144 - capítulo

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Amanda era... Digamos uma mulher de muita sorte. O acidente de carro lhe fez fraturar três costelas, o fêmur, teve uma fratura exposta no pé que foi preciso muitas horas de cirurgia. Praticamente, refazê-lo todo. O bom sinal que ela ainda iria andar, o péssimo sinal é que ficaria com uma cicatriz horrenda. Ah, e ela também deslocou o ombro, e teve uma fratura craniana leve.

Porém, ainda estava viva. Que mulher sortuda.

Estava em um quarto isolado. O detetive ainda não veio recolher o seu depoimento sobre a noite, mas era bem claro: Ficaria detida, tinha muitas provas contra ela, não poderia deixa-la ir embora. Amanda era perigosa, e os dois policiais que estava na porta, estavam bem cientes disso. Não sabiam se ela estava trabalhando sozinha, ou, se tinha algum cumplice. Ainda tinha uma grande lacuna nessa estória: Como a Amanda conseguiu ficar tantos meses sem ser percebida?

Simples: Ela era muito boa no que fazia. Algumas perucas e máscaras também ajudaram. A sua conta na suíça com um nome falso também. Assim, poderia estar sempre perto e com dinheiro.

Ela tinha despertado. Gemeu em lamento ao se ver na situação que se encontrava: Cheia de gesso em todo canto, pinos, e dores. Tentou esticar o braço para chamar a enfermeira porque estava com muita dor e precisava de medicação, mas não conseguiu. Abriu a boca para chamar os policiais, mas a sua garganta estava seca demais e a única coisa que produziu foi uma tosse seca.

— Difícil né? — a voz no canto da parede chamou a sua atenção. Olhou para o lado e arregalou os olhos ao ver que era a Rebecca.

A loira estava bem arrumada, como sempre. Rebecca estava indo para o seu trabalho quando se deu conta de algumas coisas. Precisava falar com a Amanda, aproximou-se da cama e deu um sorriso sarcástico.

— Lembro muito bem á duas noites atrás quando eu estava no leito e você me drogou. Disse aquelas coisas absurdas que sempre faz questão de pronunciar e depois sumiu como se nada tivesse acontecido. Parece que o jogo mudou.

Amanda sentiu medo de que a loira fizesse alguma coisa contra ela. Estava indefesa, não conseguia mover nem um músculo.

Rebecca entendeu aquele olhar de pânico.

— Não se preocupe. Não farei nada á você. Mas poderei fazer se você abrir á boca contra a minha irmã e o Joss. —  se aproximou, ficando bem de frente para Amanda. Rosto com rosto. — Quando for questionada sobre o acidente, você dirá que se jogou em cima do carro porque percebeu que estava sendo enrascada e preferia á morte à prisão.

Pensando direitinho. A Irin e Joss ficariam em maus lençóis se a Amanda abrisse a boca e dissesse que foi atropelada propositalmente. E Rebecca não iria permitir que ninguém mais de sua família sofresse por conta da imbecil da Amanda.

Amanda balançou a cabeça em negativo.

— Não vou fazer isso. — a voz saiu bem sussurrada.

Rebecca sentiu raiva. Olhou para á porta, os policiais estavam bem entretidos conversando com duas enfermeiras. Pareciam que estavam flertando. No movimentando rápido, socou o baixo ventre de Amanda que gemeu alto de dor e chorou. Ela tinha passado por uma cirurgia lá também para conter uma hemorragia interna, rapidamente as gases que estavam branquinhas ficaram avermelhadas.

Amanda não conseguia respirar de tamanha dor. Parece que os seus pontos foram estourados.

Rebecca a olhou nos olhos. Não tinha nenhuma emoção e muito menos remorso neles. Estavam frios. Duas bolas castanhas frias.

— Você vai fazer isso. Por que eu quero e estou ordenando. — a voz de Rebecca era quase mortal. — Porque se você não o fizer... Vai conhecer o meu lado muito mal, sempre fui muito boazinha com você, Amanda. Mas te juro que não sentirei nenhum peso na consciência em pagar uma prisioneira ou qualquer outra pessoa para acabar com a sua vida. Aliás, rata sempre tem que ser aniquilada. —  sussurrou no ouvido dela. — Brinque comigo ou tente me desafiar que estará assinando a sua sentencia de morte. Estamos conversadas? — voltou a olhá-la nos olhos.

Amanda tremia muito, de dor, de raiva, e para a sua surpresa: de medo. Nunca tinha visto a Rebecca daquela forma, tão má, ácida e mortal. Temeu por sua vida, percebeu que era a indefesa da estória. Não tinha ninguém para ajuda-la, era o seu fim.

— Sim... —  respondeu com a voz muito fina.

— Ótimo. É um imenso prazer fazer negócio com você. — Rebecca sorriu e ajeitou a bolsa em seu ombro. — Nunca mais se aproxime de minha família novamente. Nem se quer pense neles. O meu aviso já está dando.

A loira saiu do quarto sentindo-se uma nova mulher. Estava mais tranquila porque a Amanda era página riscada em sua vida, e por saber que tinha aliviado também o rosto de sua irmã. Não suportaria ver a Irin presa.

— Ela acordou. — Rebecca informou às enfermeiras que flertavam com os policiais. — Ela tentou se levantar, aconselhei que não, mas mesmo assim tentou... Eu juro que vi o curativo ficando vermelho.

A enfermeira revirou os olhos.

— Odeio cuidar dessas prisioneiras. Sempre teimosas. Obrigada, vou olhá-la...

Rebecca apenas meneou a cabeça, e foi embora para o seu trabalho. Tinha a sensação de que poderia viver em paz...

Faz De Conta! { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora