CAPÍTULO 15

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"Eu sou guerreiro, sou trabalhador e todo dia vou encarar com fé em Deus e na minha batalha. Espero estar bem longe quando o rodo passar! Espero estar bem longe quando tudo isso passar." - O Rappa

ELISABETTA

Quando eu acordei, diferente do habitual, havia sinais de outra vida no apartamento. A porta estava encostada, mas eu conseguia ouvir Beto cantarolando uma música e sentia o cheiro de café preto no ambiente. Ele fez o café da manhã para nós dois, com direito a ovos, frutas e pão. Tivemos uma manhã tranquila, embora tenhamos interrompido o café da manhã pela metade, porque quando demos o primeiro beijo de bom dia, acabamos aprofundando mais as coisas. Foram três rounds de sexo intenso no tapete felpudo da sala, até que conseguíssemos nos saciar e ir comer. Depois, enquanto ele tomava banho, eu arrumei a cozinha e invadi seu banho sem aviso prévio. Quem eu estou tentando enganar? Eu estou de quatro por esse cara. Literal e figurativamente.

Mas aí o celular dele tocou e logo em seguida o meu também. Eram os nossos comandantes e isso nos colocou em alerta. Já era quase meio dia.

Major, precisamos de você. — a voz do comandante foi clara — Rebelião em Bangu 1, o BOPE vai entrar em ação, mas eu preciso que a sua equipe cerque o local e interrompa o trânsito nas redondezas.

— Sim, senhor. — confirmo de imediato

Os caras estão armados, tem droga pra tudo que é lado. — ele explica — Eu preciso que você impeça qualquer reforço dos caras de chegarem e qualquer suspeito de se afastar muito.

— Deixa comigo, eu chego em uma hora.

Conto com a senhora, major.

A ligação foi encerrada e Beto já estava recolhendo suas coisas e jogando dentro de sua mochila. Sua farda preta foi passada por ele mesmo e estava esticada sobre a cama do quarto de hóspedes, assim como a minha.

— Vocês vão cercar Bangu pra mim. — ele diz correndo para o quarto de hóspedes

Eu o sigo e, juntos, começamos a trocar de roupa. Ele começa a vestir sua farda, enquanto eu visto roupas civis, me preparando para colocar minha farda dentro da bolsa.

— A gente vai trocando informação. — digo já com os jeans e passando a blusa pela cabeça — Qualquer novidade, eu te aviso.

— Igualmente. — ele confirma

Depois de tudo pronto, nós dois descemos para a garagem e nos despedimos com um beijo rápido.

— Se cuida. — eu digo e acerto um tapa em sua bunda

Ele ergue uma sobrancelha e me encara, sorrindo de lado.

— Atrevidinha, major. — ele comenta

— Eu posso. — dou uma piscadela pra ele

Cada um em seu carro, nós deixamos o edifício e nos separamos após o sinal, ele tomando rumo para o seu batalhão e eu para o meu. Essa vida é intensa, mas pela primeira vez não me sinto tão aflita com um chamado desse tipo. Vai dar tudo certo.

Uma vez devidamente equipada e com o plano memorizado, minha equipe saiu do batalhão do BAC e cercou as adjacentes que davam direção para a Penitenciária Laércio da Costa Peregrino. Primeiro presídio de segurança máxima do Brasil, atualmente é lar de sequestradores, grandes traficantes à frente de facções gigantes e assaltantes de banco. Todos criminosos de alta periculosidade que passam o dia todo lá dentro, fingindo que estão se regenerando.

— Filho, a gente vai segurar todo mundo aqui. — digo para Eurípedes — A partir daqui, ninguém passa mais.

— Positivo, major. — ele confirma passando os mesmos comandos para os outros

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