Uma idéia maluca surgiu na cabeça de Rebecca... Poderia ser que fosse rejeitada, mas iria pagar para ver. Era uma noite especial para Freen. Não deveria passar em branco. Uma simples comemoração. Já que a Cheryl estava descartada, achava muito difícil que ela se recuperasse do efeito do remédio, não pelas próximas horas. Tinha que admitir que foi bem astuto de sua parte.
Enquanto, andava pela Carmem Delicatessen em busca dos produtos. Não demorou muito. Fez as compras, e jogou dentro do carro. Sabia onde a Freen morava, tinha o endereço, o seu irmão que lhe passou. Não sabia que seria bem recebida, estava indo sem ser convidada.
Mas queria desfrutar um pouco da companhia da Freen, mesmo que não desse em nada. Mas só o fato de estar ao lado da morena, fazia a sua alma se iluminar.
Desejando fervorosamente que a sua noite terminasse com um sabor menos amargo e mais doce, ignorou o medo e também o nervosismo e tocou a campainha. Enquanto, esperava, passou a mão no cabelo, o ajeitando. Respirou fundo diversas vezes em busca de um pouco de auto-controle.
E a porta se abriu... Viu a surpresa de Freen, provavelmente isso ela não esperava. Estava linda vestida com aquele pijama com estampa do Piu-Piu. Poderia até ser infantil, mas a forma que os seios molduravam bem no rosto do Piu-Piu tornava bem sexy.
— Assim que você foi embora, fiquei pensando... Por que comer miojo se pode comer fondue de queijo? — a loira sorriu charmosa, levantando á sacola de compras.
A surpresa de Freen aumentou mais ainda. Primeiro: Não sabia que a Rebecca sabia o seu endereço. Segundo: Nunca imaginou que a mesma se preocuparia com a sua refeição. Terceiro: Parecia aquela a loira no qual se apaixonou meses atrás.
— Posso entrar? — perguntou um pouco insegura, mas sem perder o sorriso.
Não era uma boa idéia. O seu consciente gritou. Não era mesmo uma boa idéia, principalmente porque o seu coração estava batendo altíssimo dentro do seu peito. Freen sabia que não deveria deixar a Rebecca entrar, mas por tanto, não podia dizer não. Bem no fundo, não queria dizer não. Então, afastou-se dando espaço para a loira.
— Pode. — respondeu, assim que a loira passou, fechou á porta. — Eu não a esperava.
Rebecca olhou á casa. Era simples, uma decoração bonita e suave. Aconchegante. Retirou os sapatos, e caminhou até o tapete do sofá. Soltou as compras em cima do centro, e sentou-se sob os calcanhares.
— Quis fazer uma surpresa, espero que não tenha sido inoportuna. — a loira falou, já retirando o aparelho de fondue.
— Não foi. — falou. — Eu vou buscar um fósforo. — foi para a cozinha.
— Aproveita e traz também duas taças. Comprei o seu vinho favorito. — falou mais alto para ser escutada.
Freen mordeu o lábio inferior ao entrar na cozinha. Fondue de queijo, seu vinho favorito e a presença de Rebecca, iriam ferrar com o seu psicológico. Respirou fundo, não precisava perder o controle. Pegou o fósforo e também as taças, voltou para á sala. Seja consciente sempre. Avisou á si mesmo.
Rebecca já tinha arrumado tudo. O queijo já estava no aparelho, faltava apenas liga-lo. Em pequenas travessas de porcelana tinha: Milho em conserva, picles, salsichas pequenas, cogumelos, tomates cereja, medalhões, salame e pequenas torradinhas.
— Você vai amar essas torradinhas. Derretem na boca com o queijo ficará uma loucura. — informou ao olhá-la.
— Tenho certeza que sim. — Freen sentou ao lado de Rebecca, e lhe deu o fósforo, colocou as taças em cima do tapete.
Rebecca pegou o fósforo, os seus dedos se tocaram, e a corrente elétrica tão costumeira as fizeram estremecer. Entreolharam-se com intensidade, não foram capazes de separar os seus dedos um dos outros. Freen olhou para a boca de Rebecca e sentiu á vontade desflorando dentro de si, estava com muita saudade daquela boquinha que lhe causava tantas sensações e querer. A loira ofegou diante de aquele olhar em sua boca, umedeceu os lábios. Estava á um movimento de beijar a morena, porém, Freen voltou á si e pigarreou.
