O divórcio saiu. Amanda não era mais uma Armstrong, os seus ex-sogros não tinham mais obrigações de mantê-la em sua casa. Tinha recebido uma pequena indenização pela traição do seu marido, mas não muito... Nunca mais em toda a sua existência, iria casar sem divisão de bens.
Ela escolheu o preto. O preto caia muito bem em si, combinava com a cor de sua alma. A única coisa que dava cor aquela figura era o batom avermelhado. Iria passar uns dias de preto para demonstrar que se importava e estava de luto pelo fim do seu divórcio. Coisa que não era verdade, mas a propaganda era a alma do negócio.
Preparou-se psicologicamente quando o seu advogado ligou, informando do divórcio.
— Agora que o seu divórcio saiu, e Rebecca e Freen estão devidamente arruinadas. Você deveria voltar para São Paulo comigo. Casaríamos e seríamos muito felizes. — Stefan convidou com um sorriso apaixonado, acariciando o pescoço da mesma.
Amanda o olhou seriamente. Não estava preparada para deixar os Armstrong. Nunca se acostumaria em sair daquela casa, de ter todas as mordomias que modesta á parte, o Tom não podia suprir todas. Desvencilhou dele.
— Não. Ainda não é o momento. — disse, passando um pouco de pó de arroz no rosto.
— E qual seria o momento? — Stefan perguntou contrariado.
Amanda virou-se para ele.
— No momento que eu achar. Não me pressione. Não gosto disso. Ainda sinto que não acabou que tem mais coisas para ser feitas!
— Como o que? — Stefan questionou.
— Tudo! — M se irritou. — Por que está me questionando? A sua obrigação era pra sempre estar ao meu lado sem questionar as minhas decisões. Se não consegue fazer isso, é melhor ir embora, pois aqui você não é bem vindo!
Se encararam por uns segundos, então, Amanda saiu do quarto. Stefan preocupou-se, aquele olhar de Amanda não era saudável, era quase como se tivesse perdido o equilíbrio psicológico. Antes, a ajudou porque sentiu maior barato, mas tudo tinha limites e estava começando a achar que ela não tinha.
Amanda alisou o seu vestido preto e desceu as escadas. Essa sensação de que não tinha acabado estava dentro de si, queria ir atrás de Rebecca agora que estava oficialmente solteira, mas sabia que não seria bem recebida. Não estava pronta para partir, tinha que ficar até que o dano se tornasse irreversível. Aí sim. Iria embora.
Encontrou os seus ex sogros na sala. Pensou em algo bem triste... A morte dos seus pais, e os seus olhos marejaram. Fungou alto, chamando atenção dos dois, e fingiu limpar os olhos, passando reto... Mas como previsto, foi chamada por Rawee.
— Amanda, querida... Você está bem?
A morena respirou fundo antes de vira-se para eles. Fez uma expressão muito triste.
— Estou... Não... É que... — abaixou os olhos.
Rawee e Jacob ficaram preocupados.
— O que querida? — Rawee estimulou.
— É que o meu divórcio saiu. — Amanda aproximou-se e sentou-se de frente para eles, fingindo constrangimento.
— Sinto muito. — Jacob disse.
— É... Realmente sentimos muito. — Rawee murmurou com um sorriso amável.
Por um momento, quase que a farsa de Amanda foi por terra. Eles não sentiam nada! Podia jurar que no fundo estavam aliviados por ela não fazer mais parte da família. Os olhou bem. Era um bando de hipócritas!
— Acredite... Eu mais. — Amanda fungou. — E agora eu... — calou-se, mordendo o lábio inferior, atraindo atenção deles.
— E agora o que? — Rawee encorajou sem parar de olhá-la.
— É que... Nada... Deixem pra lá. — Amanda foi se levantando.
Jacob ergueu uma mão num pedido para que ela ficasse.
— Amanda. O que a incomoda? Pode falar conosco. — ele a encorajou.
