O jantar tinha se encerrado muito antes do que imaginado. Rawee e Jacob saíram para desfrutar a noite. Amanda tinha sumido, mas pela maneira que estava soltando fogos pelas ventas, deveria ter ido para o quarto ou qualquer lugar que pudesse extrair o seu mau humor. Irin foi para a sala de cinema. Rebecca foi para o quarto, estava cansada, não tinha descansado desde que chegou de viagem e suas costas estavam pedindo arrego. E Freen foi preparar uma mamadeira para Florence que ainda estava dormindo. A empregada queria ajuda-la, mas a dispensou com educação, não queria causar nenhum incomodo.
Fez o mingau de sua filha e colocou na mamadeira, depois lavou a louça que sujou. Teve um pouco de dificuldade de encontrar algumas coisas naquela cozinha ampla e espaçosa, mas felizmente, conseguiu.
Estava muito cansada. E se fosse assim todos os dias que permanecesse nessa casa? Não era uma pessoa paciente, iria explodir com a Amanda e não iria demorar muito.
Pegou a mamadeira que já estava morna e quase morreu do coração ao se virar. O Richard estava bem atrás de si com os olhos frios e um copo de uísque na mão. Olhou para os lados, não queria ficar sozinha com ele, mas infelizmente, não tinha ninguém.
— O que você está fazendo aqui? — ele falou baixo, mas sua voz estava trêmula. — Descobriu onde eu morava, seduziu a minha irmã e veio para infernizar a minha vida?
Freen franziu o cenho.
— Óbvio que não. Não sabia que Rebecca era a sua irmã e muito menos tenho a pretensão de infernizar a sua vida, o que aconteceu foi uma surpresa do destino.
— De muito mau gosto! — Richard coçou a barba. — Eu não queria vê-la nunca mais.
— Muito menos eu. — Freen retrucou.
— E essa menina? A tal da Florence?
— O que tem a minha filha? Não a coloque no meio desta história. Ela é apenas a minha filha, só minha! — Freen esbravejou na defensiva.
— Quem é o pai dessa criança? — ele ignorou.
Freen olhou para o Richard... Não tinha nenhum sentimento para com ele. Nem negativo e muito menos positivo. Era um ninguém para ela.
— Você sabe muito bem quem é o pai. — ela respondeu friamente.
Richard deu uma risadinha quase histérica, depois esmurrou com força o balcão, assustando a Freen que deu um passo para trás, mas ele foi mais rápido e a segurou pela mandíbula. Ela arfou de dor quando os dedos magros apertaram os ossos de sua mandíbula, fazendo-a abrir a boca.
— Você contou a Rebecca sobre isso? — perguntou perto demais, dava pra sentir o hálito de bebida. — Responda! — gritou.
— Não! — Freen respondeu com dificuldade, os seus olhos enchendo-se de lágrimas por conta da dor.
Ele a analisou bem. Depois de uns segundos que foram anos para a Freen, a soltou. Ela esfregou as suas bochechas a dor indo aliviando aos poucos.
— Se você contar alguma coisa, juro que eu a mato! Ouviu bem? — apontou o dedo para ela.
— Sim!
Freen não esperou mais, passou por Richard e foi em direção do quarto praticamente correndo. O seu coração estava aos pulos. Antes de entrar no quarto, limpou os olhos e respirou fundo. Abriu a porta e deparou-se com Rebecca sentada na cama com os olhos fixos em Florence.
— Ela acordou? — Freen perguntou ao fechar a porta e se aproximar. Odiou por sua voz ter saído trêmula.
Rebecca a olhou.
— Não. Ainda está dormindo... O que aconteceu com o seu rosto? — se levantou e tocou as bochechas de Freen.
Freen respirou fundo, obrigando-se a manter sóbria, sem nenhuma lágrima de choro.
— Não sei, acho que algum bichinho mordeu, não sei. Ás vezes fico assim, com algumas partes avermelhadas.
Rebecca a olhou por alguns segundos, depois subiu a mão e acariciou os cabelos sedosos de Freen... Amava a textura dos cabelos dela, amava o perfume dela e também os olhos. Freen estremeceu com o toque, mas não tirou os olhos de Rebecca.
— Quero me desculpar por hoje mais cedo. Eu não devia ter agido como uma mulher incoerente, não vai mais acontecer. — Rebecca disse baixinho sem parar de acariciar os cabelos da morena. — E também quero pedi desculpa pela Amanda. Foi extremamente desagradável o que aconteceu hoje no jantar.
Era a primeira vez que Rebecca pedia desculpa por boa vontade, como era a primeira vez também que a tocava assim com carinho, sem ter ninguém por perto para fingir. Como poderia ficar chateada diante dos olhos tão pidões e toques tão gentis?
— Tudo bem... — Freen murmurou, na bola mágica que era estar encantada por Rebecca.
— Você não foi paga para isso... — Rebecca suspirou. — Prometo que amanhã será um dia muito melhor. Ok?
Droga. Ela tinha estragado o encanto novamente! Mas não podia culpa-la. Estava fingindo que tinham um relacionamento. Não era verdade, era tudo uma farsa.
Freen apenas balançou a cabeça em positivo.
— Prometo que também não irei tocá-la sem que a minha família estiver por perto, foi muito indevido o meu comportamento, não se preocupe, não irá mais acontecer. — dito isso, Rebecca deu um beijo na testa de Freen. — Podemos ser amigas, não é?
Freen não gostou nada disso, mas o que poderia dizer? Que queria que fossem mais que amigas? Que fizessem sexo? Que tentassem um relacionamento de verdade e saíssem do faz de conta? Por Deus! Fazia apenas um dia que estava "convivendo" com Rebecca e já sonhava com algo á mais. Isso era loucura.
— Claro.
Rebecca deu mais um sorriso e foi para o banheiro. Enquanto, Freen... Foi cuidar de Florence...
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Relaxem amores, o Richard não é o pai da Florence!
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Faz De Conta! { FreenBecky }
Storie d'amoreQuando a renomada empresária Rebecca Armstrong recebeu uma ligação de sua mãe no meio da manhã, não poderia ter notícia pior: Festa em família. Que contaria com a presença de sua ex que nunca superou com o seu irmão trairá que roubou o amor de sua...