Gustavo Mioto

461 29 10
                                    

— Vamos meninas, se aproximem isso está valendo nota! — Um burburinho de vozes misturadas começa e então o treinador assopra naquela porra de apito ensurdecedor. — Silêncio!

Ele pede enquanto segura uma prancheta e a enfia embaixo do braço.

— Como vocês já sabem, esse aqui é o nosso time de basquete — ele aponta para nós, que estamos um tipo de fila indiana, virados de frente para as turmas de meninas e meninos

— Hoje eles serão seus auxiliares... vão ensinar a vocês um pouquinho de cada coisa do nosso treino. Mas de uma maneira diferente. Cada um vai ensinar sobre o que deve fazer em sua posição e vocês, ali temos o time de vôlei e então o de futebol. Então vocês podem escolher em qual modalidade vão querer ficar. Antes, assinem aqui e então podem ir para seus respectivos jogadores.

Para minha função treino com bola é indispensável, reparo que todos os meus colegas de time já estão com sua turma e assim como os demais. Atravesso a quadra poliesportiva para ir até o cesto de bolas, verifico se a que eu escolhi está devidamente cheia e me viro para ir embora, quase caio ao me embolar nos cadarços das basqueteiras. 

Me abaixo e coloco a bola do meu lado, quando termino de amarrar o dito cujo vejo um par te de tênis adidas branco, que arrisco ser de tamanho trinta e cinco, a minha frente. Vagarosamente subo meu olhar e observo as pernas tonificadas e femininas, as panturrilhas, as coxas e um sinal na esquerda, que eu conheço muito bem, inclusive beijei essa pinta noite retrasada, o short vermelho do colégio, que é sempre usado nas aulas de educação física, apertando uma bunda enorme.

— An... Ana — gaguejo como um idiota, completamente estarrecido. Vejo o início daquela barriguinha lisa, a regata apertada foi amarrada erguida para exibir aquele umbigo lindo, vejo os contornos do seios, então chego em seu rosto.

— Oi Gustavo Mioto! — Ela me cumprimenta toda animada. Me ergo prontamente e temo por um milésimo de segundo, com medo de cair tonto no chão.

Ana Flávia está usando um brilho labial discreto, — me pergunto se o sabor dele é tão doce quanto o sabor dela —, o cabelo amarrado num rabo de cavalo, toda menininha, toda linda e gostosa.

Para onde essa garota está mandando minha sanidade?

Ela me chama com um dedo e eu me abaixo e recebo um beijo lento e molhado no conto da boca.

Arfo e engulo em seco. Ana sabe o que está fazendo, sei porque o sorrisinho malicioso que me dá me diz exatamente isso: que ela sabe o que está fazendo comigo.

— Você está linda, nanica — tento soar normalmente, mas minha voz me entrega.

— Obrigada Gustavo Mioto— seu sorriso não morre e eu tento me segurar para não armar a barraca na frente de todo mundo.

— Ei vocês dois! Já pra cá — berra o treinador Jensen.

— Vamos — Eu digo baixinho para Ana.

Tento ir na frente para que ela não note que eu cai em jogo, mas ela me chama.

— Gustavo Mioto? — Viro-me na sua direção e a vejo segurando a porcaria da bola que eu vim buscar. — Acho que isso é seu.

Pego a bola da mão de Ana e ela sai andando na minha frente, cada passo é um rebolado e cada rebolado é uma fisgada que vai direto para o meu pau.

Estou completamente hipnotizado por Ana Flávia.

A regata branca do uniforme quase não serve para esconder o top que ela está usando. Fico fodidamente excitado quando não noto nenhum resquício de marca da calcinha em seu shorts.

APRENDIZ/ MiotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora