15 - capítulo

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Freen estava encantada com o sorriso de Rebecca. E em duas horas de viagem, a loira tinha sorrido bastante, só para deixa-la com o coração mais encantado. As duas ainda estavam conversando, tinham compartilhados algumas informações que seria de total importância para a semana.

Nem tinha percebido o tempo passar. Olhou em seu relógio de pulso, e já era quase meio dia e meia. O seu estômago roncou de fome, olhou para trás, a Florence estava dormindo, tinha dado o seu travesseiro favorito e ela o abraçava docemente. A sua filha era mesmo uma princesa muito linda.

Voltou a olhar pra frente. Estavam quase saindo do Rio Grande do Norte para entrar na Paraíba quando um odor não muito agradável invadiu o carro.

As duas se entre-olharam, mas a Rebecca torceu o nariz.

— Eu sei que temos necessidades, mas você bem que podia segurar um pouco. — Rebecca retrucou.

Freen olhou para ela como se não tivesse acreditado no que tinha escutado.

— Tá de palhaçada? — perguntou irritada. — Esse cheiro significa que temos que parar porque a fralda da Florence está cheia.

— Ah, mesmo? — Rebecca arregalou os olhos e riu. — Eu pensei que você tinha soltado um pum.

— Fracamente! Você não sabe mesmo de criança. — Freen falou com exasperação.

— Não sei mesmo, nunca tive filho e nenhum contato á mais com qualquer criança.

— Percebe-se. Terá uma semana para aprender a arte de criar uma criança. — Freen sorriu ao terminar de falar.

Rebecca estremeceu com a possibilidade de ter que ficar muito tempo com a menina. Não que ela fosse irritante, até agora, Florence não tinha feito nada demais, além de incensar o carro.

— Eu vou parar no próximo restaurante, assim você a troca e aproveitamos para almoçar. Tudo bem?

— Perfeito.

O estômago de Freen quase rasgou a sua barriga e saiu de tanta felicidade ao escutar isso. Não tinha colocado lanche na bolsa, apenas as coisas de Florence: suquinhos e papinhas.

Rebecca parou o carro no estacionamento do restaurante. Não era extremamente chique, mas aconchegante. Para Freen estava ótimo, mas tinha dúvidas sobre o que a outra pensava do recinto.

Freen tirou o cinto e saiu do carro. Depois, abriu a porta traseira. Florence ainda dormia. Não querendo acordá-la, a soltou da cadeirinha e a pegou nos braços. Deitou a cabecinha dela em seu ombro, e depois se esticou para pegar a bolsa, sentia em seu braço o peso da fralda, estava realmente cheia.

Encontrou Rebecca parada na frente do carro.

— Você vai ao banheiro trocar a Florence, e eu vou olhar o cardápio. Certo?

A morena apenas balançou a cabeça e foi para o banheiro.

Depois de ter trocado a Florence, voltou para o restaurante. A sua filha já estava acordada e reclamava de fome. Encontrou Rebecca sentada numa mesa tomando uma água tônica com bastante limão e gelo.

— Não sabia o que você queria, então, pedi uma jarra de suco de laranja, para você e a bebê. Algum problema?

Freen sorriu, e ficou feliz por ela ter pensado também em sua filha.

— Não. Eu acho ótimo. — respondeu ainda sorrindo. Recebeu um olhar significativo de Rebecca.

— Pedi frango cubano. É bom, gostoso e tem verduras como acompanhamento. Não sei muito bem o que você dá para a Florence no almoço, mas achei mais saudável. — Rebecca disse dando um gole em sua água tônica.

Uau. A forma mais fácil de chegar num coração de uma mulher que é mãe... É se preocupando e tendo cuidado com o seu filho. E Rebecca estava fazendo as duas coisas. No início, achou que ela não tinha gostado da Florence, pela maneira aterrorizada que a pegou na primeira vez, depois o pequeno surto no carro. Mas, talvez, Freen estivesse equivocada.

Não conseguiu evitar que um suspiro saísse dos seus lábios.

— Perfeito.

Rebecca a olhou... Os olhos castanhos encontraram com os olhos mel. Sustentaram o olhar sem nem ao menos piscar. Os seus olhos diziam o quanto estavam encantadas uma com a outra por motivos distintos, mas confirmando algo que foi instantâneo desde o primeiro dia que se falaram: Existia uma tensão sexual gritante. Tão gritante que mandava arrepios para os seus corpos e fazia com que o mundo ao redor sumisse e ficassem apenas as duas, e os seus olhares expressivos.

Porém, o momento foi distraído quando Florence pegou um garfo e atirou longe. Por reflexo, Freen segurou a mão da filha.

— Não! — disse para filha a olhando séria.

Florence fez uma carinha de choro pela reclamação, mas não chorou. O garçom que estava próximo pegou o garfo do chão, Freen murmurou um obrigado para ele.

— Ela vai ser uma grande jogadora de beisebol. Adora tacar as coisas. — Rebecca brincou.

— Tenho que ficar de olho nela. O meu celular quase foi para a UTI depois de uma arremessada certeira na parede, semana passada. — Freen disse, e deu um beijo na cabecinha da filha.

Rebecca ficou observando as duas. Mãe e filha eram idênticas, as diferenças eram os olhos e as bochechas.

— Por isso que não tenho filhos. Não teria paciência de cria-los.

Foi a vez de Freen a observar.

— É por isso que nunca casou e pensou em construir uma família?

Rebecca segurou o seu copo e ficou mexendo o gelo e o limão, por um breve momento seu olhar ficou perdido no liquido transparecendo, a morena achou que ela não iria mais responder, quando os seus olhos se encontraram.

— Pensei em casar uma vez. Ela era uma mulher muito especial e me fez querer tudo que antes nunca pensei que queria. — os olhos de Rebecca estavam mais escuros. — Mas não deu muito certo. A vida tinha um plano diferente para nós, e hoje... Estou aqui, pagando uma funcionária para ser a minha namorada. Mas por hora, está valendo a pena. — e piscou.

Freen não sabia se ficava lisonjeada ou ofendida pelo último comentário, mas decidiu relevar... Não tinha porque ficar tão geniosa com Rebecca, o problema é que a mulher com uma única palavra, já acendia uma chama de raiva dentro de si. Não podia ser rude com a Armstrong, principalmente na frente da família dela. Foi por Rebecca que tinha conseguido pagar a dívida do pai, e tirou tanto a sua vida, como da Florence de perigo.

Percebeu que não tinha tanta importância assim o "por hora".

Alguns clientes olhavam em direção da mesa delas, alguns, até sorriam em busca de uma paquerada bem sucedida, porém, não eram capazes de atrair a atenção delas.

Florence batia as mãozinhas na mesa, e falava o que ninguém entendia. Estava pedindo comida. Felizmente, não demorou muito para chegar. Elas almoçaram tranquilamente. Demorou mais um pouco, porque foi preciso a Freen alimentar a filha, para depois almoçar. Rebecca pagou a conta e voltaram para o carro... Estavam mais próximas de Recife, e uma expectativa às invadia.

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Cheguei amores ❤

Faz De Conta! { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora