32 - Thirty-Two

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Espero que comentem bastante 😊

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A sensação de estar submersa no próprio passado e nos pesadelos é, sem dúvida, uma das mais angustiantes. É como se você estivesse presa em um grito silencioso, incapaz de abrir os olhos.

Vi quando seus braços fortes envolveram meu corpo e me puxaram para o seu colo.

Senti sua respiração quente em minha nuca e um suspiro malicioso escapando de seus lábios, misturado ao seu hálito.

Era sufocante; eu não conseguia me libertar e era forçada a suportar o desconforto da sua respiração enquanto meu corpo era levemente solto e novamente apertado. Mesmo vestindo roupas, percebia o volume em sua calça.

— Princesa, não precisa chorar.

Ouvi sua voz rouca enquanto minhas lágrimas e súplicas para que me soltasse escapavam de mim de forma descontrolada. Ninguém estava em casa. Apenas lá fora.

O segundo andar era a porta de entrada para o meu pesadelo.

Quando era criança, não sabia que aquilo era errado. Apenas sentia o desconforto e a dor.

— Me solta… por favor.

Repeti o pedido, mas nada mudou. Ele não me soltava, nunca o fazia.

Era meu tio querido, aquele que eu considerava especial. Não compreendia a gravidade da situação, mas sentia um peso imenso.

Senti minha respiração falhar ao notar que ele descia a mão até minha cintura e tocava o tecido do meu short da Minnie, um pijama infantil.

Levantei-me abruptamente e sentei na cama, olhando ao redor. Meus olhos ardiam e meu coração batia acelerado.

— O que aconteceu?

Ouvi a voz rouca de Gracy ao meu lado.

Olhei para ele, que estava com o peito exposto e as mãos atrás da cabeça, me observando.

Não consegui responder; sentia como se arames farpados estivessem ao redor do meu pescoço, uma vontade de chorar e de gritar.

Minhas lágrimas começaram a escorregar, e rapidamente virei o rosto para que ele não visse.

Levantei da cama e fui em direção à porta que dava para o corredor.

— Onde você vai?

— Ao banheiro.

Respondi com dificuldade, enquanto as lágrimas continuavam a cair sem que ele percebesse.

Entrei no banheiro rapidamente e fechei a porta. Não havia tranca, mas estranhei ao ver uma chave em cima da pia.

Peguei a chave e a coloquei na porta, girando-a até ouvir o clique da fechadura.

Ele colocou.

Fiquei olhando para a chave em minha mão. Ele se importava tanto assim com o meu bem-estar?

Tirei minha roupa e entrei debaixo do chuveiro, ligando a água.

Deixei que a água caísse sobre mim, tentando amenizar a dor e lavar a sujeira que parecia ter se instalado em meu corpo.




— Você precisa tomar banho, Lia.

Ouvi a voz da minha mãe se aproximando. Estava sentada no chão da varanda da casa dos meus avós, brincando com a cachorrinha que eles haviam adotado recentemente.

— Mas eu ainda quero brincar com ela, mamãe.

Vi o olhar sério dela e rapidamente me levantei.

Gortoz a RanOnde histórias criam vida. Descubra agora