36 - Thirty- six

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Meus olhos estavam fixos apenas em Gracy enquanto ele contava tudo, cada palavra parecia cortar o silêncio pesado que nos cercava. A intensidade da situação me fazia sentir como se estivesse presa em um turbilhão de emoções. Hannah também estava envolvida, e uma pergunta ecoava na minha mente: será que a amizade dela foi realmente sincera? Isso poderia explicar o surto que ela teve comigo... Luke morreu por minha causa, e essa realidade me consumia.

Minha mente estava uma bagunça, cheia de fragmentos de lembranças e perguntas sem respostas. A traição de Antony, a confusão em torno de Hannah, e a dor da perda de Luke se entrelaçavam em um emaranhado de pensamentos que não conseguiam encontrar um caminho claro. Seria possível que Luke, em algum momento, realmente tivesse sentido algum tipo de amizade por mim? A dúvida me corroía.

Os olhos negros de Gracy estavam repletos de dor e nojo quando ele mencionou seu pai. Eu conseguia enxergar isso claramente, e meu coração apertou ao ver a luta interna que ele enfrentava.

Eu estava encostada na parede do lado de fora, olhando para o céu repleto de estrelas, uma imensidão que me fazia perguntar se eles ainda estavam ali, observando tudo.

- Não se preocupe com Beatriz e Bryan - ouvi a voz de Gracy ao meu lado, sua presença constante me dava uma sensação de segurança. Ele não se afastou de mim nem por um segundo.

Encarei a piscina em minha frente.

- Como eu não me preocuparia com eles? - A preocupação era intensa, especialmente em relação a Bryan. Eu me sentia responsável por sua segurança.

- Quando você ficou em coma, sua casa foi atacada. Encontraram o endereço... fizeram uma chamada de vídeo um tempo antes, eles sabiam onde você estava... eles sempre encontram.

Meu coração disparou. Eu os coloquei em perigo? A culpa começou a se instalar, pesada e sufocante.

- Tem certeza de que me perseguem só porque você me tem ao seu lado? - Essa dúvida gerava gatilhos constantes em mim, como se eu estivesse sendo seguida por sombras.

Ele virou o rosto para me olhar, e vi a sinceridade nos seus olhos.

- Tenho certeza. Nunca pude ficar perto de você... nem respirar, mas eu fazia questão de ficar. - Seus olhos sorriram, e eu percebi a vulnerabilidade por trás de suas palavras. - Por que a pergunta?

- Só para ter certeza. - Minha voz saiu mais fraca do que eu pretendia, e percebi que ele estava desconfiado, talvez não soubesse de muitas coisas.

- Continuando, sua casa foi atacada e o único lugar seguro era mandá-los para algum dos abrigos. Eles são esconderijos.

- Pode me levar lá? - A esperança brotou dentro de mim, mas sua resposta foi rápida.

- Não.

Arqueei uma sobrancelha, mas me calei. Senti sua pele quente contra a minha quando ele segurou minha mão, uma conexão que me trazia conforto em meio ao caos.

- Eles sempre encontram você. - A sensação de perigo estava presente a cada instante.

- Eles sabem que estou aqui?

- Ele sabe.

- Por que não fez nada então?

- Eu não sei se é uma boa hora para dizer. Não sei como você vai reagir.

Gortoz a RanOnde histórias criam vida. Descubra agora