era desnecessária.

Respirei impaciente no meu lugar e a porta da sala finalmente se abriu, por onde adentrou um dos responsáveis pela segurança do hospital onde Madelyn esteve internada e um advogado. Apenas os encarei sem reação alguma. Me sentia extremamente ofendido por estar sendo acusado dessa forma. Nem provas contra mim existia.

- Boa tarde, senhores. — O advogado veio a falar e o cumprimentei apenas com a cabeça. - Para começarmos, gostaria de ouvir o seu lado da história.

Seu olhar era direcionado a mim. Dei um suspiro pesado. Não aguentava mais ter que repetir sempre a mesma história.

- Como eu já disse inúmeras outras vezes: Estava chegando de viagem quando tudo aconteceu. — Repeti não escondendo meu mau humor. - Já encontrei Madelyn inconsciente quando coloquei os pés dentro do apartamento.

- Ela esteve sozinha durante os dias em que esteve fora? — Ele voltou a perguntar.

- Eu espero que sim. — Respondi abrindo um sorriso meio cínico e consegui sentir o olhar de meu advogado em mim. - Ela estava com Leo, nosso cachorro.

- Por que ela estava tão assustada quando viu você? — Dessa vez me mexi de forma desconfortável.

- Não sei. Madelyn estava assustada desde quando abriu seus olhos após os 2 dias apagada. — Respondi os olhando feio. - E honestamente? Eu também estaria assustado no lugar dela.

Cruzei meus braços mantendo meu semblante sério e passei a encarar Thomas, meu advogado. Não queria mais responder perguntas. Estava ficando irritado com toda a situação. Queria ir logo para casa.

- Onde a garota está agora? — O juíz perguntou me olhando. Pensei que fosse óbvio a resposta.

- Ela está com a Maelle. A irmã mais velha. — Vim a responder ainda sem vontade alguma.

- Iremos solicitar o contato da mesma para que a Madelyn esteja presente na próxima audiência. — Ele tornou a falar e o olhei indignado.

Isso não iria acontecer. Madelyn ainda estava aterrorizada e traumatizada com tudo. Não iria deixar que pasasse por mais um episódio como esse. Iria a proteger até onde eu conseguisse e até onde o dinheiro me permitisse.

- Não. Isso não vai acontecer. — Falei atraindo os olhares para mim. - Minha namorada não está em condições psicológicas e emocionais para participar de uma conversa como essa.

- Pensei que fosse piloto e não psicólogo. — Ouvi o responsável direção de segurança do hospital se pronunciar.

- Não preciso ser psicólogo para saber as condições psicológicas em que Madelyn se encontra no momento. Está mais do que evidente. — Falei já me levantando. - E se depender de mim, ela não vai passar por mais um episódio traumático de estresse.

Afrouxei a gravata que estava no colarinho da camiseta e vi Thomas me mandar um olhar feio. Não me importei. Era muito bem pago para fazer o seu serviço, que no momento estava sendo me defender de todas essas acusações.

- Na última semana Madelyn passou por situações de extrema tristeza e estresse pós-traumatico, não se encontra psicologicamente apta para participar de júris, mesmo que sejam fechados. — Thomas finalmente veio a falar e sorri. - Não iremos colocar em risco novamente sua saúde e bem-estar. Caso necessário solicito um laudo comprovando o seu estado de confusão mental.

Passei a olhar para o juíz e em seguida para o segurança do hospital. Era exatamente o mesmo que tinha me interrogado quando Maddy acordou e alegou que eu não era seu namorado.

Maldito.

- Não existem provas contra meu cliente, e eu posso garantir que ele não está envolvido em todo o incidente da garota. — Thomas retornou a falar. - Com a falta de provas e apenas injúrias contra Leclerc eu venho a dizer que o mesmo não tem a obrigação de responder mais pergunta alguma. Até que se prove o contrário ele é um homem inocente.

Olhei Thomas pelo canto dos olhos. Não sabia se estava me defendendo ou tentando queimar meu lado.

- Por falta de provas a audiência de hoje estará sendo encerrada. — O juíz falou e apenas o encarei.

Peguei minha garrafinha de água de cima da mesa e passei a caminhar em direção a saída sem nem olhar para trás. Se verificassem as câmeras de segurança de todos os lugares em que estive veriam que os horários não batem. Não estava mais aguentando tudo isso.

Não tinha motivos para machucar Madelyn. E mesmo que tivesse, não o faria.

Apertei o botão do elevador esperando pelo mesmo subir e ouvi passos atrás de mim. Me virei e encarei Thomas com sua maleta. Não estava muito contente.

- Evite se expor muito para a mídia até que esse processo seja arquivado, não queremos que a situação se agrave. — Ele murmurou.

- Já venho fazendo isso. — Falei e adentramos no elevador. - Madelyn também não está colocando os pés para fora do apartamento.

- Mantenha como está. — Thomas disse e assenti com a cabeça. - Quanto menos atenção chamarmos, melhor.

Poucas pessoas sabiam sobre o que realmente tinha acontecido e o real porquê da minha ausência nas pistas. Minha equipe vendeu que eu havia machucado minha mão na última corrida e estava em processo de recuperação com fisioterapia.

A mídia pareceu ter comprado, o que foi ótimo.

Para manter a normalidade deixei que tomassem conta de vez de todas minhas redes socias e das contas de Madelyn também. Como não estávamos dando as caras juntos há pouco mais 1 mês os rumos e especulações de términos já estavam acontecendo, mas isso era o que menos preocupava no momento.

Tudo o que eu queria era que minha namorada ficasse bem logo, não aguentava a ver na situação em que estava.

Mal podia esperar para chegar em casa e a ver novamente. Sabia que estava bem com os cuidados de Maelle, mas não deixava de me preocupar. Madelyn parecia mais frágil do que o normal e também mais triste com o passar dos dias.

Por mais que quisesse esconder todo o caos talvez uma terapeuta fosse de bom grado e a ajudasse mais.

[...]

oiiiii atualizada mores

traces of love | charles leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora