CAPÍTULO 21

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ESSE CAPÍTULO É LIVRE DE PRECONCEITOS E OFENSAS RELIGIOSAS!


"Mãe pode ficar despreocupada, seu filho tá protegido aqui. Mãe pode ficar despreocupada, a rua vai me proteger." - Jão

ROBERTO

Estreitando os olhos, eu me esforcei e coloquei outra mini presilha colorida no cabelo de Eloísa. A menina estava com os cabelos divididos no meio e tinha uma trança embutida de cada lado. Não sei porque cargas d'água ela me escolheu para colocar um monte de presilhas coloridas em seus cabelos e eu, querendo fazer a boa praça e totalmente rendido pela garotinha de sorriso tão angelical quanto o da tia, cedi. Eu já havia colocado mais de cinquenta de um lado e estava fazendo o mesmo do outro lado da cabeça, enquanto ouvia a mãe de Betta contar algumas curiosidades sobre a filha e, vez ou outra, participava da conversa com Tatiana, Fernanda, Eurípedes e Elis.

— Você disse que tem um menino, filho. — Ana Helena perguntou enquanto cobria a travessa de arroz com um pano de prato branco — Minha Elis já o conhece?

— Sim. — confirmo — Rafael é totalmente rendido por ela. — dou um sorriso — Elô, as presilhas acabaram.

Ela se vira para mim, ainda parada de pé entre as minhas coxas e olha para o potinho que antes estava cheio, porém agora está totalmente vazio.

— O que a gente faz agora? — pergunto a entregando o pote

— Você gosta de desenhar, tio Beto? — ela me olha curiosa

— Não sou muito bom desenhando não. — confesso

— Não pode ser pior que a minha dinda. — ela diz caminhando em direção a casa — O coração dela parece uma bunda.

— Eloísa, para de se desfazer de mim! — Betta resmunga — Eu já entendi que você prefere o Beto, agora.

Eu acabo dando risada porque me lembro de quando estávamos juntos, lidando com a inteligência da operação para resgatar a carga de toneladas de cocaína. As representações gráficas que Betta fazia na lousa branca eram horríveis, porém dava pra entender o que ela queria dizer.

— Sua filha é uma traidora. — ela encara a irmã, que dá de ombros bebendo um gole de sua cerveja

— Eu costumava ser o tio que colocava as presilhas coloridas nela. — Eri diz cortando a carne do churrasco que já foi assada — Acho que ela me trocou por você.

— Sei lá, tirando a parte dos ataques cardíacos, eu acho que seria um bom pai de menina. — dou de ombros comentando

— Se Rafael fosse menina, aposto que você já teria jogado o garoto no convento. — Betta passa por mim rindo

Eu dou risada e a puxo pra mim pela cintura, a abraçando. Por eu estar sentado, eu fico na altura de seus seios e ela se inclina para beijar minha testa. Ela passa o braço pelos meus ombros e mexe nos meus cabelos, fazendo um carinho gostoso.

— Cai nessa não, filho. — a mãe de Elis me olha — Elis, Fernanda e Luan estudaram em um colégio de freiras e me deram trabalho dobrado.

— Eu era uma excelente aluna. — Elis se elogia

— Isso é verdade, não me deu trabalho nenhum por esse ponto. — sua mãe concorda — Mas era arteira feito um moleque de rua. Ficava no meio dos meninos jogando bola, bolinha de gude e soltando os passarinhos dos outros.

Dou risada bebendo um gole de suco.

— Fernanda e Henrique eram mais encapetados. — ela diz nostálgica — Luan e Elis sempre foram mais tranquilos. Mas o colégio das freiras não ajudou a frear muita coisa não. Quando tinham que aprontar, aprontaram igual ou até mesmo pior.

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