CAPÍTULO 31

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"Posso apenas ficar por aqui e passar o resto dos meus dias aqui? Porque você me faz sentir como se eu estivesse impedido de entrar no céu por tanto tempo." - Bruno Mars


ELISABETTA

Senti alguém acariciar meu rosto, me despertando aos poucos de um sono que eu nem me lembrava de ter cedido. Franzi o cenho ao abrir os olhos e dar de cara com um Beto tenso sentado ao meu lado, me observando enquanto fazia essas carícias. Eu estava deitada no sofá do apartamento dele, a televisão ligada em um canal de filmes, o ambiente sendo iluminado apenas pela luz vinda do televisor. Olhei ao meu redor e reconheci meu celular sobre a mesinha de centro e as sacolas da Loja do Botafogo juntas. Fiz um rápido check-up mental com as memórias das minhas últimas ações. Eu vim do shopping, Eri me ligou e eu contei pra ele o que aconteceu, chorei feito uma condenada pelo ocorrido com Cristiano e, depois de ter comido um sanduíche quente de presunto e queijo, acabei adormecendo no sofá.

— Eu tô te ligando e te mandando mensagem desde duas horas. — ouço Beto murmurar — Fiquei preocupado.

Eu respiro fundo e me arrumo no sofá, me sentando. O olho nos olhos, sentindo-me perdida. Sabe aqueles cochilos da tarde que te fazem acordar desnorteada, sem saber se é dia ou noite, qual data é e qual caminhão te atropelou? Foi o sono que eu tive essa tarde. Olho pela janela da sala, buscando por uma dica, mas tudo o que eu vi foi o céu escuro e a rua iluminada pela luz amarela do poste.

— Eu apaguei, eu acho. — coço a cabeça

— Eu sei, falei com o Eurípedes.

Engulo em seco. Será que meu melhor amigo o contou sobre Cristiano e o encontro no shopping? Não quero falar sobre isso agora, não quero chatear Beto.

— Você tá bem? — ele pergunta ainda acariciando meu rosto

— Tô. — confirmo — Que horas são?

— Quase oito.

Franzo o cenho. Eu sabia que tinha alguma coisa pra acontecer às oito da noite de hoje, mas ainda estava desnorteada de sono, então não me lembrei ao certo o quê. Beto desceu a mão pelo meu pescoço, dando leves apertos no local, até chegar em meu ombro bom e em sua camisa que eu ainda estava usando.

— Daqui a pouco vai usar as do Botafogo também. — ele comenta brincando

Pela tensão, pela forma como Beto me olha, eu sei que ele sabe o que aconteceu entre Cristiano e eu hoje, mas eu fico agradecida por ele não insistir no assunto. Eu abro um sorriso.

— Prefiro ser colocada pra correr duas horas no sol quente.

— Sério? — ele pergunta sorrindo — E essas sacolas da loja do Fogão?

— Fogão, pra mim, só de cozinha. — reviro os olhos e ouço sua risada — Eu comprei uma coisa pra você e um presente pro Rafa.

Ele ergue uma sobrancelha, surpreso.

— Sabe que não precisava ter comprado nada pro Rafa, né? — ele me encara — Ele já gosta de você.

— Não comprei pra fazê-lo gostar de mim, comprei porque eu quis presentear o menino.

Ele dá um sorriso e se inclina sobre mim, fazendo eu me deitar de novo e me roubando um beijo demorado. O beijo parece deixá-lo aliviado, já que ele respira fundo durante o contato. Eu levo minhas mãos para os seus cabelos e aproveito cada segundo de seus lábios nos meus.

— Você já comeu? — ele pergunta parcialmente deitado sobre mim

— Comi um sanduíche quando cheguei. — digo enquanto faço carinho em seus cabelos

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