35 - Thirty - Five

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Antes de começar eu só quero dizer uma coisa, comentem muito pois quero ver a reação de vocês... não vão se arrepender do meu pedido.

Nem eu consegui conter meus gritos.

Leon Gracy

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Senti meu corpo ser empurrado contra a mesa de vidro, o impacto frio e duro fazendo ecoar na quietude quase opressiva da sala. As sombras dançavam nas paredes, e a escuridão parecia quase palpável, enquanto eu lutava para conter a sensação de vulnerabilidade. O cheiro intenso de álcool emanava dele, uma mistura nauseante que me lembrava de noites longas e dolorosas.

— Poderia não me bater só por hoje? Meu corpo já dói por causa de ontem. — A voz saiu de mim como um sussurro fraco, quase um pedido desesperado.

Os olhos dele brilharam de forma perturbadora, e vi um sorriso se alargar em seu rosto, um sorriso que nunca trazia boas intenções.

— Assim que eu quero ver você. — Ele disse, a satisfação visível em sua expressão. O que eu via como dor, ele via como controle.

— Você quer ver seu filho machucado? — A pergunta escapuliu dos meus lábios, carregada de incredulidade. Eu olhei para as marcas arroxeadas em meu corpo, um testemunho silencioso das suas ações.

Ele se inclinou mais perto, a voz baixa, mas firme.

— Insistente, eu sei que você não vai desistir fácil de ficar com ela... tem que ficar longe daquela bagunça de família.

Passei a mão pelo meu cabelo, tentando reunir coragem.

— A única bagunça está na sua cabeça. Aquela família é bem mais organizada do que você mesmo.

Minha altura me dava uma vantagem, e mesmo diante dele, que me agarrou pela roupa, eu mantive o olhar firme.

— Não consegue ter uma conversa decente com o seu filho?

Ele arqueou uma sobrancelha, desdenhoso.

— Está muito ciente ou falante para a sua idade, não acha?

Um sorriso se formou em meu rosto, um gesto de desafio.

— Foi você quem me obrigou a crescer antes da hora. Arque com as consequências... ou não consegue fazer isso?

Então, senti a dor aguda quando seu punho encontrou meu rosto. A queimadura da raiva e do desespero se espalhou por mim.

— Fique longe daquela família. Os Crows nunca aceitaram você. — As palavras dele eram como facas, cortando a frágil confiança que eu tentava manter.









— Gracy? — A voz de Lia cortou o silêncio, fazendo meu coração acelerar.

Não respondi, enquanto passávamos pelo grande portão e pela imponente estátua de corvo que parecia observar tudo.

Senti sua presença se afastar e, ao olhar, percebi que ela estava parada, encarando a estrutura. A tensão na atmosfera era palpável.

Gortoz a RanOnde histórias criam vida. Descubra agora