56 - capítulo

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O encontro com o Christian foi tranquilo. Ele foi muito amável e também gentil. Nenhum momento a pressionou para falar sobre a Florence, esperou o tempo de Freen e isso agradou demais a morena. Quem mantinha os olhos ciumentos sobre os dois era o Richard que desde que chegaram que estava calado. Isso gerou um desconforto, mas que foi rapidamente esquecido quando o assunto chegou: Florence.

Christian ficou maravilhado ao ver a foto da menina no celular de Freen. Os seus olhos lacrimejaram, e uma emoção tomou conta dele.

— Oh meu Deus. Ela é a cara da minha avó e consequentemente, a minha também! — Christian informou com um sorriso. — Olha os olhos... Olha esse queixo! E essas bochechas? Estou abobalhado. —  tocou no braço de Freen, recebendo um olhar ciumento do Richard. — Desculpe-me querida, mas até o cabelo é o meu!

Freen riu. Realmente. A Florence tinha muito traços dele. Mais do que seus. Isso tinha tornado a sua filha tão maravilhosa, tinha os pais lindos.

— Ela realmente se parece com você. — Freen tomou um gole do seu suco. — Mas em caso de duvida ou confirmação, podemos fazer o exame de DNA.

Richard concordou, mas o Christian não.

— Querida. Você dormiu com outro homem além de mim naquela época? — Christian perguntou, olhando-a nos olhos.

— Não.

— Aí está a resposta. Ela é minha filha. Os traços não negam e acredito em você.

Freen meneou a cabeça e sorriu pelo voto de confiança. Mas era a verdade, não tinha dormido com homem nenhum. Nem antes e nem depois do Christian.

— Eu acho que é precipitado, você não acha? — Richard interviu.

— Não acho. Quando você tiver um filho, vai sentir a mesma sensação que eu e saberá. Um pai sempre sabe quando o filho é seu. — Christian retrucou, mas voltou a sorrir para Freen. — Quando posso conhecê-la? Quero pegá-la nos braços, dá muito abraço, beijo e recuperar o tempo perdido!

— Eu quero deixar um ponto bem esclarecido para futuramente não haver nenhuma dúvida.

— Claro, querida. — Christian concordou atencioso.

— Eu aprecio muito a sua iniciativa para conhecer a Florence. O admiro isso. Muitos não se importam nenhum pouco com os seus filhos, e não fazem questão de conhecê-los. —  respirou fundo. — Acho muito importante para o desenvolvimento da Florence, a presença de um pai, embora que amor nunca faltou para ela. Sempre fui sua mãe e também o seu pai. Estou feliz por ela ter a oportunidade de conhecê-lo. Mas você sabe que eu moro em Natal, e estou apenas uma temporada aqui. Permitirei que fique o tempo que quiser com a Florence, que a visite, porém, não a tente tirar de mim porque não irei permitir.

Christian arregalou os olhos.

— Não minha querida. Nunca pensei em tirá-la de você. Também não pensei na possibilidade de pedi a guarda de Florence. Vou registrá-la como pai, e também farei parte de sua vida. Sei também que mora em Natal, e também considerei isso. Podemos entrar em um acordo, não me importo de me locomover para Natal nos finais de semanas para ver a minha filha. Eu sei que cuida bem da minha menina. — Christian sorriu.

Freen sentiu-se aliviada. O seu maior medo era perder a sua filha.

— O que você acha de conhecê-la amanhã? Pode ir até a mansão dos pais do Richard. Assim, você passa o dia com ela. — Freen propôs sorrindo, esquecendo-se completamente do caso de Christian e Richard, e também da Amanda.

Richard ficou tenso. Como ela podia fazer um convite daquele? Passou um olhar para o Christian. Como estavam muito tempo juntos, eles se conheciam pelo olhar. Christian considerou, mas não acatou o pedido. Passou muitos anos fazendo apenas o que o Richard queria no relacionamento. Isso o levou para alguma coisa? Não. Submisso apenas na cama, por que fora dela, não!

— Adoraria. — respondeu com um sorriso. Richard quase caiu da cadeira ao escutá-lo.

— Maravilhoso. — Freen sorriu. — Umas dez horas, pode ser?

— Sim.

Freen balançou a cabeça em positivo, e começou a contar para o Christian sobre a Florence. O moreno ficou muito abobalhado com tudo que soube. O Richard não estava no mesmo pique. Depois de um tempo, finalmente a conversa parecia ter se encerrado.

— Eu vou espera-lo no carro. — Freen anunciou depois que se despediu do Christian com dois beijinhos e foi para o estacionamento.

— Aonde você quer chegar com isso? — Richard perguntou ao Christian assim que Freen se afastou.

Ele franziu o cenho.

— Em canto nenhum.

— Como você aceita ir à minha casa sabendo que a minha esposa se encontra nela?

Christian respirou fundo e balançou a cabeça em negativa. Estava demorando para que o seu querido amado se tornasse um babaca.

— Você percebeu o que aconteceu aqui? Eu tenho uma filha, Richard. Uma filha! Uma menina linda e perfeitinha. Eu sempre quis ter uma, e Deus me presenteou com a Florence. Não deixarei que o seu egoísmo e egocentrismo estrague isso. Estou indo á sua casa para conhecer a minha filha, nenhum momento pensei em você e em sua adorada esposa. Apenas em mim e minha filha. — se levantou para ir embora, mas o Richard o segurou pelo braço. Ele se soltou. — Me solta! — e foi saindo.

Richard respirou fundo. Soltou algumas notas em cima da mesa e saiu. Observou o Christian caminhando pelo calçadão da praia, e foi para o seu carro. Freen já esperava dentro.

— Desculpe-me pelo convite. Eu esqueci completamente do seu caso com o Chris, só queria que ele conhecesse a Florence e interagisse com ela. Fiquei empolgada. — Freen comentou com uma pequena careta.

Poderia gritar com a Freen. Também xingar. Mas... Não fez. Ligou o seu celular, e várias mensagens chegaram, estranhou por ser a Rebecca e sua família. Escutou a mensagem de voz. Deu um longo suspiro.

— O que foi? — quis saber a Freen.

— Nada. Melhor irmos embora. — e ligou o carro.

Freen meneou a cabeça e ficou olhando para fora. Se não tivesse uma vida em Natal, o Recife seria o segundo lugar que escolheria para viver. Fosse pensar bem... Que vida que tinha em Natal? Nenhuma. A sua única família era o seu pai, que só aparecia quando precisava. Não tinha amigas. Mas foi o lugar que ela nasceu... Tinha um trabalho. E também tinha a Rebecca, agora. Que era sua namorada e sua chefe.

O caminho de volta, foi silencioso. Cada um preso em seu pensamento. O celular de Freen estava descarregado. Já estava escurecendo. Estava feliz por ir ao boteco com a Rebecca. Aproveitar a noite. Namorar bastante. Curtir um momento juntas.

Richard adentrou com o carro na residência. Mal estacionou o carro quando a porta se abriu de vez e ele foi puxando para fora com tanta violência que o cinto quebrou-se. Freen gritou amedrontada quando o Richard foi arremessado com força em cima do capô do carro e Rebecca estava em cima dele aos gritos. Irin e Rawee tentava tirar a Rebecca de cima do irmão.

O que era isso? A mulher Hulk?

— O QUE VOCÊ ESTAVA FAZENDO COM A MINHA MULHER? FALA NOJENTO! FALA OU EU TE MATO! — Rebecca gritava e batia o corpo do Richard algumas vezes no capô.

Ela parecia que estava com uma força sobrenatural. Sua fisionomia estava enlouquecida. Os gritos eram generalizados. Ninguém entendia nada. Richard tentava se soltar, mas por incrível que pareça, não conseguia. Irin recebeu uma mãozada no rosto que a fez cambalear para trás. Rawee ficou horrorizada, não sabia se ajudava o Richard ou Irin.

Freen soltou o cinto do carro. O seu rosto estava pálido e assustado. Saiu do carro, e ficou olhando, sem saber o que fazia. Rebecca gritava todos os tipos de palavrões imagináveis. Pateticamente, o Richard começou a chorar.

— Rebecca? — Freen chamou em voz fraca, mas se arrependeu quando toda a atenção da loira foi pra ela.

Rebecca avançou pra cima dela e a morena engoliu a seco ao ver... A loira parecia um cachorro raivoso. Pensou que a Rebecca fosse batê-la, mas a loira a pegou pelo braço e arrastou para o quarto...




O bichoooo vai pegaaar! Boa noite amores! 🙌

Faz De Conta! { FreenBecky }Onde histórias criam vida. Descubra agora