O CEO- Jung Jaehyun

Helium

Helium (Sia)

Seu amor, me levanta como o hélio.

Seu amor me levanta quando estou caindo.

Quando eu atinjo o chão, você é tudo o que eu preciso.

Jaehyun

Nunca achei que fosse me sentir tão dilacerado de novo, como me sentia naquele momento.

— Ela não come. Não quer conversar com ninguém, não sei mais o que fazer Sr.

Lembrava-me da ligação que me fizera marcar a viagem o quanto antes.
E me senti um péssimo filho por ter demorado dias. Por ter deixado isso acontecer. Pensei que depois de tudo, ela iria ficar bem.

Na primeira semana aqui, quando a vi deitada, fraca, meu coração chorou. Eu podia sentir as lágrimas de sangue entupindo minha garganta, meu peito. Ela estava mais magra ainda, o rosto completamente abatido.

No início da segunda semana, consegui fazê-la comer direito, e então falar.

— Mãe, você sabe que pode falar comigo. Estou aqui. Vou cuidar de você. — Acariciei sua mão, enquanto seus olhos finalmente me encaravam.

— Ele. — Ela tremeu — Veio aqui. Disse que era para nós irmos na festa para comemorar mais um ano de casamento deles... Eu disse que não ia. Que você não ia, não precisava. — Seu rosto começou a molhar e eu me aproximei, enxugando cada uma de suas lágrima com o coração partido. Eu sabia a quem ela se referia. — E então...ele disse que eu era uma inútil. Que eu não servia pra nada, que foi por isso, por eu ser um lixo que me traiu. Ele disse que não se arrependia e faria de novo, e que eu merecia apodrecer sozinha.

Triquei o maxilar. Usei tudo o que podia para me conter.

Como ele sequer se considerava humano?

— Você não é nada do que ele disse. Aquele homem é a podridão. Você, mãe, é a luz. Ele perdeu a joia mais preciosa que poderia encontrar.  — Abracei-a com força. Minha mãe era tudo. Minha fortaleza.

Foi por ela que eu não me definhei, que eu lutei com tudo o que podia para ficar bem. Conseguir erguer um império, foi tudo graças à ela.

Respirei fundo, deixando a água gelada me acordar, me acalmar.

Desde que minha mãe descobriu sobre a traição do meu pai, se é que deveria chamá-lo assim, ele não merece esse título, ela se definhou, ficou tão deprimida, destruída que eu pensei que fosse perdê-la.
Foram anos de terapia. Ela o amava com tudo de si, e ela só o tinha. Abandonada pelo homem, pela única pessoa que devia amá-la, protegê-la e, com um filho, mergulhou em dor.

Ele não tirou tudo de nós, até porque minha mãe ajudou a erguer tudo o que era dele hoje em dia. E durante aqueles anos, ela só pôde contar com a ajuda de uma pessoa que confiava dentro da empresa. Dividindo as ações, cada um se manteve do seu lado, com uma barreira enorme, feita do metal mais pesado. Porque não tinha volta.
Ele tinha destruído nossa família.
Quando fiquei mais velho, comecei a tomar conta dos negócios, e hoje em dia, tinha minhas próprias criações fora as que ja era de minha mãe. Eu me desdobrava cuidando de tudo. Ela cuidava e, então, um gatilho bastou.

Naquela noite a escutei dizer todas as outras coisas rudes que ele disse quando veio a ver. Ouvi sobre como minha mãe se sentiu como a mulher deixada de anos atrás.

Eles não se viam há anos, não acontecia, mesmo que fosse meu pai. Porque ele não se importava comigo.

Ele era tão sádico a ponto de ter ido atrás dela somente para torturá-la?