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MADELYN LAURENT

      Meu cabelo estava preso em um coque mal feito e eu conseguia sentir o sangue escorrendo por minhas costas me deixando um pouco desesperada. Virei-me tentando ver pelo reflexo do espelho do banheiro como estava o curativo em minha nuca, mas não obtive sucesso. Apenas sentia uma dor latejante e medo de mexer. Quando acordei já estava assim, provavelmente dormi de mal jeito ou mexi ali em meu sono.

O que quer que fosse, não me agradava. Maelle não estava no quarto quando despertei e o seu lado na cama continuava perfeitamente arrumando, me fazendo se questionar se ao menos tinha voltado para casa.

Funguei sentindo algumas lágrimas quentes deslizando por minhas bochechas e um nó se formando em minha garganta. Estava me sentindo inútil por não conseguir fazer nada sozinha e não conseguir me lembrar de algumas coisas. Queria enviar uma mensagem para minha irmã, mas estava proibida de fazer o uso de telas. Então tudo o que fiz foi deixar a porta do quarto entreaberta, torcendo para que ela ou até mesmo Charles adentrassem ali.

Honestamente, não sabia nem se Charles estava por aqui. O silêncio absoluto no apartamento me fez pensar isso. Os únicos sons presentes eram os dos ventos fortes lá fora e do meu coração que batia rápido. Estava um pouco assustada.

Meu maior medo era de ter machucado o local dos pontos e precisar retornar para o hospital.

Não queria isso e sabia que Maelle iria me obrigar a ir caso fosse o ocorrido.

Vi a luz do quarto ser acesa pelo reflexo do espelho e me virei para trás no mesmo segundo, logo vendo Charles parado na porta. Estava sem camisa e com o cabelo totalmente bagunçado.

- Ouvi um barulho, está tudo bem com você? — Ele perguntou e sua voz parecia meio fraca. Não sabia se tinha acabado de acordar ou se nem tinha dormido.

Neguei com a cabeça me virando de costas para o mesmo e apontei para o curativo em minha nuca. Não tive coragem de tirar, tudo o que eu sentia era o sangue quente ali.

- Já estava desse jeito quando eu acordei. — Falei e o senti se aproximar de mim.

Charles saiu do banheiro sem dizer nada e voltou segundos depois com as coisas que tinha usado ontem mais cedo para fazer meus curativos.

- Viu tirar o curativo antigo, talvez doa um pouco. — Ele falou e engoli seco o sentindo puxar sem muita força o resto do curativo que estava em minha nuca.

- Onde está a Maelle? — Perguntei abaixando um pouco minha cabeça e lhe dando mais acesso ao corte.

- Estava dormindo na sala e não vi ela chegar, acho que nem chegou a vir para casa. — Ele disse e senti o algodão molhado em minha nuca, já estava limpando o corte.

Fiz uma careta sentindo arder um pouco e me remexi de forma desconfortável, o sentindo me puxar para mais perto novamente. Preferia que Maelle estivesse fazendo isso.

- Acha que ela dormiu com o Max? — Perguntei o sentindo abaixar a gola da minha camiseta e passando o algodão por ali. Provavelmente limpando mais sangue que escorreu.

- Sim, tenho certeza que Max agarraria qualquer oportunidade com a Maelle. — Ele falou e sem que eu pudesse protestar o senti tirar minha camiseta. - Tem sangue no seu cabelo e pelo seu corpo, vamos lavar o cabelo.

- Eu acho que a Maelle é apaixonada pelo Max. — Falei o sentindo abaixar a calça do meu pijama e em seguida se abaixar, para tira-lá dos meus pés.

- E o Max é totalmente apaixonado pela Maelle. — Charles falou e soltou meu cabelo com cuidado. - Deveríamos juntar eles.

- Maelle me disse que tem um namorado. — Resmunguei e o senti me guiar em direção ao box com a mão em minha cintura. - Mas o que os olhos não veem o coração não sente.

Dessa vez senti seu olhar queimar em mim e o encarei pelo vidro da porta do box. Não parecia muito feliz.

- Então ela deveria terminar com o namorado dela, e não trair ele. — Ele falou e apertou minha cintura levemente. - Prefere o chuveiro ou a banheira?

- Chuveiro. — Falei entrando no box e sendo seguida pelo mesmo, que o fechou uma vez que estava ali.

Meus olhos se passaram por todo o banheiro na esperança de captar alguma memória, mas foi totalmente atoa. Parecia apenas mais um lugar.

- Vou lavar seu cabelo e depois saio para você ficar confortável para terminar seu banho. — Ele falou e sua mão alcançou o registro do chuveiro, o abrindo.

Vim a molhar meu cabelo embaixo da água que estava com a temperatura morna e fechei meus olhos. Odiava quando os molhava. Passei a mão por minha cabeça tirando o excesso da água e senti que ainda estava um pouco dolorida. Estava com um galo do lado direito. Gostaria de saber o que exatamente tinha acontecendo.

Vi Charles pegar meu shampoo e colocou um pouco em sua mão, passando por meu cabelo em seguida.

- Se eu mexer muito sua cabeça e doer me avisa. — Ele falou e começou a movimentar seus dedos por meu couro cabeludo, parecia saber o que estava fazendo, como se já tivesse feito isso antes.

Apenas fiquei parada encarando a minha parede a minha frente enquanto abraçava meu próprio corpo. Acho que nunca me senti tão venerável dessa forma a ponto de depender de outras pessoas para me ajudarem com coisas básicas. Ainda mal conseguia me mexer direito e os hematomas em meu corpo estavam doloridos.

Inclinei minha cabeça para trás o ajudando a tirar a espuma do shampoo e fechei meus olhos novamente. Não queria os molhar.

- Que horas são? — Perguntei o vendo pegar meu condicionador. Odiava não ter noção alguma do tempo.

- Não passa das 06h da manhã, vai ter que secar o cabelo também, ou vai acabar ficando gripada. — Ele disse e passou o condicionador pelas pontas do meu cabelo, massageando meus fios.

- Tudo bem. — Respondi alcançando o frasco de sabonete líquido e espirrando um pouco em minha mão, em seguida passando por meus braços.

- Precisa de ajuda com mais alguma coisa além do cabelo? — Ele perguntou enquanto ainda massageava meu cabelo.

Neguei com a cabeça sentindo a água voltar a cair em mim a medida que Charles ia tirando o creme condicionante de meus fios. Talvez depois precisasse de ajuda para secar. 

- Poderia apenas abrir meu sutiã antes de sair? — Perguntei sentindo minhas bochechas ganharem um pouco de cor.

Senti a mão de Charles no fecho o meu sutiã e em seguida deslizou as alcinhas pelo meu braço. Pude ouvir o suspiro pesado que ele deu ao tirar a peça do meu corpo.

- Vou esperar do lado de fora, qualquer coisa me chame. — Ele falou e saiu do box, deixando meu sutiã em cima da pia.

Ouvi a porta se fechar e vim a tirar a calcinha do meu corpo, colocando meu corpo bem embaixo da cascata de água do chuveiro. Meus olhos se fecharam e voltei a abraçar meu corpo, como se dessa forma fosse encontrar algum tipo de conforto.

[...]

oiiiiii

nosso amigo charles alerternando entre ser assim 🥰💖 e assim 👺💥

traces of love | charles leclerc Onde histórias criam vida. Descubra agora