1 Mês Depois
Eu e Ayla não nos vemos desde o dia em que conversamos na cafeteria e ela pediu um tempo entre nós. Sinto falta dela, meus dias passam tão devagar sem a sua presença, sem o doce aroma do seu perfume deslumbrante, sem o seu toque. Está sendo tortura mas compreendo quando me coloco no lugar dela. Hoje, eu vim jantar na casa da minha irmã, apenas a minha chefe e a Cris sabem que demos um tempo. Não tive coragem de contar a minha irmã, mas ela acaba me revelando algo que aconteceu exatamente há um mês atrás, eu não sabia até então.
Minha irmã: Eu me encontrei com a mãe da Ayla no ponto de ônibus da rodoviária quando seu cunhado embarcou no ônibus para viajar pra casa do irmão dele. Choramos juntas após ela se aproximar de mim se identificando como mãe da Ayla. Ela estava sentada no banco atrás de nós esperando o ônibus dela chegar e escutou a gente conversando sobre você e a Ayla. Ela parecia uma senhora tão forte, pensei "No lugar dela, eu conseguiria?". Só pensei nisso no caminho pra casa. Seu cunhado nem acreditou quando eu liguei contando.
Meu Cunhado: Como acreditar nisso? Eu tinha acabado de sair com o ônibus, foi coisa de minutos depois. Nunca falei sobre nada disso por não querer me intrometer na sua vida pessoal, mas eu também estava muito preocupado com você e a Ayla. Como a mãe dela pôde ser tão compreensiva e gentil? Precisa agradecer a ela por nós quando conhecê-la. Em momentos assim, você deveria ser mais segura de si. Ayla, escolheu você porque confia em você. Então você precisa ser confiável também.
Minha Irmã: Que cara desanimada é essa? Porquê está tão em silêncio?
Luna: Não é nada.
Meu Cunhado: Está tudo bem. Luna, deve estar mais surpresa do que nós.
Júlia: Tia, você poderia me ajudar a dormir lendo uma história?
Luna: Sim, vamos lá!
Me deito na cama com a Júlia e começo a ler a história do seu novo livro de dinossauro.
Júlia: Tia?
Luna: O quê?
Júlia: A doutora...
Luna: Durma, você precisa dormir para acordar com disposição amanhã.
Júlia: Podemos sair com a doutora de novo? Faz tempo que eu não vejo ela.
Luna: Sim, mas ela está viajando a trabalho. Agora durma, está bem?
Desculpa por estar mentindo pra você mas não posso ousar machucar seu pequeno coração dizendo que demos um tempo no nosso namoro. Ninguém mais precisa se machucar por minha causa.
Dia Seguinte
Ainda me lembro do ar que tocou meu corpo naquela manhã em que tomamos café da manhã juntas na sua casa, você se despediu de mim antes de ir trabalhar. O ar era agradável e quente. Estranho, não? Até agora não consigo me esquecer. Na época eu não tinha idéia do que estava por vir e do que estava sentindo. Eu não sabia que era... o último momento... de ternura que eu teria com você. Mais um dia se passa e eu fico parada olhando através da porta de vidro com a esperança de vê-la do outro lado passando, nem que ao menos ela aparecesse sem olhar na minha cara. Sempre vou me arrepender do único momento em que te magoei. Continuarei tentando encontrar uma resposta para aquela noite porque eu te magoei profundamente. O que sentiu naquele momento? Tristeza... ou talvez ódio? Por mais que eu me arrependa, não encontro uma resposta. Mas a única coisa que me resta é continuar esperando por você. Aquela que conheci na primavera, uma mulher linda como pétalas que caem.
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Redescobrindo o Amor
RomantikA bibliotecária Luna e a médica Ayla se conhecem na primavera, estação em que tudo pode acontecer mesmo que o destino de uma delas já esteja traçado. Juntas elas enfrentam reações negativas e duros questionamentos por causa de seu relacionamento. ⚠...