Depois de deixar o Guilherme sozinho após uma longa conversa, caminho de apé até em casa. Quando levanto meu rosto que estava olhando para o chão, avisto Ayla sentada no banco em frente a área de lazer do meu prédio. Corro rapidamente em sua direção, ela se levanta do banco e me olha com espanto quando me aproximo.
Luna: Ayla! Você está bem? Eu me preocupei, não conseguia falar com você.
Ayla: O que aconteceu com você? Com o seu rosto? Foi o Guilherme que fez isso, não é?
Luna: Não é nada. Você está bem?
Ayla: Como não é nada? Como pode se preocupar comigo agora? Não está brava? Você é tão boba! Deveria estar brava comigo. Sou sua namorada, mas fico magoando você e escondendo tantas coisas. Sempre faço você se sentir só. Então... fique brava, discuta, brigue comigo!
Ela altera a voz me chamando a atenção enquanto lágrimas caem desesperadamente de seu rosto rosado. A palma de sua mão treme apoiada com delicadeza no meu rosto encima do machucado. Aproximo meu corpo do dela e a abraço forte na tentativa de quem sabe assim acalma-lá.
Luna: Está bem. A partir de agora farei isso, então não fique brava. Agora vamos entrar, quero tomar banho.
Entramos no prédio, tomo um banho e quando saiu do banheiro sou surpreendida com ela chegando por trás de mim envolvendo seus braços ao meu redor.
Ayla: Te solto se você não estiver mais brava comigo. Se estiver, conversamos assim.
Luna: O que você fez de errado?
Ayla: Não te contei.
Luna: Eu encontrei o Guilherme no hospital sem te contar.
Ayla: É verdade. Eu não sou a única que errou.
Ela me solta vindo para frente de mim e abaixa a cabeça quando nossos olhares se cruzam.
Luna: Levante a cabeça, você não fez nada de errado. Só pensou em me contar no seu tempo.
Ayla: Não queria esconder de você. Agora... vem cá, vamos cuidar desse machucado. Você tem pomada?
Luna: Eu tenho uma caixa de primeiros socorros básicos. Está dentro do armário.
Ayla: Acho que sei aonde ela está, eu já vi ela aqui antes. Achei.
Ela pega a pomada e um cotonete no banheiro, chega perto de mim aproximando o corpo do meu e estirando o braço passando a pomada no machucado. Está ardendo mas ela toca o cotonete com leveza, é como se estivesse cuidando do ferimento de uma criança.
Luna: Quer café?
Ayla: Tomei cerveja na casa da Lana enquanto te esperava.
Luna: Você bebeu tão cedo numa segunda-feira antes do almoço?
Ayla: Estávamos nervosas e ansiosas. Ficamos te esperando mas você nunca aparecia.
Luna: Quer tomar outra?
Ayla: E você?
Luna: Preciso te levar em casa. Não posso beber.
Ayla: Vou dormir aqui!
Ela se senta na cadeira e pega a latinha de cerveja, tão naturalmente que chego a me assustar com suas palavras afirmativas.
Ayla: O que foi? Não posso?
Luna: Não é que não possa.
Ayla: Então por quê? Aposto que o seu coração está acelerado e você vai desmaiar se realmente eu dormir aqui. Ok, eu durmo na casa da Lana.
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Redescobrindo o Amor
RomantikA bibliotecária Luna e a médica Ayla se conhecem na primavera, estação em que tudo pode acontecer mesmo que o destino de uma delas já esteja traçado. Juntas elas enfrentam reações negativas e duros questionamentos por causa de seu relacionamento. ⚠...