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- Pai? - eu disse, surpresa. Ele deveria estar em uma viagem de negócios em Melbourne. O que ele estava fazendo em casa, eu não tinha ideia.

Ele quase nunca vinha para casa e escolhia vir quando eu estava do lado de fora, bem depois do toque de recolher, devo acrescentar, beijando a bochecha de um cara que ele bem conhece.

Que momento ruim.

O homem de cabelos castanhos, que olhava para Oscar com ceticismo, finalmente se virou para mim.

- Beatrice, minha garotinha - ele exclamou. - Venha dar um abraço no seu velho! - ele disse em italiano, esticando os braços de forma acolhedora.

Eu ri, pulando nos braços do homem que me embalou desde o nascimento.

- Senti sua falta. - Eu sussurrei baixinho e, pela maneira como ele me abraçou mais forte, eu pude perceber que ele ouviu meu comentário. Era verdade, eu
senti falta dele. Embora não faria mal nenhum acrescentar que eu teria preferido que ele tivesse vindo dois minutos depois.

Papai sorriu, recuando.

- E foi por isso, dolcezza mia (meu doce), que cheguei em casa mais cedo do que pretendia.

Sorri em resposta, mas isso logo desapareceu quando vi meu pai olhando para Oscar de cima e a baixo.

- Pode me dizer o que Oscar Piastri faz em frente de nossa casa? - Ele perguntou, balançando a cabeça indo em direção ao australiano.

O piloto  ficou paralisado, com as sobrancelhas levantadas. Ele olhou em volta para ver se meu pai estava se referindo a mais alguém, mas quando ninguém apareceu, ele se virou, com uma expressão confusa no rosto.

- Er, boa noite, senhor.. senhor Madeira? - Ele disse em tom de pergunta, abrindo os braços e dando uma olhada em seu próprio corpo.

Huh. Talvez terminasse melhor do que eu pensava.

Meu pai sorriu com força. Ele estava obviamente tentando manter suas boas maneiras intactas e, conhecendo Oscar, não iria durar muito.

- José. Me diga Oscar Piastri o que faz aqui?

- Hmm levando sua filha a casa? - Oscar diz olhando para todo o canto menos para meu pai.

- Ah certo e o que você é para ela?

Então, novamente, conhecendo meu pai, ele provavelmente estava tentando apertar o botão de Oscar até ele explodir.

Conheço meu pai, bem, toda a minha vida. Então, é seguro dizer que o conheço como a palma da minha mão. Meu pai sempre teve uma espécie de talento infantil para ele. Minha mãe sempre disse para ele "crescer" e "parar de brincar", mas ele é assim.

Ele sempre foi muito superprotetor. Ele sempre afastava qualquer cara que chegasse perto de mim e me proibia de sair com caras.

Claro que saí com caras às escondidas e que ele nunca soube. Me sinto mal por isso, mas cara eu era adolescente.

Dito isso, acho que não fiquei surpresa quando meu pai continuou falando. Sua zombaria estava longe de terminar.

Ele se virou para Oscar, dando-lhe um longo olhar. Ele então se virou para mim.

- Quem é exatamente? - Ele questionou.

- Pai, este é Oscar. Ele é meu..

Meu o quê?

Um amigo? Conhecido? Um inimigo?

Nunca discutimos isso. Haveria momentos em que eu e Oscar poderíamos nos dar bem facilmente. Poderíamos conversar sobre qualquer coisa e rir de qualquer coisa. Isso não parecia importar. Ele parecia um grande amigo então.

Simples favor l Oscar PiastriOnde histórias criam vida. Descubra agora