CAPÍTULO 26

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"Olhe nos meus olhos, é matar ou morrer. Nós matamos todos os demônios em mim, ainda sinto a escuridão que vive em mim. Te dou calafrios, vou levar sua alma enquanto dorme. Sou maligno, não há escapatória de mim." - Motionless in White


CRISTIANO

Eu estava horrível, mas pelo menos o rosto estava menos inchado. Meus lábios estavam feridos da joelhada e meu olho esquerdo estava roxo. Era o suficiente pro Fábio e os caras fazerem piadas sobre, mas é claro que somente o Fábio sabia o que de fato havia ocorrido.

— Geralmente a Elis evita que você se machuque, mas parece que dessa vez ela estava focada em te amassar. — Fábio murmurou enquanto eu dirigia a viatura pelas ruas da zona oeste

— Porra, com tanta grávida na cidade, ela tinha que fazer o parto da mulher do ex? — resmungo — Caralho, eu só me fodo.

— Sabe qual é o seu problema? — ele me olha — Você não sabe armar as coisas. Chega no meio do caminho e bate crise de consciência, aí tu desiste e só executa metade do plano.

— Eu não armei nada. — me defendo — Foi inocente, porra. Eu só comentei que talvez Tiago não coubesse mais na vida dela e o cara, que já é um babacão do caralho, pulou fora. Ele já queria sair, eu só dei um incentivo.

— Porra, mas insinuar que ela tava pegando o Rocha foi demais. — Fábio faz careta — Antes falasse que ela tava comigo.

Eu paro a viatura em um sinal vermelho.

— Tu quer furar meu olho, Fábio? — o encaro sério

— Primeiro, pra furar teu olho, tu teria que ser o macho dela. — ele rebate me olhando — Coisa que tu não é e nunca será. E, segundo, que todo mundo lá no batalhão queria pegar Elis. A mulher além de ser foda, ainda é simpática, bonita e gostosa.

— Ah, tá de sacanagem! — reviro os olhos — Dia de operação e eu tendo que ouvir uma porra dessa. Aí já é trairagem demais, até pra você.

— Oh, vamos parar de pombagirisse? — ele me encara — Já falei pra você deixar essa porra pra lá. Elis não é pro teu bico.

— Tá, e eu vou sim aceitar perder pro caveira. — resmungo — Vai sonhando.

O sinal fica verde e eu acelero com o carro de novo.

— Então ela e o Nascimento estão juntos mesmo? — ele me encara

— Juntos, não. — nego — Se pegando só.

— Vai ser iludido assim lá na casa do caralho. — Fábio reclama

— Elisabetta e eu temos uma história, rapá. — viro numa esquina, chegando no Tanque — Não vai ser esse cara que chegou agora que vai separar a gente. Muitos tentaram e nenhum conseguiu.

As ruas adjacentes estão cercadas por várias escoltas do BAC. A principal delas, na frente da entrada principal da comunidade, comandada por Elisabetta, Eurípedes e William Paredes, o novo oficial baba ovo da minha garota.

— Major. — Fábio acena para ela quando eu estaciono na calçada, nós dois descemos do veículo — Tudo certo por aí?

— Aguardando o sinal, coronel. — Elis diz séria

— Oi, Carolinda. — sorri para ela

Eu vejo Elisabetta respirar fundo e virar as costas para mim, voltando a conversar com Eurípedes e Paredes. Fábio ri ao meu lado.

— Se fodeu. — ele resmunga

Só não vou mandá-lo se foder agora, porque estamos fardados e ele ainda é meu coronel. Eu me coloquei ao lado de Fábio, com meu fuzil na mão e respirei fundo, esperando.

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