7 - capítulo

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Um homem gordo e muito feio a guardava dentro do carro. Ele fumava um cigarro bastante fedorento, que Freen sentiu a necessidade de tampar o nariz, mas evitou. Olhou em direção da porta, e os dois homens bloqueavam a saída. A situação de sua roupa estava lastimável. Tinha trocado a blusa branca melada de café, sempre deixava uma blusa reserva em sua bolsa, infelizmente, não tinha mais nenhuma outra blusa para substituir essa que estava toda suja. O seu joelho estava com um machucado feio que sangrava, e ardia. As suas mãos também não foram salvas. Isso que dava tentar amortecer o peso do corpo com as mãos.

Percebendo que estava divagando quando a sua vida estava em jogo, concentrou-se na situação que se encontrava. Um fio de esperança latejava em seu peito. Se eles tinham pretensão de mata-la, o carro não ficaria no mesmo local certo? Certo. Já a teriam levado para algum lugar de desova.

Ou será que era um assalto? Mas assaltantes eram rápidos, geralmente roubavam e iam embora. Será que era sequestro relâmpago? Não... O carro estaria rodando se fosse. E se fosse estupro?

— Freen. É um prazer conhece-la. — o homem disse com um sorriso amarelo.

— Como sabe o meu nome? — ela franziu o cenho, preocupada.

O homem riu.

— Eu sei muita coisa sobre você. Por exemplo: onde mora, onde trabalha e que creche deixa a sua filha todas as manhas... Florence o nome dela, não é mesmo? — ele falava calmamente. Freen ao contrário dele, estava aterrorizada. Bastou mencionar o nome de sua filha que o seu coração aumentou as batidas. Poderiam fazer tudo com ela, menos com a sua filha. — O seu pai que me contou.

Com o nome do seu pai pronunciado, Freen soube rapidamente que era uma dívida. Joe Chankimha era um compulsivo em dívidas, quanto mais tinha, mais as queriam. Não sabia o que ele fazia para ter tantas dívidas, já que vivia numa casa bastante humilde no subúrbio.

— O que o meu pai fez agora? — perguntou sem rodeios.

— Ele está me devendo dez mil reais e eu quero que você me pague, de preferência até amanhã. — o homem disse a olhando firmemente.

Freen teve uma crise de riso. Em sua conta, se tivesse dez reais era muito. Imagina dez mil reais?

— Poderia me contar qual é a graça?

— Eu não tenho esse dinheiro. — Freen falou aos risos, depois limpou as lágrimas dos seus olhos. — Desculpe-me, não posso ajuda-lo.

O homem terminou de fumar o seu cigarro, mas colocou a bituca na boca e começou a mastiga-la. Muito nojento, limpeza não devia ser o forte dele.

— Freen, você não entendeu bem a situação: Eu quero o dinheiro e você vai me dá. — a olhou bem dentro dos olhos. — Não me importo se tenha o dinheiro ou não, dê um jeito, consiga. Porque se não conseguir esse dinheiro até amanhã, tenho certeza que você vai se importar e muito com o que vai acontecer com a pequena Florence. — ao terminar de falar, ele afastou o seu blazer, mostrando o cano do revólver. — Você entendeu bem?

Hoje, com certeza, não era o seu dia. E também era o teste para o seu coração. Estava mais do que confirmado que tinha o coração forte. Os seus batimentos cardíacos reduziram o suficiente para que Freen sentisse a circulação em cada dos seus vasos. O medo deixou as suas estranhas frias. O desconhecido tinha acabado de ameaçar matar a sua filha!

— Sim. — respondeu num sussurro.

— Ótimo. Amanhã neste mesmo horário, neste mesmo local. E se não vier, pode esquecer que um dia teve uma filha. — ele bateu na porta do carro, e os homens abriram a porta para ela sair. — Ah, Freen... — ela virou-se para ele. — Se pensar em ao menos fugir, aconselho a pensar melhor sobre, os meus homens estão vigiando os seus passos. — ele piscou. — Até amanhã.

Freen saiu do carro, mas ficou parada no meio fio. As suas pernas estavam trêmulas demais para sustentar o peso do seu corpo, por isto, quando o carro finalmente foi embora, ela sentou-se na calçada. Os seus pensamentos estavam á mil. O que iria fazer? Não tinha crédito no banco, um empréstimo desse preço nunca que seria concedido. Não tinha também nenhum amigo rico, a sua família também não tinha esse dinheiro. Sua mãe deveria está se remoendo no caixão por culpa do seu pai.

Colocou as mãos no rosto e ficou pensando numa solução para o seu problema. Acabou chorando de medo e de angustia. Se alguma coisa acontecesse com a sua princesinha, era capaz de morrer junto. As poucas pessoas que passavam pela rua, devia achar que ela era uma bêbada.

Ficou tanto tempo naquela rua que se esqueceu do seu trabalho. Quando o seu celular tocou, e atendeu automaticamente, escutou a voz de Elisa furiosa.

— Eu nunca me importei sobre a vida pessoal dos meus empregados, até porque nunca influenciou em minha vida e no funcionamento da clínica e SPA. Mas, você está se tornando uma grande exceção. Onde você está? E o que aconteceu para não está de volta ao trabalho? Se em dez minutos você não chegar, Freen. Juro por Deus que estará no olho da rua! — e desligou.

Freen ficou olhando o seu celular. A Elisa achava-se a dona do estabelecimento, jurava que era uma Rebecca da vida. Mas faltava muito, muito mesmo.

Ao pensar o nome de Rebecca, foi como uma luz tivesse acendido em seu cérebro. Claro! Já sabia onde arranjaria o dinheiro. Levantou-se, ignorou a dor do seu joelho e correu para o trabalho. Ao entrar, os clientes e os funcionários a olharam com curiosidade, parecia uma mendiga.

Os olhos de Elisa quase pularam fora das órbitas ao ver o seu estado.

— Mas o que...

Freen não esperou que ela terminasse de falar. Passou por ela e foi em direção à área privada do recinto, com Elisa ao seu encalce, falando descontroladamente. Não se preocupou em bater na porta, a abriu de supetão.

— Eu aceito. — gritou.

......... 


Sorry a demora amores, estava ocupada!

Faz De Conta! { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora