12 Twelve.

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Comentem bastante, isso me motiva a continuar a história e amo ver a reação de vocês 🥴

.........
E

u não sabia que a dor de uma perda poderia machucar tanto alguém até eu perder as pessoas mais importantes da minha vida — meus velhinhos.

"Assassinados." Essa palavra ressoava incessantemente na minha mente desde o momento em que recebi a devastadora notícia de que eles haviam sido assassinados. Faz mais ou menos três dias, mas a sensação de tempo estava distorcida, como se cada hora se arrastasse, se estendesse em um tortuoso labirinto de dor e negação.

Três dias que não saí do quarto. Três dias que não comi. Três dias que estou sem me levantar, presa em uma fase de negação que parece não ter fim. Acreditar que isso está acontecendo comigo é um esforço cruel. A mente se recusa a aceitar essa realidade, uma luta interna que me desgasta a cada segundo.

Eu sei que muitos dos seus filhos, netos, bisnetos, e assim por diante, devem estar chorando horrores pela perda deles. Mas quando minha avó estava doente, fui eu quem preparou as refeições para que ela pudesse descansar, para que ela pudesse ter um momento de paz. Quando ela não tinha forças para dar banho no meu avô, com medo de que ele escorregasse no banheiro, fui eu quem fez isso. Eu sempre estive presente, sempre disposta a cuidar, e agora, quando finalmente consegui algo para fazê-lo feliz, algo tão simples como um momento de alegria, isso acontece. E eu não estava lá. Não os vi no último momento, não pude me despedir. Isso pesa em meu coração como uma âncora.

Tudo o que eu fazia era por ele.

Meus pensamentos foram abruptamente interrompidos quando ouvi a porta se abrir pela segunda vez naquele dia, já era tarde. Hannah e Luke entraram no quarto.

Eu não estava bem. Minha boca estava ressecada, meus cabelos pareciam um emaranhado de desespero, e tudo doía, desde a dor emocional que me consumia até a dor física que parecia se manifestar em cada parte do meu corpo.

— Lia! Não pode continuar assim, você tem gastrite. Tem que comer e hoje você vai! — A voz de Hannah era firme, mas carregava uma preocupação genuína.

Puxei o lençol para cobrir meu corpo inteiro, até meu rosto, como se pudesse me esconder da realidade.

— Anda! — Senti a coberta ser retirada e meu braço ser puxado, desafiando minha resistência.

Eu mal conseguia ficar em pé, pois qualquer movimento parecia ameaçar me fazer vomitar tudo que já comi um dia. Levantei o rosto e encontrei os olhos de Hannah, cheios de compaixão. Minhas lágrimas começaram a escorrer pelas minhas bochechas, como se quisessem se libertar da dor que eu tentava sufocar.

— Meu bem... — Hannah se aproximou, segurando meu rosto delicadamente com a mão esquerda enquanto arrumava meu cabelo atrás das orelhas com a direita.

— Eu sei que está mal, mas não pode se auto destruir desta forma. Tenho certeza de que, pelo que me contou sobre eles, eles não gostariam de ver você nesta situação.

Luke observava a cena ao lado de Hannah, com as mãos dentro dos bolsos, a expressão dele também carregava a marca da tristeza.

— Lia, não gostamos de ver você assim e, muito menos, eles gostariam. Você tem que ser forte por eles dois.

As palavras de Luke ecoaram em minha mente, mas uma parte de mim estava perdida, sem saber o que fazer agora.

Hannah suspirou e se levantou, puxando-me para que eu também me levantasse.

— Agora nós vamos até o refeitório e você vai comer, e depois tomar um banho. Os garotos já prepararam algo para você.

Franzi o cenho, mas ela me puxou e me fez ficar em pé. Senti meu estômago embrulhar.

Gortoz a RanOnde histórias criam vida. Descubra agora