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Marina Mendes

"Aê mari, cola na batalha hoje, por favor. to com saudade de ver seu sorriso por aqui"

soltei um sorriso tímido ao ler a mensagem do bob.
fazem 6 meses que eu não apareço nas batalhas. nunca deixei de assistir, só nunca mais compareci por vários problemas que eu passei.

o bob é como um pai pra mim, ele e minha mãe tiveram um caso quando eu era criança, mas mesmo depois de tantos anos do término, ele ainda é muito presente na minha vida e faz de tudo por mim. sou muito grata por tudo, principalmente agora que minha mãe faleceu, ele tem sido a melhor pessoa pra mim.

depois de ter recebido o convite dele, resolvi me arrumar e ir direto pra praça.
não tô aguentando mais ficar chorando em casa.

[...]

-oi papi -cumprimentei bob.
chamo ele de "papi" desde que me entendo por gente, é um jeito de mostrar minha consideração por ele.

-eai pingo, beleza? -me deu um abraço.
ele me chama de "pingo" desde que me conheceu, eu sempre fui muito pequena, por isso o apelido.

-cê tá bem? -perguntou no meu ouvido e eu concordei com a cabeça. não tenho muito pra onde fugir, preciso estar bem.

-to indo papi, não tá fácil, mas estar aqui já me ajuda  -respondi baixinho, já que não tinha quase ninguém na praça e não queria que os desconhecidos escutassem.

conforme os mcs iam chegando, eu os cumprimentava e alguns me consolavam da sua maneira.
eu conheço e sou amiga de todo mundo, mas tenho meus amigos mais íntimos, assim como em todo grupo.

[...]
a batalha começou já faz um tempinho, mas eu nem estou prestando atenção, na verdade.
minha cabeça tá longe, não consigo me concentrar em nada.

-marina! coé! -escuto uma voz muito conhecidoa e olho pra trás dando de cara com bmo,

-bernardo! -o abracei com força e ele me levantou no ar.
que saudade desse moleque... nós crescemos juntos, nossas mães eram bem amigas e nós acabamos virando também.
claro que como todo adolescente, nós fizemos merda, e tentamos nos envolver. eu perdi minha virgindade com ele, aos 16 anos, mas nunca fomos pra frente com isso, serviu pra mostrar que realmente somos só amigos.

-eu sinto muito pela tia cláudia mari, a mãe tá arrasada também -abaixou a cabeça, demonstrando um semblante triste.

-tudo bem bê, queria passar na casa da tia rosi pra dar um abraço, elas eram carne e osso né -dei de ombros.
eu tô afundada com a morte da minha mãe, é óbvio, mas odeio ver as pessoas na minha volta tristes também.

-podemos combinar, ela quer te ver também -me abraçou mais uma vez e beijou minha testa.

-cê voltou a rimar? -perguntei toda animada. eu amava ver ele rimar.

-voltei não mari, só vim ver os caras mesmo -fiz cara triste e ele riu de mim.
acho que ele nunca mais vai voltar a rimar, a vibe dele é outra agora.

-amo você bê, valeu -sorri sem mostrar os dentes.

-te amo maricota -bagunçou meu cabelo e foi até uns caras que tavam chamando ele.
fiquei sozinha ali e tava chatão já. resolvi ir até o bob.

-aê papi, tem câmera hoje? perguntei sorrindo e ele sorriu ao ouvir minha pergunta.

-tem sim, ali com os caras -apontou pra um grupo da produção do evento e eu fui pulando até eles.
pedi a câmera e fui até o palco. fiquei ao lado do bob, e comecei a tirar foto.

uma curiosidade sobre mim, é que eu sou apaixonada por fotos, é meu hobby favorito, com certeza. eu amo desde criança, mas quando comecei a trabalhar com internet, virou uma obrigação e uma diversão ao mesmo tempo, e eu adoro isso.

fotografei todas as batalhas da noite, e agora estamos na final.

apollo x jotapê.

a batalha começou só com rima de alta qualidade, com muita métrica e técnica. esses caras são foda, os melhores da cena atual, na minha opinião.

fotografei vários momentos foda, inclusive a reação do apollo ao saber que ganhou. e agora está isolado na liderança da aldeia.

[...]
a batalha acabou e  já não tinha mais público, só os mc's, bob, alva e eu.

-aê jota, aê apollo, venham ver as fotos da final -chamei eles e logo vieram correndo. cada um ficou de um lado enquanto eu passava as fotos direto no meu celular.

-pô, você amassou nessa -jota apontou pra foto em que ele deu um fatality absurdo, e estava de braços abertos com a plateia ovacionando ao fundo.

-é, ficou boa -apollo deu de ombros e eu revirei os olhos.
po, que moleque enjoado!

-larga de ser chato apollo -revirei os olhos cheia de ódio já.

-se você fizesse foto boa eu falava po -deu de ombros. que abusado!

-você é podre sabia? -encarei ele.

-você é beem mais -ele saiu andando e eu quis dar uma rasteira nele pra aprender, que cara chato!

-vou mandar no zap depois, quando postar me marca -pisquei um olho e fui devolver a câmera pro moço da produção.

-mari, vamo pra casa do alva? vai ter resenha agora -bob me puxou pra perto e me abraçou.

-a papi, não sei se eu to no clima sabe? -cruzei os braços.

-por favor pingo, vai ser legal, eu te levo pra casa mais cedo -quase implorou então eu aceitei.
tudo bem, eu preciso me dar uma chance, minha mãe não ia gostar nada de ver eu me privando.

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OI gente!! muito feliz de estar publicando minha primeira história aqui, espero que gostem, comentem e compartilhem!
prometo ser bem ativa por aqui!

Quem diria -Apollo McOnde histórias criam vida. Descubra agora