ANA FLÁVIA

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— Não se fale em outra coisa desse colégio além de: a transformação de Ana Flávia – ele ergue as mãos como se estivesse grifando a frase no ar.

Alvos atingindo com sucesso, acredita que pela primeira vez esbarraram e me pediram desculpas,  falando meu nome?

— Eles são uns abutres – desdenha Gustavo.  — Mas todos eles "descobriram" que você é linda só agora, porque te viram com umas roupinhas diferentes, eu já sabia disso, sem maquiagens ou com roupas chamativas. Você é linda. Sempre soube que é forte e corajosa também.

Ah, não faz isso...

— Sabia mesmo?– Pergunto como uma menininha.

— Eu sempre soube Ana Flávia– um brilho intenso aparece em seus olhos, mas ele foi rápido em disfarçar.

E isso me quebra pois essa mudança do Gustavo é algo que eu não com enteder, nem que ele me explique.

E é por isso que eu chego a conclusão de que não sou bonita para ele, que aquele lance quente que rolou entre nós foi apenas coisa da minha cabeça.

Não sou desejável nem mesmo depois de mudar tanto meu estilo, e me parte o coração ao perceber que no fim das contas, eu só queria chamar a atenção dele. Quis mudar para me vingar e para voltar a sentar no meu amigo bad boy.

Mudanças essas que me causaram grandes dores de cabeça e muitos números desconhecidos em meu wattsapp, como conseguiram? Eu não sei.

Gustavo,parece mais enfezado e sério que nunca. Sempre se afastando de mim, sempre me mostrando que não passo de uma amiga para ele, e as vezes nem isso.

Lucas parece um cachorrinho e não foi preciso muito para tê-lo atrás de mim. O que um par de roupas apertadas e uma maquiagem bem feita não fazem? Tê-lo na palma da minha mão é algo que realmente não esperava que fosse acontecer tão rápido.

Mas isso pouco me importa, sinceramente falando.

— Obrigada Gustavo – ele assente e encosta no armário — Você tem treino agora, não é?

Pergunto olhando para seu rosto bonito, ele tem um sinal na bochecha tão lindo, dá um certo charme à ele.

— Sim, já vai para casa? Eu te levo e volto à tempo para o treino.

E ele é tão fofo às vezes...

— Não, vou ficar para assistir, mas obrigado por se preocupar. – ele balança a cabeça outra vez.

— Está gostado basquete agora é?– seu tom debochado me faz sorrir.

Não. É que eu estou afim de ver uma bando de gostosões corerendo atrás de uma bola– digo rindo— É claro que eu quero ir ver você jogando, Gustavo Mioto.

— Só Gustavo! Quando você vai aprender?

— Nunca– mostro a língua e saio andando em sua frente.

Na verdade, enquanto eu passava no corredor, pude ouvir uma menina dizendo que se encontraria com Gustavo. Desde que ele se afastou de mim, ele tem dito que anda sem cabeça para beijos e sexo. Mas é mentira, eu sei que ele só diz isso, dessa maneira para não me magoar.

— Hummm, então vamos – os olhares dos poucos alunos ali no corredor me incomodam. Prefiro fingir que está tudo normal dentro de mim, e que eu não quero sair correndo daqui.

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Esse foi mais curtinho.

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Bjos Gabi

APRENDIZ/ MiotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora