150 - capítulo

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Preparem os corações hein! 



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Um quarto com paredes brancas poderia ser enlouquecedor. Principalmente quando passava maior parte do tempo olhando para elas. O menos ruim era que também dava para pensar sobre muitas coisas. Mente vazia oficina do diabo. E o diabo pode ser muito influenciador quando se dá espaço para ele.

Bem, Amanda não tinha muitas opções, então... Escutava cada vozinha sussurrada em seus ouvidos, dando-lhe ideias e reforçando as antigas. Esperou pacientemente nesses cinco meses, passou-se por louca.

Não era louca. Quase ficou louca na convivência das outras. Aquilo era um inferno! Mas se fosse pensar direitinho, era melhor estar em um manicômio do que em uma penitenciária, a fuga era mais facilitada. Bastava ter um pouco de inteligência e paciência.

Escutou o barulho do portão velho sendo aberto. Era hora da medicação. Levantou-se de sua cama e ficou atrás da porta. Estava em um quarto individual porque achavam que ela poderia representar perigo para outras pacientes. Eles estavam certos. Porém, estavam equivocadas em uma coisa: Não seria perigosa apenas para as pacientes, mas os funcionários também. Amanda estava nua, tinha rasgado a sua camisola e a tornado em um pedaço de pano para ter o efeito desejado.

— Amanda. Hora do medicamento. — a enfermeira avisou ao abrir a porta do seu quarto e entrou.

A enfermeira era uma mulher rechonchuda e muito mal humorada que sempre enfiava os remédios garganta a baixo dos pacientes. Amanda a odiava, por tanto, não seria um desserviço tão grande assim, faria um favor para sociedade.

— Droga! A va/dia fugiu! — a enfermeira exclamou quando olhou para a cômoda vazio, antes mesmo de se virar e alarmar foi atacada por Amanda.

A camisola se enrolou no pescoço da enfermeira e foi apertada com força. Amanda pendurou-se nas costas dela, enquanto, apertava firme a camisola. A enfermeira se debatia e tentava se livrar, só que não conseguiu. Aparentemente, Amanda estava com uma força demoníaca. O esperado aconteceu e a enfermeira caiu no chão quando o ar não estava mais se fazendo presente em seu organismo.

Amanda se machucou com a queda. Sentiu a dorzinha em seu pé que nunca ficou totalmente bom depois da cirurgia. Precisava ser rápida. Pegou o cartão de acesso, e vasculhou os bolsos da enfermeira. Uma carteira com dinheiro, um celular e uma chave de carro. Ótimo. Depois tirou-lhe a roupa e vestiu, colocou um travesseiro para similar a barriga saliente da enfermeira e calçou os sapatos. Escondeu os cabelos na toca. Até colocou uma máscara.

Saiu do quarto e fechou a porta. O corredor estava vazio como esperado. Eram noite, então, somente os profissionais que vagavam nesse horário. Tinha contato todas as noites quantos eram: Apenas quatro. Dois enfermeiros e dois vigias.

Passou sorrateiramente por um enfermeiro que estava fumando no jardim. Os guardas assistiam futebol na pequena televisão. Amanda liberou a sua saída com o cartão e passou por eles. Acionou o botão da chave do carro e o carro acionou.

— Ei, Lourdes. Aonde vai? — um guarda perguntou.

Amanda ficou gelada. Mas não perdeu a compostura. Olhou-o sob ombro e fez a voz afetada da enfermeira.

— Vou comprar cigarros. — pelo mau cheiro de fumaça que a enfermeira exalava, era bem nítido que fumava.

— Não demore, está bem? Aproveita e passa na MC Donald's. Estou muito a fim de comer um hambúrguer.

Amanda apenas acenou e foi para o carro. Tentou andar normalmente e sem mancar, mas era quase impossível. Finalmente entrou no carro e respirou aliviada. Tirou o celular do bolso e discou o número tão conhecido.

— Alô? — a voz de Rebecca atendeu, parecia que estava rindo de alguma coisa. No fundo, dava para escutar a voz de Freen e a risada da buldogue da Florence.

— Boa noite, senhorita Armstrong. Sou Beatriz Asus, representante da Vult, sei que você tem um SPA, gostaria de marcar um encontro para lhe mostrar os meus produtos. — Amanda fez uma voz fina, irritante, quase estrangulada. — Tem interesse?

— Oh sim... Tenho.

— Podemos marcar o nosso encontro para hoje mesmo? Ou amanhã de manhã?

— Hoje não posso. Estou em um hotel-fazenda com a minha família. — Rebecca começou. — Não trabalho aos domingos. Poderia ser na segunda?

— Hotel-fazenda? Poderia ir aí...

— Não. — a loira cortou. — Não misturo trabalho nos meus momentos familiares. Estarei disponível na segunda. Passe em meu SPA no horário da tarde, se possível. Obrigada. — desligou.

Amanda respirou fundo e dramaticamente. Hotel-fazenda era muito vago... Colocou a cabeça para raciocinar. Então, lembrou-se que na época que observava a Freen, ela estava num relacionamento com Cheryl, irmã do Christian que tinha um hotel-fazenda. Será que era o mesmo?

Sabia o nome do hotel-fazenda, porque levantou toda a informação sobre a Cheryl. Jogou o nome no Google e buscou o telefone. Ligou para o hotel. A recepcionada atendeu.

— Boa tarde, quer dizer boa noite... — Amanda riu. Olhou no relógio, era seis e meia. — Gostaria de falar com Rebecca Armstrong, por favor.

— Só um minuto que irei transferir a ligação para ela...

Amanda desligou com um enorme sorriso. Era esperta demais. Ligou o carro e deu partida...

Faz De Conta! { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora