34 - Thirty-Four

704 84 27
                                    

Senti um arrepio percorrer meu corpo ao cruzar novamente a porta da mansão dos corvos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Senti um arrepio percorrer meu corpo ao cruzar novamente a porta da mansão dos corvos. O ar estava pesado, carregado de uma tensão quase palpável. O silêncio que envolvia o lugar era sufocante, e a ausência de qualquer movimento apenas aumentava meu desconforto.

— Onde estão os seguranças?! — gritei, a irritação transparecendo na minha voz, ecoando pelas paredes vazias. O som do meu grito parecia um chamado à ação, e logo vi dois seguranças correndo em minha direção, com expressões de preocupação.

— Desculpe, senhor. Tivemos que verificar uma situação que ocorreu a menos de uma hora — um deles explicou, a respiração entrecortada pela pressa.

— Que merda aconteceu? — Perguntei, a frustração subindo como uma onda.

Antes que eles pudessem me responder, ouvi passos firmes se aproximando. O coração disparou em meu peito enquanto o reconheci. Seu rosto, com a pele negra e os olhos claros como o céu, imediatamente me trouxe um misto de alívio e raiva.

— Você não havia morrido, seu filha da puta?! — exclamei, a felicidade quase escapando em meio à indignação.

— Acha mesmo que eu teria paz sem uma certidão de óbito? Eu tenho os meus contatos — Blake respondeu, dando um passo à frente. Não consegui conter um soco em seu braço direito, uma mistura de alívio e exasperação.

— Já era para eu esperar por isso.

— O que veio fazer aqui?

— Vim ver como estava a mansão e o estado das coisas… não podemos falar por aqui — ele disse, lançando um olhar furtivo para os seguranças. O medo implícito em seu gesto não passou despercebido. Qualquer informação que Antony compartilhasse não deveria se espalhar, mesmo entre aqueles que ele considerava confiáveis.

Caminhamos até a sala de reuniões, a grande mesa refletindo a luz fria do ambiente. O ar condicionado murmurava, o único som entre nossas respirações tensas.

— Como está Lia? — perguntou. dirigi meu olhar para Blake, que pareceu captar a urgência da questão.

— Oh, me desculpe… ainda estou preso ao personagem. Como está a neta de Antony? — Ele desviou, mas a pergunta tinha um peso que não podia ser ignorado.

— Digamos que ela está bem — respondi, a verdade era que eu não tinha certeza do que estava acontecendo com Lia.

— Como você conseguiu mentir até agora? — perguntei, um sorriso maroto nos lábios.

— Você mente a sua vida toda, Gracy. Deveria saber como fiz isso — ele brincou, mas suas palavras carregavam uma verdade que doía.

— Nós mentimos a vida toda — corrigi, e ele apoiou a mão sobre a mesa, olhando pela janela com um ar pensativo.

— Mas devemos admitir que você mente há mais tempo que todos nós — ele disse, sua observação me fazendo refletir. Era uma verdade inegável.

— Como você apareceu aqui de repente? — indaguei, a curiosidade superando a cautela.

Gortoz a RanOnde histórias criam vida. Descubra agora