CAPÍTULO 13

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"Agora não tem jeito, 'cê tá numa cilada. Cada um por si, você por mim e mais nada. Uh, eu quero você, como eu quero." - Kid Abelha

CRISTIANO

Me disseram uma vez que existe diferença entre o amor da sua vida e o amor para a sua vida. O amor da sua vida, é aquele em que você vai amar pra sempre, incondicionalmente, porém o destino de vocês não tem um conto de fadas reservado. Esse amor pode estar presente no seu coração pra sempre, mas ele nunca vai ficar de fato na sua vida. É uma paixão ardente que te deixa maluco, te faz perder as estribeiras, mas não importa o quanto você lute e se desgaste, ele nunca vai dar certo com você. Já o amor para a sua vida, é um amor respeitoso, que é construído dia após dia, é ensinado e sentido aos poucos. É um amor que se encaixa na sua vida, que não te machuca, que te protege e que não te faz sofrer.

O destino, todo santo dia, sempre deu a entender que Betta se enquadra mais na primeira opção. Que não importa o quanto eu esteja disposto a lutar, eu nunca vou conseguir mantê-la comigo, porque nós não damos e nem daremos certo como um casal saudável, respeitoso e carinhoso.

Foda-se!

Eu sempre fui teimoso, sempre estive disposto a bater de frente com qualquer merda que viesse na minha vida. E ainda que eu tenha que enfrentar o próprio destino por isso, eu estou pronto. Podem vir, eu não vou me abalar.

— Coronel. — eu respirei fundo ao entrar na sala do Fábio Barbosa e bater continência pra ele

— Porra, Cris, até que enfim. — ele resmungou e eu descansei a postura, puxando uma cadeira e me sentando de frente pra sua mesa — A gente tem que sair em umas duas horas.

— Porra, eu entrei pra PM pra ficar de chofer de coronel? — o encarei sério

— É, mas eu não te vejo reclamar das regalias que ser meu motorista te traz. — ele me encarou após coçar o bigode — Não reclama do faz-me rir que ganha toda semana e nem dos benefícios de ser meu chegado. Por exemplo, ficou dois dias encostado igual um bunda rachada porque é um Zé Buceta do caralho.

Respirei fundo.

— Porra, eu sei. — murmuro — Só tô cansado. — coço o queixo

— É a major de novo? — ele me encarou sério, relaxado em sua cadeira

— Se mete nisso não, Fábio.

— Porra, Cristiano, caralho. — ele resmunga — Que porra de buceta é essa que essa mulher tem, caralho? Não importa o que aconteça, tu roda, roda e roda, mas acaba sempre parado feito um bunda mole atrás dela. Acabou? Acabou, parceiro. Segue teu rumo, joga essa porra pra lá.

— Não é assim que as coisas funcionam, caralho. — eu o encaro impaciente — Buceta tem várias? Tem, um monte. Pagando ou não, mas meu coração escolheu ela, caralho. Eu vou fazer o que?

— Coração de cu é rola. — ele deu de ombros — Joga essa porra fora. Meu coração tá lá na ponta do meu pé. Eu amo meu dinheiro e acabou.

— Sei, mas quando a Jaqueline tava de fogo com um cara, quem foi que armou pro cara ser preso e sair da jogada? — o encaro

— Porra, é diferente. — ele se defende — Ela tava comigo ainda, é caso meu, mulher minha. Tem que me respeitar, não vai inventar de me botar galha não. Agora contigo são outros quinhentos, a mulher não quer nada.

— Tá, tá. — reviro os olhos encerrando o assunto — Me atualiza aí, o que eu perdi nesses dois dias?

— Porra nenhuma. — ele suspira — Subimos pra pegar o nosso, encontramos com uns arrombados certinhos que estavam lá em cima com uma denúncia de baile funk, tivemos que trocar tiro pra não ficar mal e acabou que o BOPE subiu pra pegar a gente.

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