Ana Flávia - Penúltimo

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Não sei qual foi o momento, em qual dia e nem como isso aconteceu mas eu estou apaixonada e não apaixonada do tipo "estou gostando muito dele" mas do tipo: apaixonada pra caramba por ele. Provavelmente estou no nível mão no queixo, olhos brilhantes, sorrisos bobos e muitos suspiros. Eu me apaixonei no primeiro quinto de segundo que o vi de verdade, desde que passei a tê-lo em minha vida, meu coração o escolheu... não só ele, meu corpo e minha alma o querem. Tenho a plena consciência do garoto incrível que também me escolheu.

Incrível em todos os aspectos. E é meu namorado, só meu.

Essa braços maravilhosos estão contraindo bem na minha frente enquanto ele força o grampeador tapeceiro que em nada nos ajudava. Anualmente tínhamos uma feira beneficente em pró de pessoas em situação de rua e crianças do orfanato, não era obrigatório participar, mas contava como os últimos pontinhos extras do ano e por isso sempre lotava de alunos. No nosso caso, pela briga que ocorreu entre Gustavo e os meninos, ele ainda estava pagando.

E eu ganhando por ver essa cena, obrigada meu Deus.

— Essa merda está emperrando a cada grampo que solta! — Ele esbraveja. — Se eu soubesse que teria mais consequências a pagar teria batido mais forte na cara daquele filho da puta.

Pisco meio débil assistindo sua tentativa de melhorar a ferramenta.

— Calma bebê, finja que está aqui só pelas criancinhas — Digo isso porque é exatamente o que estou fazendo... fingindo... porque na realidade estou aqui por esses músculos. — Continue tentando.

Deus abençoe sempre meu namorado.

— Bebê? Sério, Ana Flávia você tem uma mega capacidade em me surpreender com todos esses apelidos que coloca em mim. E nenhum fazem jus ao homem que sou. — Solto uma risadinha diante de sua careta e ele revira os olhos, do alto daquela escada que eu poderia muito bem derrubá-lo.

— Claro que faz, você é o meu bebê — provoco.

— Vai me dar de mamar?

Fico vermelha, não pela pergunta mas pelas imagens que rondam minha cabeça, visualizo sua boca tomando meus seios e fazendo exatamente o que ele acaba de falar. Preciso me beliscar para não puxá-lo para algum canto, apenas para resolver essa situação.

— Continue seu trabalho Gustavo Mioto, não me faça perder a compostura ou te jogo dessa escada.

— Você não me engana sua nanica safada, sei que me imaginou caindo de boca nesses peitinhos gostosos... agora minha boca encheu d'água.

Esfrego minhas coxas o fazendo sorrir com malícia.

— Pare! Volte a fazer seu dever.

— Meu dever é te fazer gozar... mas ok, vou voltar a brigar com merda de grampeador.

Gustavo força grampeador e finalmente prende o cartaz enorme que foi desenvolvido por alguns alunos, sem descer totalmente ele pula da escada e me agarra com firmeza em seus braços. Ele nem precisa de muito, vou de bom grado acariciando seu peitoral largo e quente, protegido pela tradicional camisa preta. Ganho beijos gostosos no pescoço, bochecha que vão se arrastando até minha orelha.

— Vamos sair hoje? — Fico molinha com sua voz tão rouca ao pé do meu ouvido. — Você está muito cheirosa, Ana... seu objetivo é me enlouquecer? Porque parabéns... você consegue todas as vezes.

Ouço suspiros e sei que não são só os meus, tem sido assim desde que nos assumimos... me olhando de cima Gustavo pressiona seus dedos em minha cintura fazendo-me abraçá-lo pelo pescoço.

APRENDIZ/ MiotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora