CAPÍTULO 9

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"Eu não estou surpresa, eu entendo. Eu não posso negar o seu apetite." - Selena Gomez

ELISABETTA

O porteiro reconheceu meu carro, mas estranhou quando não me viu ao descer o vidro da janela. Roberto o encarou com a melhor cara de poucos amigos e eu me curvei sobre ele, apoiando as mãos em suas coxas e ficando visível para o porteiro de plantão.

— Oi, seu Jair! — eu sorri

Senti quando Roberto prendeu a respiração ao ter seu espaço pessoal invadido por mim e abaixou levemente a cabeça, encarando meu decote debruçado sobre ele.

— Que susto, dona Elis. — o homem de uns sessenta anos sorriu aliviado ao me ver — Tudo bem?

— Tudo sim e com o senhor?

— Tudo indo, minha filha. — o portão terminou de abrir — Boa noite, vai com Deus. Bom descanso.

— Obrigada! — agradeci acenando — Bom trabalho.

Roberto não disse nada, apenas entrou no edifício e eu o guiei até a vaga destinada a mim. Quando ele desligou o carro, me encarou sério.

— O que? — ergui uma sobrancelha ao encará-lo de volta

— Ele disse bom descanso. — riu pelo nariz — Claro, você trouxe um cara pra casa pra descansar.

Eu ri quando ele desceu do carro, quase impaciente e desci logo atrás. Seguimos juntos pelo estacionamento, entramos no hall dos elevadores e eu puxei a porta, parando para que ele entrasse.

— Depois do senhor, coronel. — acenei em direção à caixa metálica

Ele revirou os olhos e me agarrou pela cintura, colando meu corpo na frente do dele e me empurrando pra dentro do elevador. Eu apertei o botão do meu andar e, ainda sentindo seu corpo grudado na traseira do meu e suas mãos firmes na minha cintura, esperei impaciente até chegar, finalmente, em casa. Roberto soltou minha cintura, mas não recuou o corpo. Como se estivéssemos em uma sintonia própria, ele acompanhou meus passos ainda atrás de mim e sua respiração contra meu pescoço começou a me desestabilizar. Eu abri a porta do apartamento, entrei junto com ele e ele mesmo trancou a porta, enquanto eu acendia as luzes do corredor de entrada e da sala. Joguei minha bolsa no sofá e me livrei das sandálias.

— Quer beber alguma coisa? — pergunto ao me virar e vê-lo entrando de vez no ambiente, seus olhos fixos em mim — Eu tenho vinho, cerveja, posso fazer um...

— Eu quero ver a tatuagem. — ele me interrompe sério

Eu apóio as mãos na cintura e o encaro, rindo fraco.

— Agora. — diz mais urgente

— Tem fetiche em tatuagem, coronel? — ergo uma sobrancelha

— Sempre odiei tatuagens. — ele se aproxima de mim, ainda sério

Franzi o cenho e respirei fundo, desistindo de tentar compreendê-lo. Levei minhas mãos aos meus quadris e fui puxando o pano do vestido, fazendo-o subir. Os olhos dele não desviaram dos meus, assim como eu também não desviei os meus dele. Eu segui puxando o vestido até que o pano de sua saia estivesse embolado em minha cintura, dando-lhe visão da minha pélvis coberta pela calcinha rendada amarela, com um laço minúsculo na cintura. Ele desceu o olhar por todo o meu dorso, até chegar no foco principal. Eu sabia que, com a calcinha que eu estava usando, ele não conseguiria enxergar direito. Uma rosa minimalista, que vinha pela linha cavada do biquíni e tinha o caule mais pra perto dos lábios. Ele franziu o cenho e se aproximou, diminuindo nossa distância. Me olhou nos olhos por alguns segundos e se ajoelhou na minha frente, o contato visual sendo a nossa única conexão. Ele segurou a borda da calcinha e a puxou do caminho, não me deixando despida, mas deixando o pano fora de seu caminho. Ele desceu o olhar e encarou a tatuagem de um jeito que eu não soube decifrar completamente. Raiva, desejo, atrevimento. Seus olhos escureceram de novo e ele se colocou de pé, fazendo questão de roçar seu corpo no meu durante o percurso, nossos narizes se tocando no final. Engoli em seco com a quentura que tomou conta do meu corpo. Eu já estava fodida do jeito teórico mesmo, por que não terminar a noite do jeito literal também?

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