Capítulo 7 - Peça desculpa

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Luna: Por que disse isso? Não é uma bronca. Eu disse que não estou brigando com você, Júlia!

Ayla: Não precisa fazer isso!

Ayla, me afasta de Júlia tentando consertar a situação. Não sei direito o que fazer. Ayla, deve estar se sentindo envergonhada.

Luna: Ayla...

Ayla: Júlia, você gosta de brinquedos? Aqui tem vários que garanto que você irá se divertir, né?

Júlia: Gosto...

Ayla: Então, que tal a gente entrar lá dentro juntas? O que me diz?

Ela me deixa sem palavras. Diferente de mim ela não parece ter ficado constrangida com a pergunta inocente de Júlia. Está tentando conforta-lá com o erro de suas palavras.

Júlia: Tia? Eu posso?

Luna: Claro... ela é uma boa pessoa, divirta-se!

Ayla, pega na mão de Júlia e elas saem andando na minha frente como se nada tivesse acontecido segundos atrás.

Ayla: Nossa, quantos brinquedos diferentes! Veja só esse aqui.

Ayla, vira um pouco o rosto para trás me olhando com semblante de brava. Acho que sei o que ela está querendo dizer com essa cara. Devo me redimir pela minha reação.

Luna: Uau, que legais, não são?

Ayla: Com licença!

Luna: Olha esse, você gostou desse Júlia?

Júlia: Sim..

Ayla: Luna? Vamos conversar!

Deixamos Júlia nos brinquedos sozinha e como sempre ela se enturma mais rápido do que os adultos com outras pessoas. Ayla, me leva para um espaço sem ninguém aonde conseguimos observar a Júlia de longe enquanto conversamos.

Luna: Me desculpe...

Ayla: Pelo quê?

Luna: Ela nunca é de dizer essas coisas. Deve ter ficado confusa já que você é a primeira mulher desconhecida que eu apresento após ter terminado meu relacionamento anterior. Você deve ter ficado surpresa.

Ayla: Fiquei, bastante. Mas eu não sabia que você era uma tia malvada.

Luna: O quê? Ah... mas ela fez algo errado...

Ayla: Na verdade, você que fez! Não era pra ficar brava.

Luna: O que você...

Ayla: Repreender não é só dar palmadas. Sempre fica irritada com coisas pequenas?

Luna: Sabia que você ficaria envergonhada, então tentei corrigir a situação.

Ayla: E achou que eu agradeceria?

Nossa... eu não esperava por mais um puxão de orelha. Sou eu quem está envergonhada agora.

Ayla: O que foi?

Luna: Não falei nada...

Ayla: Mesmo quando eu era criança, achava injusto os adultos interpretarem a situação do jeito deles. Quando meus pais faziam isso, eu queria fugir. Não dê essa sensação para a sua sobrinha. Ela é uma criança e crianças costumam ser inocentes, ela não teve culpa pela pergunta. Apenas interpretou a situação como algo que ela já havia vivenciado com alguma outra mulher na sua vida. Peça desculpa a ela, acha que crianças esquecem essas ofensas? Elas sempre se lembram de tudo, não vai querer que vire mágoa e ela se encolha toda vez que uma nova mulher estiver perto de você.

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