It's not real

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Aviso de conteúdo sensível no capítulo a seguir.
            
                  
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Sempre existem mais cacos a serem estilhaçados e, feridas a serem ainda mais dilaceradas, derramando o sangue do coração — tão tóxico e perigoso quanto qualquer bomba, quando machucado —  que respinga no chão, quebrando o mármore frio. Criando uma cratera sem fim.

Anny

Acordo, abrindo os olhos, tentando me ajustar à noite. A escuridão tomando todo o ambiente exceto por uma leve fresta entre as cortinas, que trazia a luz da lua e estrelas para dentro do quarto.

Algo parecia estranho.

Muito estranho.

É a sensação de um presságio — como se eu soubesse que viria uma tempestade depois da chuva, e que raios iriam estalar no céu, trazendo caos aos lugares.

Tudo parecia fora do normal, a sensação enviando calafrios por minha espinha.

Tentei me sentar, mas não consegui. Eu estava parada, meu corpo parecia doer.

O que diabos estava acontecendo?

Um barulho. De repente escutei, parecia alguém destravando a porta e entrando. E a única pessoa que sabia minha senha, era Kate. Mas, ela estava ocupada demais ultimamente e deveria estar exausta. Porém, mesmo que viesse me visitar, ela avisaria, jamais entraria do nada.

Não. Talvez fosse só nervosismo. Com todas as coisas que aconteceram, com o que aconteceu, eu estava totalmente vulnerável, sensível e assustada.

Eu estava errada, no entanto.

Porque a sensação de que havia algo de errado, se fez certeira quando a porta do meu quarto se abriu devagar. Alguém surgiu naquela escuridão, eu não conseguia ver o rosto, mas eu estremeci. E eu tentei me levantar, falhando miseravelmente. Parecia que meu corpo estava colado à cama.

Até que meu coração disparou quando o vi. A luz de fora das cortinas, iluminou aquele rosto e eu senti tudo dentro de mim girar.

Por favor. Não é real. Não é real.

A cama rangeu, minha garganta estava seca e eu não conseguia falar nada. Ele subiu, sorriu. Foi um sorriso horrível.

— Achou que podia fugir de mim? — Colin estava agora em cima de mim, sorrindo como a merda de um psicopata.

Meus olhos estavam arregalados em choque. Eu queria gritar, mas não saia.

Não. Não.

— Se você não vai ser minha...não vai ser de mais ninguém. — E então, suas mãos envolveram minha garganta, apertando-a com força.

O ar sumiu dos meus pulmões, a dor se intensificou, as unhas fincando na minha pele, a ponto de eu sentir algo escorrer. Sangue. Devia ser meu sangue.

Eu não quero morrer.

Por favor. Alguém.

Os sons que saiam da minha boca eram assustadores, porque eu sabia que o fim da minha vida estava chegando e o meu oxigênio sendo tomado por um monstro.
Um monstro que se aproximou de meus lábios e beijou. Eu quis vomitar, não correspondi, mantive os lábios fechados com toda força, mas, ele não me soltou.

Por favor.

Acordei em um solavanco, respirando pesadamente e ofegante, suor escorria por meu corpo e eu senti frio. Muito frio.

O CEO- Jung JaehyunOnde histórias criam vida. Descubra agora