17 Seventeen

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Caminhamos até chegarmos em frente à casa dele, sem grandes novidades.

Era um muro simples feito de tijolos básicos, com um portão preto. Ao atravessar o portão, nos deparamos com um deslumbrante jardim, repleto de rosas e tulipas bem cuidadas. Fiquei realmente encantada com aquela visão, especialmente com a passagem de pedras brancas e as diversas flores ao redor.

Interrompi minha caminhada e me agachei para observar mais de perto. Havia rosas brancas e tulipas brancas, e enquanto as tocava, pude sentir a suavidade das pétalas.

- Gostou?- Saí dos meus devaneios.

- Sim, gostei muito! Isso é incrível, como você conseguiu criar tudo isso?

No entanto, ele não respondeu à minha pergunta e continuou caminhando.

- Foi difícil cultivar todas essas flores?- Mais uma vez, ele não deu resposta. Decidi então não insistir no assunto, não fazia diferença afinal.

Continuamos a caminhar e logo avistamos uma casa típica, com uma varanda à frente e uma porta.

Na varanda havia um balanço, e ele entrou na casa, seguido por mim.

A casa era comum, mas muito aconchegante.

Tinha uma atmosfera familiar, embora nada me viesse à mente.

- Sente-se na sala, já volto.

Era por volta das 8 da manhã.

Ele não me indicou onde ficava a sala, mas, de alguma forma, eu sabia. Um sofá cinza ficava de frente para a televisão, com uma mesa no centro. Sentei no sofá e olhei para as minhas mãos, notando que as cicatrizes estavam inchadas. De repente, senti um formigamento e cocei o local.

Logo ele ficou parado ao meu lado, ele estendeu o braço em minha direção, segurando uma toalha e algumas roupas unissex.

- Tome

Olhei para ele e brinquei:

- É normal ter roupas desse estilo?

Ele cruzou os braços

- O que você quer dizer com 'desse estilo'?

- Bem, roupas unissex

Pude ver um sorriso malicioso se formar em seu rosto.

- Por que a pergunta? Quer saber se eu trago outras pessoas aqui?

Isso me deixou intrigada, pois não é comum ver homens que moram sozinhos com roupas assim.

- Eu? Claro que não- Me levantei e tentei passar por ele, mas ele me bloqueou.

- Você não sabe mentir

ele disse, enquanto eu encarava seu rosto e percebia que ele parecia mais descontraído.

- Nunca conheci um homem que tivesse roupas para qualquer situação

- Estou sempre preparado para tudo

Mudando de assunto.

- Bom, onde fica o banheiro?

Ele me instruiu a seguir em linha reta pelo corredor e virar na primeira esquerda. A casa era realmente espaçosa. Segui suas instruções e entrei no banheiro. Coloquei as peças de roupa em cima da pia e olhei para a porta.

Decidi chamar sua atenção e falei em um tom alto para que ele pudesse me ouvir.

- Ei!

Ele logo apareceu na porta do banheiro, apoiado nela.

Gortoz a RanOnde histórias criam vida. Descubra agora