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PEDRO GONZÁLEZ

Havia chegado ao casamento de Chiara, e o ambiente já estava cheio. As pessoas conversavam, riam e pareciam tão à vontade, como se esse fosse o momento mais esperado do ano para todos, menos para mim. Olivia, Ferran e Pablo estavam ao meu lado enquanto atravessávamos o jardim em direção ao local da cerimônia. A decoração era impecável, flores brancas e verdes cuidadosamente espalhadas, cadeiras alinhadas perfeitamente, e um altar adornado com mais flores ao fundo.

— Isso aqui está bonito. - Ferran comentou, ajustando a gravata. — Casamento de gente chique é interessante.

Pablo ajeitou a postura ao lado de Ferran, claramente desconfortável. Ele olhou ao redor suspirando.

— Eu não sei o que é, mas me sinto estranho em casamentos. É como se estivesse fora do meu lugar. - Gavira sussurrou para nós.

Eu estava quieto, apenas ouvindo, sem dizer nada. Cada palavra parecia distante, abafada pelo nervosismo que apertava meu peito. Meus amigos falavam sobre o casamento, mas minha cabeça estava em outro lugar. Chiara. Onde ela estaria agora? O que estaria pensando? Será que estava nervosa também? Meu coração disparava só de imaginar.

Tentava disfarçar, não queria que percebessem o quão abalado eu estava. Minha mente estava um caos, e cada detalhe ao redor parecia gritar que eu não deveria estar ali como um simples convidado.

Assim que avistei minha mãe e minha tia, eu me aproximei para cumprimentá-las.

— Oi, mãe. Tia. - sorri para elas.

Elas me receberam com sorrisos calorosos, e minha mãe logo estendeu a mão para Olivia, Ferran e Pablo, cumprimentando-os educadamente.

— Esses são seus amigos, Pedro? Prazer em conhecê-los. - minha tia falou e eu concordei.

Todos responderam com gentileza, mantendo o clima leve, mas eu me sentia sufocado. As palavras de cortesia pareciam um eco distante, como se não pertencessem à minha realidade.

Olhei em volta, buscando algo, uma desculpa, qualquer coisa para sair daquela conversa.

— Eu... vou ao banheiro. - digo de repente, já começando a me afastar antes que alguém pudesse reagir.

Mas a verdade era que o banheiro não era o meu destino. Eu precisava vê-la. Precisava falar com Chiara antes que fosse tarde demais. Sabia que havia riscos, que talvez não fosse a melhor ideia, mas nada mais fazia sentido. Eu precisava tentar.

Caminhei pelas laterais, evitando o máximo de olhares curiosos, tentando agir com a maior naturalidade possível. O camarim deveria estar por ali, perto das áreas reservadas para a noiva e o noivo. Quanto mais eu me aproximava, mais forte o meu coração batia.

Quando finalmente avistei a porta que provavelmente dava acesso ao camarim de Chiara, senti um nervosismo. Eu não tinha um plano claro. Apenas precisava vê-la, saber como ela estava, talvez... convencê-la de algo que nem eu mesmo sabia ao certo.

Mas, antes que eu pudesse chegar perto da porta, um segurança se colocou à minha frente, bloqueando minha passagem.

— Desculpe, senhor. Área restrita.

Tentei manter a calma, embora meu coração parecesse querer saltar do peito.

— Eu sou amigo da noiva. - falei com firmeza. — Ela pediu para me ver antes da cerimônia.

O segurança me olhou de cima a baixo.

— Não posso deixar passar. Ordens.

Fiquei ali parado, sem saber o que fazer. Minha mente corria em busca de alguma saída, alguma ideia que me permitisse passar por ele sem levantar suspeitas.

in the rain - pedri gonzález Onde histórias criam vida. Descubra agora