Simples favor l Oscar Piastri

20

Quando estava acabando meu turno e graças a Deus, porque já estava farta de estar ali, Oscar bate na porta e entra.

- Ei.

Virei-me na sua direção o vi segurando uma moldura. Parecia uma foto dele.

- Oi - eu disse sorrindo.

Seus olhos castanhos brilharam quando ele se aproximou de mim.

- Veja só o que eu trouxe. Você vai amar - Ele brincou, educadamente, com uma pequena risada, onde me estendeu uma moldura com uma foto sua segurando o seu troféu.

Peguei na mão e agradeci a colocando do lado de meu computador.

- Muito linda. Obrigada, já até dá outra vida né? - eu brinquei.

- Totalmente. Ainda vai demorar muito aqui? - ele pergunta me olhando.

- Não. Você pode ir. - eu digo voltando meu olhar para o trabalho.

- Não! Eu espero você e te acompanho, né? É isso que "namorados" fazem. - ele diz se sentando na cadeira em minha frente e a balançando que nem criança.

Enquanto isso Oscar me olhava até que seu telefone tocou.

- Vou ali fora. Te espero na recepção depois. - ele saindo deixando a porta aberta onde minutos depois alguém por ela entra.

Francesca, em toda sua glória dourada.

Eu queria lhe dizer que "nunca teve educação para bater na porta antes de entrar?" mas me contive porque sabia que era madura demais para isso. Eu não me rebaixaria ao nível dela.

Ela me olhou de cima a baixo, um olhar azedo na cara dela.

- Vejo que você é dona do lugar né, cara e não só, me roubou Oscar, não tem vergonha? - ela quase grita. Ela então caminhou até a frente da minha mesa e chegou perto do meu rosto, sorrindo docemente. - Não tenha a impressão de que Oscar gosta de você e lembre-se de sua posição. - Ela disse humilde, então só eu poderia ouvi-la.

- Se vira Francesca, o que eu e Oscar temos não tem nada haver com você e além do mais, você nunca teve nada com ele sem ser uma conversa de 20min, por favor me largue. Fiz alguma coisa errada com você? Cara você é insuportável. - eu disse com firmeza cruzando os braços sobre o peito.

A italiana riu alto, mostrando todos os seus dentes brancos perolados, antes de olhar mim de cima a baixo.

- Você fez sim, apenas estar nesta sede respirando me irrita. Espero que você tenha muito azar com seu novo lugar. - Ela diz, com as mãos nos quadris, um sorriso cruel brincando em seus lábios enquanto se virava para mim.

Fiquei quieta. Queria me defender, mas tive que cumprir um dos votos que fiz. Para sempre ficar quieta quando ela me atacava. Responder iria só piorar mais e eu não queria isso.

Outra promessa que fiz a mim mesma foi nunca chorar. Eu fiz isso para ter certeza de que nunca pareceria fraco na vida de ninguém.

- Se não se importa. - apontei para a porta. - Vá indo, já que estou acabando e alguém me espera né? Ao contrário de você.

Francesca revira os olhos e sai disparada pela porta fumegando. Apenas ri dela no meu interior e acabei meu trabalho. Sai de meu escritório dando com o australiano me esperando lá em baixo, mexendo no telefone.

- Vamos? - eu digo o olhando.

- Sim. - ele diz pondo o telefone no bolso e me abraçando com um de seus braços até ao estacionamento. Se despedimos e fui para casa. Na volta para casa foi lenta, o trânsito de Londres me irritava para cacete. Fiquei mais de 1h no trânsito. Supostamente chegaria a casa às 20h 10m mas cheguei eram já quase dez da noite. Apenas entrei em casa dei um beijo em minha mãe e me deitei. Não acordeci logo, claro, os pensamentos do australiano me consumem diariamente. Eu pagaria para saber se Oscar também pensava em mim. O pensamento que mais me atacou foi sem dúvida o de Francesca.

"Não tenha a impressão de que Oscar gosta de você e lembre-se de sua posição"

Estaria Francesca certa? Oscar apenas fazia isso para brincar com meus sentimentos? Melhor esquecer isso né?
Nunca se sabe o que passa na mente de outra pessoa.