CAPÍTULO 2

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"É tão depressa. Nem quero pensar quando a picada vem. Mas paixão e gozo, isso vicia. Aí, garota, eu gosto assim, difícil." - Marina Lima

ROBERTO


A base de operações conjuntas é utilizada para missões muito importantes que demandam a união de dois ou mais comandos. Essas missões, geralmente, são de sumo sigilo e necessitam de tempo e espaço para serem organizadas. O que acontece dentro desses barracões só sai daqui de dentro no dia da execução e só toma conhecimento público ao final da operação, quando o êxito acontece. Porra, estamos falando de duas toneladas e meia de cocaína que escorregou feito areia pelos dedos da polícia rodoviária e agora estava no alto da maior favela da América Latina, prestes a ser distribuído pelas comunidades de uma das facções mais dominantes do estado. Essa porra não pode vazar ou então cabeças irão rolar — e eu rezo para que não seja a minha.

— Formação. — ordenei ao ver meus homens com o fardamento de apresentação

Todos entraram em formação e eu segui até o comandante do BAC, o cumprimentando militarmente e com um aperto de mão.

— Coronel, mais uma vez eu agradeço pela sua participação nessa missão. — ele disse ao apertar minha mão de maneira firme

— O senhor foi claro quando disse que me queria nisso, Comandante. — eu o olhei sério ao soltar sua mão — Eu reconheço minha eficiência, mas me surpreendi com a sua exigência.

— É uma missão de alto risco e eu tenho certeza absoluta que uma parceria entre Major Lima e o senhor é o que precisamos. — ele me olha nos olhos — Uma vez na mão de vocês, teremos a elite da elite. É isso que eu preciso agora.

Acenei positivamente com a cabeça e me coloquei de frente para o pelotão, vendo que a equipe de operações com cães já estava se posicionando também, sob o comando do capitão Eurípedes.

Eu conheço esse cara de algum lugar, pensei em silêncio. Claro que eu já conhecia o Capitão Eurípedes de vista, mas algo dentro da minha cabeça insistia em me alertar que eu já o conhecia de outro lugar. Fiquei em silêncio, aguardando. Não tive tempo de fazer pesquisa, mas sei que Major Lima é chamada de Diaba por muitas pessoas. Conhecida por ser perfeccionista e séria demais, ela possui grandes operações de sucesso em seu nome. Em silêncio, as coisas parecem acontecer em câmera lenta. Eu ouço o barulho dos coturnos batendo no chão e viro o pescoço para encarar quem vem. Usando a farda camuflada, o coque baixo padrão e segurando firme na coleira de um pastor alemão, a Diaba veio pisando duro no chão e no meu juízo.

Gamei, no corpo bronzeado. Ganhei um beijo assanhado. Fiquei todinho arrepiado. Parei, surpreso e acanhado. Dancei, de rostinho colado. Olhei, bumbum arrebitado. Gostei, perfume importado. Amei, já sou teu namorado. Gamei.

O sorriso mais lindo que eu já tinha visto na minha vida, agora estava camuflado com uma feição fechada, endurecida, lisa, quase brava. Ela ainda não tinha me visto, mas eu a vi. Ela caminhou na frente do pelotão misto e ficou de frente para o Comandante e eu. Ela bateu o pé direito no chão e nos cumprimentou de maneira militar, reconhecendo nossas patentes superiores. Seus olhos cruzaram com os meus e, por mais que sua feição não tenha mudado, eu vi seus olhos brilharem e um lampejo de reconhecimento.

Qual é, eu tava muito fodido.

A mulher que carregava meu sorriso bonito, era a Diaba. Porra, eu precisava de um equilíbrio, mas tava sonhando com uma mulher que, possivelmente, era igual a mim.

— Muito bom dia, senhores. — ela disse ao se virar

A bunda dela fica linda dentro daquela calça tática.

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