Capítulo 6 - Posso ir te ver?

178 9 0
                                    

Luna: Vamos? Já faz meia hora que saímos da pizzaria. Devem estar estranhando o nosso sumiço.

Ayla: Verdade! Nem vi a hora passar. Vamos sim!

Caminhamos lentamente em silêncio pela calçada até chegarmos perto da entrada da pizzaria, nos deparamos com dois de nossos amigos conversando do lado de fora.

Luna: É a sua amiga?

Ayla: O quê?

Me pergunta sem entender após perceber para onde eu estava olhando.

Ayla: O que ela faz ali? Quem está com ela?

Luna: Parece ser o João!

Ayla: Quem? Aquele seu amigo que estava com a gente na mesa?

Luna: Sim! É o João!

Não consigo conter a risada, isso é tão aleatório e interessante ao mesmo tempo. Devem estar se conhecendo melhor, mas, Ayla me olha franzindo a testa.

Ayla: Qual é a graça?

Luna: Eles estarem juntos.

Ayla: O que tem de engraçado nisso?

Parece que ela ficou de mau humor, eu deveria ter me controlado.

Ayla: O que deu nela?

Luna: O que foi? Eles devem ter trocado telefone e agora estão conversando aqui fora.

Ayla: Inacreditável.

Ela começa a andar na minha frente com a mão na testa, parece inconformada. O que há com ela? Porque está tão irritada se estamos fazendo o mesmo? Quanta ironia sem pensar. Pego com leveza no braço dela a impedimento de entrar.

Luna: Vai entrar?

Ayla: O quê?

Luna: Como isso vai para frente se acha que é inacreditável?

Ayla: Somos amigas. Quem liga?

Ela fica sem graça após me olhar nos olhos, parece ter percebido que suas palavras foram um pouco ignorantes com o contexto da situação da amiga.

Ayla: Normalmente escolho melhor as palavras, mas, com você não sei por que eu falo sem pensar... você me deixa nervosa.

Luna: Por isso viramos amigas. Somos de pensamentos e universos diferentes.

João e a amiga dela se aproximam de onde estamos. Seus semblantes quando nos vêem são de tensão como se algo tivesse acontecido.

João: Aonde vocês estavam? Ficamos procurando por toda parte! Ah! Ayla, seu noivo está louco atrás de você, está te ligando e você não atende.

Ayla: Eu... fui dar uma volta com a Luna. Nos desculpem pela preocupação, acho melhor eu entrar...

Amiga de Ayla: Acho melhor mesmo porque ele está bem nervoso! Vem, entrarei com você para te ajudar!

Ayla: Tchau Luna... Boa noite!

Luna: Se cuide! Boa noite, Ayla!

Ela se distância de nós com sua amiga após se despedir. Será que eu a verei novamente? Só mais uma vez, eu gostaria que sim!

No dia seguinte

Minha irmã: Não vá muito longe com a Júlia. Você sabe que ela começa a reclamar de dor nas pernas quando anda demais.

Luna: Eu sei! Apenas iremos no parquinho aqui da pracinha.

Julia: Tudo bem tia, você pode me carregar depois.

Como pode ser tão pequena e ousada? Saiu rindo atrás dela. Chegamos no parquinho e tem várias crianças alegres se divertindo.

Julia: Tia eu quero ir no escorregador.

Luna: Claro!

Ela se enturma rápido demais com as outras crianças enquanto eu me sento no banco vazio próximo ao escorregador para observar ela brincar. Sem ter nada para fazer, percebo uma mãe lendo um livro que me faz lembrar de Ayla. Como será que Ayla está? Inevitável me controlar em não pegar o celular.

Mensagem de Luna: Como vão as coisas?

Mensagem Ayla: Bem! Como vai você? Deve ser seu dia folga, eu fui na biblioteca hoje cedo e não te vi por lá. Eu estou no trabalho agora.

Mensagem de Luna: Posso perguntar aonde você trabalha?

Mensagem de Ayla: Claro!

Mensagem de Luna: Então eu posso ir te ver?

Ela apenas visualiza a minha mensagem sem responder, devo ter me precipitado novamente. Já se passaram 15 minutos que a minha mensagem foi visualizada. Até que ela me manda uma localização.

Chamo um Uber para mim e minha sobrinha, indicando aquele endereço na mensagem do celular.

Julia: Aonde vamos tia? Você disse para a minha mãe que está muito frio para irmos longe.

Luna: Vamos em um lugar quente.

O endereço nos leva a um prédio enorme do lado de um hospital, tem até praça de alimentação, espaço para crianças e adultos. Julia, entusiasmada solta da minha mão ao avistar muitos brinquedos diferentes, ela sai correndo entrando no prédio. Acelero meus passos atrás dela após ver que trombou em alguém. Chegando perto vejo que ela trombou com Ayla.

Ayla: Eu sei quem você é. É a Júlia, né?

Júlia: Como me conhece?

Ayla: Como te conheço? Adivinhe.

Quando me aproximo das duas, Júlia me olha com cara de medo após ouvir a pergunta da Ayla. Claro, elas nunca se encontraram antes.

Júlia: Tia, quem é ela?

Luna: Ah... ela...

Ayla: Quem você acha que eu sou? Chute!

Júlia, suspira em silêncio pensativa e franze a sobrancelha. Ayla que a encara carinhosamente parece ansiosa para ouvir a resposta resposta.

Júlia: Namorada da minha tia?

Olho desesperada para Ayla após escutar a pergunta de Júlia. Ayla, por sua vez apenas arregala os olhos ficando em um completo transe sem responder uma palavra. O que devo fazer?

Redescobrindo o Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora