Simples favor l Oscar Piastri

46

2 semanas.

Já fazia 2 semanas e 3 dias que eu tinha percebido meu amor por Oscar. No entanto, também fazia o mesmo tempo que eu não o via. Meu coração pulou uma batida pensando no meu último encontro com ele.

Depois de um tempo considerável para Piastri se acalmar, eu o levei para dentro. A chuva tinha diminuído no tempo em que estávamos sentados do lado de fora, mas ainda não era bom para a saúde dele e nem para a minha. Embora um pouco relutante, ele me seguiu para dentro. Ainda me lembro da expressão em seu rosto quando o sentei no sofá, não era algo que eu pudesse esquecer completamente.

Derrotado, era isso que era e, apesar de todas as minhas tentativas de animá-lo, o olhar não ia embora.

Meu coração inchou com a lembrança dele, ele parecia uma criança perdida e precisei de tudo em mim para não puxá-lo para meus braços e segurá-lo até que ele voltasse a ser como era antes.

Mas eu, mais do que ninguém, sabia que esquecer um ente querido não era tão fácil. Eu sabia que levaria algum tempo, especialmente ao ver o quão próximo ele era de sua mãe, e eu estava disposta a dar-lhe esse tempo. No entanto, uma parte de mim ainda desejava que isso não tivesse acontecido, que sua mãe ainda estivesse viva e que ele não fosse tão sem alma quanto eu o tinha visto. Eu desejava que ele fosse como era antes, mesmo que significasse ouvir os constantes comentários sexuais de novo e de novo. Valeu a pena.

Eu sabia que estava sendo egoísta, mas não conseguia evitar. Antes do australiano entrar na minha vida, as coisas mais próximas que eu tinha de amigos eram minha mãe e meu avô. Meu pai estava sempre ausente, mas nunca o culpei por isso, sabendo que ele fez isso por nós. Minha vida era só eles.

Mas, eu não me importava. Meu avô era minha luz. Toda vez que ele vinha, ele me dava a sensação eufórica de companheirismo que eu não tinha em nenhum outro lugar. Ainda me lembro de todas as histórias que ele me contava, sobre seu passado, sobre carros de f1 e a Scuderia Ferrari. A maneira como ele fazia uma pausa entre as histórias e se inclinava para o cinzeiro, batendo duas vezes antes de continuar. Eu ainda, no entanto, me lembrava das minhas últimas memórias dele, quando ele falou comigo pela última vez.

Lembro-me como se fosse ontem.

Corri para fora, minhas pernas tropeçando no meu vestido. Meus olhos se fixaram no vovô sentado na varanda, seu olhar no sol poente. Corri atrás dele, minhas mãos se esticando e agarrando seu ombro.

- Buuu! - gritei, esperando assustá-lo. Ele se virou lentamente para mim, o sorriso sumindo do meu rosto enquanto eu olhava para seus olhos cheios de tristeza. - O que há de errado? - perguntei suavemente, olhando-o inocentemente. Seu sorriso não pareceu forçado na hora, mas agora, olhando para trás, eu sabia o quão tenso ele estava. Ele estendeu o braço, para que eu pudesse sentar ao seu lado. Descansei em seu lado e ele suspirou no que pareceu conforto.

- O que aconteceu? - Minha voz era suave e trêmula, meu lábio inferior se projetando em tristeza enquanto eu o observava.

Ele exalou lentamente, seus olhos retornando ao sol poente. Meu corpo se movia a cada inspiração e expiração dele, seu cheiro familiar de charutos e balas soprando com a brisa em meu nariz.

- Chega um momento - ele começou, sua voz profunda cheia de sabedoria - em que algo que você não quer que aconteça, algo completamente inesperado, aparecerá em sua vida. Pode ser bom, pode ser ruim, mas vai acontecer um dia. E você não terá controle sobre isso.

- Você quer dizer como o destino? - perguntei baixinho, corando enquanto ele sorria orgulhoso.

- Sim, minha menina, é algo como o destino - ele sussurrou, me abraçando mais forte. - E quando isso acontecer, você terá que estar preparada. Quero ter certeza de que você será forte não importa o que aconteça - ele disse como se soubesse de algo, mas, na época, eu não percebi.