Amanda fingiu envergonha-se. Encolheu os ombros e fez uma posição frágil. Sabia que isso sempre ganhava os corações moles dos seus ex-sogros.
— Eu não tenho para onde ir. — choramingou, torceu as mãos no vestido. — Eu sabia que o meu divórcio iria sair, mas nunca me preparei de fato. Acho que no fundo sempre tive a ilusão de que tudo voltaria ao normal... — abaixou os olhos e limpou uma lágrima.
— Você pode ficar aqui conosco. — Rawee ofereceu, dando uma rápida olhada no marido, que deu uma balançada de cabeça em positivo.
Amanda fingiu surpresa.
— Não! Vocês não tem mais nenhuma obrigação para comigo. Eu não sou mais a nora de vocês. Vou procurar um hotel barato que seja acessível para o meu dinheiro... — foi interrompida.
— Não podemos deixa-la morando em um hotel. Fique conosco, sei que não somos mais nada de você, mas a consideramos. Pode ficar até se estabelecer. Não tem pressa. — Rawee disse com carinho.
— É Amanda. Só porque se separou do Richard, não significa que essa não seja também a sua casa. Fique á vontade. Fique o tempo que achar necessário. — Jacob reafirmou com seriedade.
Algumas lágrimas caíram dos olhos de Amanda. Ela se levantou e deu um abraço coletivo neles, agradecendo assiduamente pelo acolhimento. Depois voltou para o seu quarto, o seu amante não estava nele... O procurou em seu quarto, Stefan estava polindo a sua arma. A olhou assim que entrou, mas voltou a prestar atenção em sua arma.
— Existe alguma possibilidade de falsificarmos o testamento dos Armstrong? — Amanda sentou-se na poltrona, o olhando.
Stefan levantou a cabeça, franzindo o cenho.
— Isso é possível. Mas acredito que os meus tios tem muito anos de vida pela frente e outra, certamente, eles não colocariam nada em seu nome.
— Vida... O que é vida pra você? Vida pra mim é uma caixinha de surpresa que no outro dia pode acarretar em morte. — deu um sorriso malvado. — Nunca sabemos quando a morte bate na porta. E outra, claro que não será no meu nome. Será no seu. Se torna mais aceitável. Colocamos uma pequena porcentagem ou bens para os irmãos para tampar o buraco, a maior parte fica pra você. Assim não fica tão estranho.
— Você teria coragem de matar por dinheiro? — Stefan perguntou um pouco receoso.
Amanda deu um sorriso de lado.
— Claro. Você não sabe o que sou capaz de fazer por dinheiro. — respondeu suavemente, jogou os cabelos para trás. — Então? O que acha da alteração do atestado?
Stefan percebeu que não sentia mais muita vontade de ajudar a Amanda. Parecia tudo perigoso demais. Ela estava se afundando em um jogo em que provavelmente não poderia jogar. Mas não podia abandoná-la.
— É um bom plano. Mas provavelmente o testamente está no cofre dos meus tios e não sabemos a senha.
— Eu tenho alguns dias nessa casa. Quem sabe até meses, é o tempo que temos para descobrimos e trocarmos. Então, nos livramos da Rawee e Jacob, e os irmãos ficam com uma lixaria e nós... Luxando eternamente. — deu um sorriso aberto.
Stefan forçou um sorriso. Não estava na mesma vibe que ela. Porém, fingiu. Fingir com a Amanda era um bom negócio...
Amanda mantinha o sorriso para o Stefan. Não iria contar os seus planos totalmente. Até porque se o mesmo soubesse deles, não iria querer ajuda-la. E ela o precisava bem juntinho. Aliás, precisava de um idiota para culpar quando tudo fosse a ruina...
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Faz De Conta! { FreenBecky }
RomanceQuando a renomada empresária Rebecca Armstrong recebeu uma ligação de sua mãe no meio da manhã, não poderia ter notícia pior: Festa em família. Que contaria com a presença de sua ex que nunca superou com o seu irmão trairá que roubou o amor de sua...