CAPÍTULO 25

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"Eles nunca quiseram que eu te encontrasse, disseram-me que não posso lutar contra o destino [...] Toda vez que nos tocamos, eu ouço os anjos chorando. Eles não querem que você seja minha. Nosso amor os deixou aterrorizados, nós fazemos os anjos chorarem." - Chris Grey


ROBERTO

Eu atravessei a rua e vi Eurípedes andando de um lado pro outro na porta da emergência do hospital. O celular no ouvido, parecia nervoso e isso me agitou. Se ele estava nervoso desse jeito, alguma coisa mais grave havia acontecido com a minha Betta.

— Betta, pega esse recado e me retorna. — eu o ouço dizer — Porra, não vai fazer besteira.

— Luan! — o chamo pelo primeiro nome, evidenciando nossa intimidade maior, desde que fui almoçar na casa da mãe de Elisabetta — O que houve? E a Betta?

— Ela tá bem, foi um tiro de raspão. — ele diz tirando o celular do ouvido e teclando furiosamente na tela do aparelho

— O que houve?

Ele fica um tempo encarando o celular e percebo que está trocando mensagens com alguém. Seu silêncio me irrita e, depois de um tempo o encarando, sinto vontade de agarrá-lo pelos ombros e sacudir até que me explique o que aconteceu.

— Eurípedes, caralho! — chamo sua atenção

— A Elisabetta saiu daqui puta. — ele me olha — E eu acho que ela vai fazer merda. O Cristiano disse que ela mandou mensagem pra ele, dizendo que está indo lá no apartamento dele. Vem comigo!

Ele sai atravessando a rua sem me dar outra opção a não ser segui-lo.

— Espera aí, me explica essa porra direito. — digo confuso

O carro dele está estacionado atrás do meu e ele me encara ao parar ao lado da porta do motorista.

— A menina que a Elisabetta fez o parto é filha do noivo dela. — ele diz — Eu não sei se ela te contou, mas ela tava pra se casar com um filho da puta que abandonou ela.

— Contou por cima. — digo tentando entender a história

— Eles bateram de frente no hospital e ela saiu daqui desnorteada. — ele continua a história — Se ela está indo ver o Cristiano, significa que vai fazer merda, porque ele é maluco e com certeza vai alimentar a raiva dela de algum modo.

— Porra, mas esse amigo de vocês não serve pra porra nenhuma, hein?

— Entra no carro e me segue.

Ele entra no carro dele e eu entro no meu. Eu o deixo sair primeiro e vou seguindo, ficando aflito. Eu fiz meu dever de casa e pesquisei sobre os antecedentes de Cristiano. Sei que ele foi afastado algumas vezes por descontrole emocional, sei que ele é instável, problemático, se acha o mais brabo, além, é claro, de estar envolvido com os esquemas de Coronel Fábio, Major Rocha e companhia. Durante o caminho, eu fico tentando entender o motivo que levaria Elisabetta a ir atrás dele em um momento de instabilidade. Será que ela quer fazer besteira e sabe que ele será o único que a apoiará?

A viagem até o Aterro do Flamengo demorou, devido ao trânsito, mas quando chegamos na rua residencial onde eu encontrei Elisabetta, outra vez, eu já ouço gritaria. Quando descemos dos carros, ainda do outro lado da rua, consigo ver que Elis e Cristiano estão discutindo no pátio do edifício que ele mora, do lado de dentro do portão. Ela está descontrolada, o xingando e botando o dedo em sua cara.

— Ele fez merda. — ouço Eurípedes comentar ao meu lado — Porra, ela vai matar ele.

— A gente não pode deixar? — eu pergunto o olhando

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