APRENDIZ/ Miotela

Ana Flávia

― "Só porque aceitou ir comigo para o baile Ana, eu sou um homem feliz!" ― Gustavo ri amargamente amassando outro cartão. ― Não é nem como se ele fosse digno disso... ― sussurrou ele.

Ele fulmina aquele papel com os olhos e naquele momento se ele tivesse o poder do Visão ou até mesmo da minha querida Wanda, eu tenho certeza que o cartãozinho teria sido incinerado.

― Parece que ele sofreu algum tipo de amnésia... Mas eu já nem me importo mais ― desdenho falsamente. ― E assim como você quero dar um fim em tudo isso. Na verdade estou ansiosa pelo fim de toda essa história.

Gustavo assente e fica com o olhar vago, o silêncio ali naquele refeitório era algo impossível de se ouvir nos intervalos. Mas eu conseguia escutar os pensamentos de Gustavo sem ao menos ter superpoderes para isso. Ele imaginava os dois lados da história e pela maneira que a veia em seu pescoço saltou eu tive a certeza que era mesmo isso.

― Você tem a noção de que Lucas pode armar uma pra cima de você? ― Tão previsível.

― Sim, mas ele já me destruiu Gustavo, não tem mais com o que acabar... agora é a minha vez.

― Sempre há como machucar o que está machucado. E não Ana Flávia, apenas você tem o direito de fazer isso com você mesma. Os outros são apenas pedra no seu caminho. Pode até ser que te façam sofrer, mas te destruir? Nunca. E as pedras que aparecem você chuta para longe.

Como ele consegue ser assim?

Gustavo é tão frio diante de tantas coisas difíceis, muitas vezes superior que todas as pessoas.

Eu não sei se um dia irei conseguir ter tanta intensidade como Gustavo, talvez não como ele mas pelo menos parecida, é difícil e muitas vezes é cruel. Gustavo tem um jeito duro de encarar a vida, um jeito de ignorar os sentimentos e as pessoas, fingir que elas não existem... ainda não consigo distinguir isso como bom ou ruim.

― Tá afim de ser uma bad girl por uns minutos? ― saio dos meus pensamentos e volto minha atenção para ele. ― Chega mais perto gatinha.

Vejo um sorriso brincando em seus lábios e um brilho sedutor aparecer naqueles olhos bonitos.

Mesmo sem entender me aproximo mais dele, Gustavo sorri minimamente e coloca minha perna em cima de sua coxa. Meus olhos se arregalam quando sua mão enlaça minha cintura, meu rosto está bem próximo ao seu enquanto sua mão acaricia a parte interna da minha coxa.

― O que você está fazendo seu doido? ― Pergunto baixinho.

― Vamos cometer uma loucura Ana Flávia, você me disse que adora o meu lado bad boy e isso também é pra você nunca esquecer... que eu sou melhor que ele.

Olho em seus olhos e noto uma... insegurança?

― Mas por que isso agora? ― Ele me cala com um beijo calmo, lento e saboroso que me deixou arfando. ― G...Gustavo?

Não preciso de prova nenhuma para isso, porque você Gustavo Mioto, é melhor que qualquer um deles.

Ele me abraça de lado me fazendo ficar com o corpo ainda mais colado ao dele aproximando sua boca ao meu ouvido.

― Shh, acha que consegue ficar quietinha? ― Meus olhos só faltam sair de suas órbitas quando a mão de Gustavo acaricia meu ventre, seu mindinho roça o cós da minha saia e em um fôlego sua mão adentra em minha calcinha. ― Mas que porra Ana, você já está molhadinha pra mim.

Claro, como não ficar com você do meu lado garoto?

Os alunos estavam conversando entre si, absortos de nosso momento quente e isso tudo se tornava mais excitante, quando na verdade era para eu estar assustada com tudo o que ele estava causando em mim, não gostando. Eu quase gritei quando um dedo foi penetrado em mim e graças aos lábios de Gustavo, a escola toda não me viu sofrendo um baita espasmo ao gemer alto.