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PEDRO GONZÁLEZ

Saio do campo, com a camisa encharcada de suor e os músculos cansados, mas uma sensação de missão cumprida me acompanha. O treino foi intenso, exatamente o que eu precisava para liberar o estresse dos últimos dias.

— Vou para casa encontrar o amor da minha vida. - Ferran falou ao meu lado.

— Vocês estão praticamente morando junto. - o olhei.

— Eu fiz o convite, Olívia disse que iria pensar...mas eu percebi que ela está levando as coisas dela aos poucos. - sorriu.

— Vocês dois juntos em uma casa. - Pablo surgiu. — A casa vai ter aroma natural de sexo.

— Nojento. - comentei.

— Não tenho culpa que vocês não transam todos os dias e são amargurados. - meu amigo se defendeu.

— Não somos viciados em sexo, é diferente. - comentei.

— Tanto faz, cada um com seu relacionamento. - Pablo bufou. — Não dou três meses para vocês terem um boneco.

— Não fala isso nem brincando. - Torres parou de sorrir. — Uma criança agora não é nada bem vinda por nós dois, queremos fazer muitas coisas antes de ter um bebê.

— Se continuar assim, seus planos irão acabar. - ri fraco.

— Eu não vou pêlo. - ele se defendeu. — Mentira, vou sim, mas ela tem DIU e toma remédios, é impossível ela engravidar.

— Tenho que avisar a Chiara sobre esse lance do DIU... - suspirei.

— Quer ir no pêlo? - Pablo riu fraco.

— Já fui e fui dentro. - cocei a nuca. — Mas ela toma remédio, então fiquei tranquilo.

Pablo e Ferran se olharam meio tensos e negaram com a cabeça.

— Deu um mole desse? - Pablo riu.

— Já tem bebê na barriga, hein. - Ferran provocou.

— Calem a boca. - me afastei deles entrando no vestiário.

— Não quer aceitar que vai ter bebê, González? - Ferran brincou.

— Eu não negaria um filho, mas não teria um bebê agora por ela. Chiara ainda precisa se formar, ter o emprego dela se ela quiser e conquistar outras coisas. - os olhei. — E somos novos, bebê só depois dos vinte e cinco.

— Se continuar no pêlo confiando em remédio, bebê vem aos vinte mesmo. - Gavira falou.

— Daqui a pouco começa a fase dela mudar de humor...estar chorosa...enjoada... - Ferran falou.

— Odeio vocês.

[...]

Enquanto caminho até o carro, senti meu celular vibrar no bolso de minha calça. Peguei o aparelho distraído, sem pressa, já imaginando que seria algum dos meus amigos ainda enchendo o saco. Mas não. É um áudio de Chiara.

Entrei no meu carro e me ajeitei no banco, suspirei e apertei no áudio.

Pedro... - a voz dela soa suave, quase manhosa, de um jeito que me desmontou. — Eu tô tão carente hoje... Vem aqui, por favor? Quero que você me dê atenção especial... Agora, tá?

Um sorriso lento cresceu pelo meu rosto. Aquela voz, o jeito como ela pede... Bem, eu só posso pensar em uma coisa. Levei a mão aos meus cabelos lavados, e balanço a cabeça, já imaginando como essa visita poderia terminar.

in the rain - pedri gonzález Onde histórias criam vida. Descubra agora