20 Twenty

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05 meses antes

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05 meses antes

Ela tinha ido embora.

Eu deixei ela ir mais uma vez.

Eu perdi ela novamente.

Isso tudo para salvar minha imagem daquela mulher, eu a perdi para ela de novo.

Passei a porta da sala e olhei ao redor, estava vazio, ela não estava aqui.

Me retirei do cômodo e andei até a porta do meu quarto, a abri.

Não estava lá.

Experimentei meu corpo tremer e uma angústia indescritível me consumir aos poucos, a agonia da perda, a aflição de ser abandonado por alguém que se ama, a dor de partir de alguém que se ama.

Eu jurei para mim mesmo que não deixaria ela ir embora, mas quando chegou o momento eu fui covarde o suficiente para deixar ela levar a minha mulher mais uma vez em minha frente.

Lia McKenzie sempre foi meu alvo assim que eu passei a porta de sua casa aos 10 anos de idade.

Seus fios cacheados caídos pelo seu ombro, seu olhos castanhos sendo refletidos pela luz do por do sol e seu sorriso estampado em seu rosto enquanto desenhava.

A partir daquela imagem ela se tornou minha.

Eu estava suando frio, minha respiração estava fora de controle e eu não conseguia controlar ela.

Fui até minha mesa e peguei minha bombinha de asma, coloquei em minha boca e apertei o botão.

Mas não passava.

Não era capaz de me fazer livrar da minha dor.

Observei aquela cena dela ser levada pela pessoa que foi capaz de acabar com a vida de uma criança com apenas uma ação, observei de forma impotente ela ser levada para longe de mim novamente, fui incapaz de agir enquanto a cena desenrolava diante aos meus olhos. Naquele momento minhas lágrimas rolaram pelo meus rosto, misturando-se com a dor e a raiva que consumia minha alma.

Em um misto de desespero e resignação eu percebo que a única promessa feita por mim naquela hora foi vingança.

Vingança por tirar ela de mim, ela a tirou de mim e pagaria muito caro por isso.

Todas as noites em claro em busca do que é meu, todos os dias que fiquei trancado aos 12 anos sem comer e se hidratar, todos os anos que demorei a encontrar ele, ela iria pagar por tudo.

Todo o meu tempo sem resposta.

Tudo foi possível por conta dele, mas agora ele estava morto.

E se eu não a encontrasse nunca mais?

Saí dos meus pensamentos assim que escutei a vibração do meu celular contra minha cama, fui até ele e o atendi.

— Quem é?

Gortoz a RanOnde histórias criam vida. Descubra agora