62 part.2

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- Melissa 🎀

Me assusto com o barulho da garrafinha de água que a Mariana derrubou e olho para que ela põe a mão no peito dizendo que está sem ar, avisto algumas médicas dos postinho correr até ela e a ajudar sentar na cadeira.

Mari : Não dá - disse ofegante quando a médica falou para ela controlar a respiração - Não consigo - começou a chorar e fui até ela e a abraçei ouvindo seu choro.

- Fica tranquila Mari, ta tudo bem - fiz um carinho nas costas dela que se afastou um pouco negando - O kaique tá bem, eles já estão voltando - fechei os olhos e respirei fundo - Ele não vai querer chegar aqui e ver você assim pô.

Mari : Ele não tá bem - tentou levantar e não deixei - Eu tô sentindo isso, ele não tá bem Mel - me abraçou novamente, olhei para a enfermeira e pedi a ela um copo de água.

- Não fala isso - pego o copo de água e entrego para ela que bebe um pouco - Kaique se gaba muito quando se trata de missão e essas coisas, certeza que eles ja terminou e estão vindo pra cá, ou pode ser que estão no baile procurando pela gente - ela me olhou.

Mari : Ele já teria ligado - disse baixo - Ou ter mandado mensagem boladão xingando todo mundo - sorri fraco - E não tem nada - mostrou a tela do iPhone.

- Você falou com ele hoje? - a mesma assentiu - Eu não vejo ele tem uns dias, e a gente mal tava se falando por mensagem - dei de ombros.

Mari : Ele tava sem tempo até pra respirar - disse se acalmando aos poucos - Quase não vi ele em casa, acho que o mesmo não sabe nem o que é um celular mais - sorri fraco.

Viemos aqui porque passei mal durante o baile, acho que todo nervosismo me afetou muito. Sem contar que a Mariana também não está bem, teve algumas crises de ansiedade mas o bn estava com ela na hora e ajudou. Porém ele teve que sair as pressas com o th e fiquei na responsabilidade dela até seus pais chegar.

- Quer comer alguma coisa? - ela negou - tem certeza? - a mesma assentiu e levantei - Vou ver se tem algum lugar perto e aberto pra comprar algo - ela concordou - Não vou demorar.

Saio do postinho e caminho em passos largos, quanto antes eu voltasse, melhor seria para a Mari. E graças a Deus encontro uma pequena lanchonete aberta, chego no estabelecimento e peço duas coxinhas e um refrigerante pequeno. Escoro no balcão e cruzo os braços com os pensamentos indo longe...

Acho que se me perguntarem o que é mais difícil pra mim, minha resposta seria; ser mulher de envolvido! A angústia e o medo acaba com o psicológico da gente. Até por que não é algo fácil, uma hora posso está com ele e em outro momento não, e sendo sincera, esse é um dos meus maiores medo.

Entendo a Mariana, por dentro meu estado é o mesmo que o dela, as dúvidas e as incerteza nos cercam e nos deixam atordoada. A cada segundo minha mente se enche de perguntas; ele tá bem? Já acabou? Se machucou? Levou um tiro? Ou até mesmo, se está vivo...Essas são perguntas que na maioria das vezes não se tem resposta, e a nossa solução é apenas sentar e esperar.

E isso nos mata por dentro, porque não podemos fazer absolutamente nada. E esperar não a melhor solução, esperar não vai resolver e muito menos ajudar. Mas também não adianta e nem posso reclamar, foi um lado da minha vida que eu escolhi, ele foi o cara por quem eu me apaixonei. E no fim, é só tentar aprender a lidar com tudo isso, porém, descobri que nunca aprendo.

Xxx : Moça? - sai dos meus pensamentos com a atendente chamando a minha atenção - Tudo bem? - assenti limpando algumas lágrimas do rosto e peguei a sacolinha deixando o dinheiro em cima do balcão.

No complexo do Alemão 2Onde histórias criam vida. Descubra agora