— Cadê o vinho? — perguntou ao se afastar um pouco. Sentia os seus batimentos cardíacos acelerados.
— Aqui. — a loira voltou a si, e pegou a garrafa, lhe dando.
Desta vez, não teve contato dos dedos. Freen tomou cuidado para que isso não acontecesse. Não saberia do que seria capaz se tocasse novamente em Rebecca, mesmo que fosse suavemente. A loira tinha o poder de acender um vulcão dentro de si que só era controlado quando fosse saciada. Estava com medo que isso acontecesse. Melhor era socializar sem contato. Abriu a rosca do vinho, e encheu uma taça, ficou um pouco em dúvida sobre encher a outra taça. Não que se importasse, mas a Rebecca estava grávida...
— Você vai beber também? — Freen perguntou.
— Sim. — respondeu com os olhos fixos no aparelho de fondue, tinha colocado os queijos e estava mexendo para derretê-los.
— Você pode beber? — a morena estava com o cenho franzido, sem tirar os olhos da loira.
— Uma taça não faz mal, a minha obstetra liberou uma taça, no máximo, duas. — informou distraída na fondue.
— Você estava tendo problema com placenta baixa, acha que é uma boa idéia beber? — perguntou preocupada. Não queria se preocupar, mas... Era maior do que ela.
Rebecca parou de mexer os queijos e olhou para Freen, aparentemente surpresa e também muito feliz. De novo, a esperança enchendo o seu peito e lhe dando a certeza que não tinha acabado a história de amor.
— Você está preocupada comigo? Com o meu bebê? — perguntou sem contar o sorriso.
Freen ficou sem jeito. Na realidade, não sabia muito bem como estava se sentindo em relação à gravidez de Rebecca. Antes, sentia muita raiva, mas desde essa noite que tinha se topado com a loira que os seus sentimentos estavam uma enorme bagunça.
— Precavida. — respondeu um tanto seca.
Rebecca deu um suspiro. O cheiro do fondue estava perfumando o ambiente.
— Álcool não influência com o meu problema de placenta baixa. Estou fazendo acompanhamento médico, e minha placenta praticamente está em seu lugar. Não á nada mais tão preocupante. Minha obstetra me liberou para no máximo duas taças de vinho. Eu que estou evitando, mas acho que esse momento pede. É um momento especial. — falou sem triar os olhos da Freen.
A morena engoliu em seco. Sentindo um friozinho em suas entranhas.
— É um momento especial? Por quê?
— Porque estamos aqui desfrutando a companhia uma da outra... E também comemorando um momento tão importante em sua vida, como a realização do seu sonho. Não podia deixar passar em branco. Sei que não contribui para isso acontecer, mas me sinto feliz por estar aqui com você, hoje, pelo simples prazer de estar junto. — se inclinou e encheu a sua taça de vinho. Entregou uma taça pra Freen, e segurou á sua no alto. — Por tanto, quero fazer um brinde... Á você, uma mulher de garra que não abaixa a cabeça diante da dificuldade. Uma lutadora. Que o sucesso esteja presente sempre em sua vida, a minha maior alegria é saber que você está bem e feliz. — a loira disse com sinceridade.
Freen se sentiu mexida com as palavras de Rebecca. Um sorriso sincero brotou dos seus lábios, ergueu a sua taça e bateu suavemente na taça da loira. E assim brindaram. Depois de um gole de vinho, o estômago de Freen roncou alto. Ela sorriu envergonhada.
— Acho que alguém aqui está querendo ser alimentado... — a morena gracejou.
— Não seja por isso. O queijo está no ponto, basta desfrutar desse banquete feito especialmente para você. — piscou. Então, olhou em volta. — Cadê a minha fadinha?
— Dormindo. — Freen deu mais um gole de vinho. — Se ela estivesse acordada e escutasse a sua voz, ficaria louca.
A loira sorriu.
— Ela é louca por mim.
Freen concordou com a cabeça, e completou em pensamento: Não é apenas a Florence que é louca por você...
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Faz De Conta! { FreenBecky }
RomanceQuando a renomada empresária Rebecca Armstrong recebeu uma ligação de sua mãe no meio da manhã, não poderia ter notícia pior: Festa em família. Que contaria com a presença de sua ex que nunca superou com o seu irmão trairá que roubou o amor de sua...