152 - capítulo

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O clima no hotel-fazenda era de puro terror. Os hóspedes e os funcionários estavam horrorizados com a cena que presenciaram. As ambulâncias chegaram e os primeiros socorros foram prestados. Teriam que correr contra o tempo para que Rebecca e Freen chegassem vivas no hospital em Recife. Infelizmente, o único hospital de lá não tinha suporte para atender alta complexidade.

Na hora de ir embora, houve um impasse porque os irmãos queria ir na ambulância com Rebecca e só podia um. Irin sentou-se e não saiu para nada. Não tinha tempo para perder com essas bobagens, a sua irmã estava entre a vida e a morte. O seu sobrinho também. A bolsa de Rebecca tinha estourado. E o medo era que o bebê entrasse em sofrimento fetal.

A loira estava com balão de oxigênio. Apesar de ter feito uma pressão no ferimento, ainda sangrava, a medicação não estava coagulando o sangue. E estava ficando cada vez mais roxa. Precisava urgentemente ir para o bloco cirúrgico. Ou ela e o bebê não sobreviveriam.

Irin segurou a mão de sua irmã. Estava toda melada de sangue e chorava muito. Pedia baixinho para que a Rebecca sobrevivesse, não iria suportar perde-la. Amava demais a sua irmã, não aguentaria um mundo sem ela.

— Aguente firme. — Irin murmurou para a irmã. — Por mim, por seu filho e por Freen. Por favor, aguente firme.

No meio do caminho, Rebecca teve uma parada cardíaca para o desespero de Irin. Os profissionais agiram rapidamente e pediram para a Irin ficar calma. A enfermeira fez uma massagem cardíaca com ventilação, quando viu que não estava dando certo, foi preciso usar um desfibrilador.

Primeiro choque... Nada. O monitor continuou zerado. Aumentaram os volts. Segundo choque... Nada. A enfermeira e o médico se entre-olharam. Irin percebeu aquele olhar, ficou mais desesperada ainda.

Limpou as lágrimas e murmurou no ouvido da irmã:

— Escute aqui sua va/dia! Se você ousar morrer por conta daquela pira/nha da Amanda, juro que faço o ritual mais macabro do mundo, mas lhe trago de volta a vida e lhe mato! Vamos!

A equipe se entre-olhou novamente. Que mulher mais bizarra.

— Recarregar. — a enfermeira gritou. — Afaste-se. — pediu para Irin. Ela se afastou.

Terceiro choque... Nada também. A equipe ficaram desolados, tinham perdido a paciência. Com o olhar, Irin soube. Ela gritou e começou a esmurrar o peito de Rebecca, eles tentaram afastá-la, mas a mais nova gritava desesperada o não. Em um golpe foi bem certeiro no coração, e milagrosamente o monitor apitou.

— Temos batimentos... — a médica gritou.

Irin afastou-se surpresa e também muito feliz. Não sabia se sorria ou chorava, tinha mais uma chance com sua irmã.

Enquanto isso, na outra ambulância... O Christian acompanhava a Freen. Estava com muito medo que a morena não sobrevivesse, não saberia cuidar da Florence sozinho sem ajuda dela. A pressão arterial de Freen estava sendo um problema, estava intercalando entre alta e baixa em questão de segundos. Os medicamentos não estavam fazendo efeitos.

A equipe não sabia a profundidade da faca, ou onde estava localizada. Se estava próxima do coração ou não, qualquer movimento em falso poderia fazer com que a faca se deslocasse e fosse fatal.

Freen gemia de dor, e foi preciso sedá-la. Era horrível que isso tivesse acontecendo com uma mulher tão boa quanto a morena. Como a Amanda saiu do manicômio? Será que não teriam um momento de paz?

Christian olhou pela janela. A ambulância estava muito rápida, e para a sua felicidade já estavam se aproximando de Recife. Para sua infelicidade, o quadro clínico de Freen começou a piorar e muito. Os sinais vitais estavam caindo e a equipe lutava para estabilizá-la. Foi difícil, e por um momento o Christian achou que perderia a mãe de sua filha, mas a Freen reagiu.

Finalmente, chegaram ao hospital. Uma equipe já os aguardava, inclusive, a obstetra de Rebecca estava no recinto. Irin e Christian foram barrados. Não podiam entrar no bloco cirúrgico. Atrás, chegou o Richard com o carro. Cheryl ficou no hotel-fazenda cuidando da Florence. Alguém precisava fazer isso. Mas, amanhã iria vir para Recife.

— Iremos ligar para os nossos pais? — Richard perguntou para Irin.

Ela balançou a cabeça em negativa.

— Não. — fungou. Ainda estava melada de sangue, mas estava em choque. — Os nossos pais devem está na Ásia nesse momento. Não quero que fiquem preocupados. Rebecca e Freen vão sair dessa. Eu sei que vão.

— Eles ficaram furiosos quando souberem de tudo. — Richard disse.

— Que fiquem. Ao menos, as duas estarão vivas. — Irin deu de ombros.

Christian abraçou o Richard, estava desconsolado. Não se tinha muito o que fazer... Só esperar...

Faz De Conta! { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora