-Acorda! -é o que Kate grita depois de me dar um tapa no rosto.
Me sentia exausta, fraca e com fome.
-Vamos fazer um chamada de vídeo pra mostrar como eu te cuido bem ao seus namoradinhos? Eles estão ansiosos pra te ver... -ela fala- Se você falar algo pra eles, ele te espanca.
O som de ligação é audível, até que ela abre um sorriso falso e faz um "Oi" com as mãos pra câmera.
Kate aponta o celular no meu rosto, o flash me cegava já que eu estava acostumada com o breu daquele cômodo.
-Ela tá pálida, porra! Quando eu te achar sua puta carente... Eu vou te matar com minhas próprias mãos. -Caleb esbraveja pelo celular e eu escuto.
-Caleb, não vem! Ela vai matar vo... -o homem tampa minha boca antes que eu pudesse terminar.
-Viu ela tá viva, agora trás o dinheiro que eu solto ela, fácil assim. -Kate fala e desliga a ligação.
A mulher me olhava com nojo.
-Eu te avisei. -ela diz e faz um sinal.
O homem me dá um soco no rosto, depois me dá outro me fazendo gritar.
Baixo a cabeça, me sentia tonta pela pancada.
-Amanhã será um dia memorável pra você Lana, um eterno luto. -ela diz e eu entendo que amanhã Caleb e Simon virão.
Ele aperta meu pescoço e tira uma lâmina do bolso, uma faca afiada.
-São tão ingênuos, acham que eu quero dinheiro... -ela ri- Eles conseguiram se comunicar comigo mesmo que não tenha sinal aqui... Até que eles prestam pra alguma coisa.
Kate puxa meu cabelo e chega ao meu ouvido para dizer algo.
-Caleb é bem gostoso, como será que ele é na cama? -ela provoca.
-Isso é algo que você jamais vai poder saber. -respondo e ela puxa mais forte meu cabelo.
-Será Lana?
-Convenhamos Kate, dificilmente um homem vai querer comer lixo... -digo e Kate vira minha cabeça para olhar os seus olhos.
-Então porque será que esse homem que está aqui conosco me pediu essa noite sozinho com você, sua imunda? -ela diz rindo- E só por esse seu comentário de agora, eu permiti a ele.
-Não! Isso não! -falo chorando.
-Tenham uma boa noite, eu vou pedir comida de um restaurante com classe, enquanto você Lana, vai ficar aqui comendo mofo das paredes.
Ela sai rindo e fecha a porta. Kate desceu o nível até mesmo como mulher, totalmente desumana.
Engulo seco, me preparando para o que ele iria exigir.
-Seu rosto tá muito direitinho, todos precisam de uma cicatriz em algum lugar, não acha? -ele fala com aquela voz nojenta e repulsiva.
-A cicatriz que você precisa é nesse seu pênis podre, que assim que eu tiver a oportunidade eu vou cortar fora. -falo esbravejando.
O homem ri, como se estivesse se divertindo muito com a situação.
Ele puxa a cadeira e se senta de frente pra mim.
-Duas cicatrizes no rosto... Ou umazinha nos seios? -ele pergunta enquanto me olha.
Merda, se ele ver meu sutiã, vai perceber que eu estou com o pedaço do piso guardado.
-Rosto! -grito furiosa.
-Uhh, corajosa... Pena que eu tô indeciso quanto a sua escolha... -ele fala e levanta minha blusa.
Puta que pariu, preciso dar um jeito.
Vou ter que apelar, eu não tenho outra alternativa.
-Faz uma cicatriz na minha bunda então... -digo piscando.
Minhas mãos suavam, eu precisava que ele aceitasse aquilo.
Um sorriso brota nos lábios dele, e uma risadinha fraca sai.
-Eu sabia que você também queria dar uns amassos... Só é marrenta. -ele diz abaixando a blusa.
Meu coração palpitava, me sentia culpada por aquilo, mas fiz o necessário.
-Se vou morrer mesmo... Quero aproveitar antes. -digo sorrindo com todas minhas forças.
-Isso aí lindinha, você é esperta. Vamos fazer assim, uma só no seu rostinho agora e mais tarde venho aqui pra ter uma conversinha gostosa com você... -ele sorri maliciosamente e chega perto do meu rosto com a lâmina.
Concordo com a cabeça, segurando a lágrima que insistia em querer descer.
Minha bochecha começa a arder, era ele cortando. O corte não acabava nunca, ele continuava descendo desde a bochecha até os lábios.
-Pra aprender a obedecer Kate. -ele diz limpando a faca ensanguentada na minha calça.
Sinto meu rosto molhar e sinto o gosto de ferro na boca, era o sangue que escorria do meu rosto.
-Até mais tarde. -ele fala beijando meu rosto e sai.
Assim que fico sozinha eu desabo, meu choro era de soluçar.
Me sentia nojenta, culpada, cansada... Era tanta coisa.
Eu só quero que tudo acabe, e quando eu tiver Kate em minhas mãos não terei piedade, igual ela não teve de mim.
-Preciso ser forte, preciso ser forte. -é o que cochicho pra mim.
Minhas lágrimas se misturavam com o sangue do meu rosto, e a fome já havia se tornado fraqueza.
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Presa Com Soldados̷ - slowburn
RomanceLana, uma solitária mulher de 23 anos que tem a vida monótona da cidade e atua no marketing da empresa, divide a vida com Kate, sua única amiga. Sem família, apenas uma amiga e frustrada sexualmente. O improvável ocorre em uma explosão misteriosa n...