in the rain - pedri gonzález

10.

CHIARA BIANCHI

Observei a vista fora da janela de meu quarto de hotel, observando as luzes cintilantes da cidade de Gelsenkirchen, que começavam a acender com o cair da noite. Eu estava sentada na beira da cama e estava em silêncio. Manuel estava no banheiro tomando banho, resolvi pegar meu celular para verificar as mensagens e foi então que vi uma notificação de Pedro.

Pedro ✨⚽️

Quer sair para dar uma volta?
19h?

Você não precisa descansar?

Relaxa, ainda consigo sair e treinar.

Não sei se consigo, Manuel está no mesmo quarto que o meu

Nem uma escapada?

Posso tentar.
Irei ver o que faço e te respondo

Ok, princesa

Mordi o lábio, pensativa. Eu não queria esconder nada de Manuel, mas também sentia uma curiosidade crescente em saber o que Pedro queria e bem, eu queria ver Pedro. Manuel saiu do banheiro ajeitando a camisa. Ele sorriu para mim e eu bloqueei meu celular.

— Vamos sair para jantar? - falou se sentando ao meu lado e me puxando para seu colo.

O encarei meio tensa e concordei com a cabeça, olhei para o relógio. Eram cinco e quarenta e cinco. Se eu fosse me encontrar com Pedro, teria que inventar uma desculpa logo. E respirou fundo, tentando parecer casual.

— Certo. - falei somente.

Manuel começou a beijar meu pescoço e passar a mão no meu corpo, fiquei encarando um canto do quarto meio nervosa e quando eu senti sua mão ir para o meio das minhas pernas, eu me levantei rapidamente.

— Estou menstruada. - inventei e ele me olhou confuso. — E acho que preciso comprar absorventes.

Andei até minha bolsa no canto do quarto.

— Vai lá, então. Vou esperar por você aqui. - bufou pegando o seu celular.

Peguei meu celular e saí do quarto, o coração batendo acelerado. O elevador parecia demorar uma eternidade para chegar ao térreo. Assim que as portas se abriram, eu saí rapidamente do hotel, sentindo a adrenalina correr pelas minhas veias.

As ruas da cidade estavam movimentadas com turistas e moradores locais. Eu me misturei à multidão, tentando não chamar atenção. A farmácia mais próxima ficava a apenas alguns quarteirões de distância, e eu andei rápido, sem olhar para trás.

Quando entrei na farmácia, o cheiro familiar de remédios e produtos de higiene me envolveu. Respirei fundo tentando em pensar em algo para distrair Manuel até que eu tive uma brilhante ideia. Caminhei até a seção de laxantes, procurando por algo que funcionasse rápido e com eficácia. Peguei uma caixa de laxante forte, depois um pacote de absorventes e fui até o balcão.

A farmacêutica me olhou por um momento antes de pegar as coisas e registrá-las no sistema.

— Boa noite. Vai precisar de mais alguma coisa? - falou em inglês.

— Não, só isso mesmo. - respondi tentando parecer o mais natural possível. Paguei pela compra e saí rapidamente da farmácia, sentindo o peso da caixa na minha bolsa como uma espécie de culpa.