Gustavo Mioto

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Observo Ana fugindo de mim como o diabo foge da cruz... em uma fração de segundos ela literalmente saiu de uma névoa orgástica, para uma de nervosismo e pavor e então saiu correndo. Eu vi quando suas íris dilataram e vi também pela maneira que ela se afastou, foi mais que perceptível para me fazer entender que: ou eu fiz algo errado ou com certeza fiz algo errado.

Empurro meu cabelo para trás, sentindo o cheiro dela em meus dedos, bufo me sentindo frustrado e confuso.

Me levanto para ir atrás dela e acabo cambaleando para trás quando me bato de frente com alguém, que surgiu do nada.

— Vamos ter uma conversinha Mioto. — endireito minha postura quando percebo quem é e olho para baixo, encarando o Collins.

— Cara você sabe que eu não sou gay, certo? — Pergunto a ele com desdém.

— É o que? — sua voz sai rápida e soa de maneira estridente.

— Você não sai da minha aba, estou começando a achar que você está afim de mim — dou uma risada sarcástica para ele e o mesmo suspira pesadamente.

— Sem gracinhas Mioto.

— O que você quer Collins? — indago.

Eu não lembrava que ele era tão baixo.

— Vou ser bem direto com você.

— Sim, por favor não aguento ficar com a cabeça abaixada assim. — debocho e ele manda eu me foder me fazendo rir.

Só me curvo para uma pessoa sem reclamar.

— Depois desse baile, quero você longe da Ana Flávia, sua fase de ser amiguinho dela já passou e isso me saturou há tempos!

Dou uma risada alta e muito sarcástica.

— Quem você pensa que é Collins? O pai dela? Você não é nada para a Ana, nada! Você teve a sua chance e ela se entregou a você de corpo e alma e o que você fez? Jogou tudo isso no lixo!

— Vai se foder Mioto! Você não sabe do que está falando — ele rosna entredentes como se aquilo fosse me assustar.

Cão que ladra não morde... ele me lembra um pinsher.

— Vai você. Agora, saia do mundo da lua seu doente, a Ana Flávia não quer nem saber de você e se ela aceitou esse convite de ir para o baile contigo é porque a Ana sabe que você é um miserável e boa como é, aceitou ir por pura pena. — Vi seus olhos vacilarem e seus lábios tremerem antes dele se recompor e voltar a sua pose de durão.

Coitado.

— Você acha que é melhor do que eu, não é?

— Não, eu tenho certeza. — afirmo. — Agora... tchau preciso ir.

Saio de sua frente enquanto ele continua murmurando coisas atrás de mim. Mas que sujeitinho mais chato, viu?!

— Pode foder com ela a vontade Mioto, porque no fim das contas é comigo que ela vai ficar! Você a protege agora se fazendo de bom moço, mas no fim quer o mesmo que eu: foder a boceta apertada de Ana Flávia. E ela é tão podre quanto eu, sabe por que? Porquê ela se sujeitou a perder a virgindade comigo, adorou ser fodida por mim... ela tem uma boca macia não é? Parece um veludo... — Collins berra e eu paro de andar, respiro fundo diversas vezes me sentindo de saco entupido de ouvir ele falar mal da menina mais incrível, gentil e maravilhosa que eu já conheci, ele jamais mereceu ter a Ana Flávia e foi por esse motivo e por outros milhares que me virei com tudo, acertando um soco bem no meio do nariz arrebitado daquele idiota, ouço o barulho dos ossos dele estalando contra meu punho e me sinto deliciado com aquilo, Collins se ergue com o sangue jorrando pelo nariz, ele tenta revidar e eu dou-lhe outro soco no olho.

Como isso é bom, cara.

— VOCÊ LAVA A SUA BOCA PARA SEQUER PRONUNCIAR O NOME DELA! — Algumas pessoas que ainda estavam ali assistiam aquilo assustadas. — Você ainda tem sorte que a Ana deixa você se aproximar dela. — cuspo vendo o nariz daquele babaca jorrando sangue cada vez mais. — Ouse cruzar meu caminho outra vez e eu juro, eu juro Collins que vou acabar com a sua vida!

— Você me paga por isso Mioto.

— Estarei ansioso esperando por esse momento, — largo-o e saio andando apressadamente.

Preciso fumar.

  •••

Apago o terceiro cigarro seguido, assoprando a fumaça para longe, com a cabeça cheia e a raiva fulminado o meu peito eu me sentia cada vez mais irritado por não ter batido mais em Collins. Provavelmente meu coração estava mais negro que a noite que banhava o céu nesse momento. Fiquei vagando pela rua, dirigindo em alta velocidade em busca de paz para não voltar e acabar com tudo. Ver a maneira nojenta que o Collins se referia a Ana me deixava doido de raiva, cego na verdade.

O baile acontecerá em dois dias, um martírio na verdade, o sorriso arrogante dele está em meus pensamentos, consigo visualizar Ana Flávia em seus braços e ele me encarando de longe, levando-a para algum canto e fazendo-a sofrer outra vez.

Balanço minha cabeça apagando essas coisas da minha mente e acabo acendendo outro cigarro na mesma hora que meu celular apita, tiro-o de meu bolso e abro as mensagens.

A: Ei, você está bem?

A: Você sumiu, ouvi pelos corredores que você quebrou o nariz perfeito do Lucas. Espero que tenha quebrado MESMO!

Dou uma risada baixa enquanto dou a partida no carro indo em direção ao meu rumo e em poucos minutos estou de frente a casa dos Castelas... em busca do meu refúgio.

Eu: Será que você pode me receber agora? Ou seria demais para sua mãe?

A: você está aqui?

Eu: sim, quero te ver antes que você fique intoxicada por Lucas. O baile já é praticamente amanhã, já que são quase duas da madrugada, infelizmente.

Ela demora para me responder e eu recosto minha cabeça no volante e foi nesse momento que eu quase caí do banco do carro, quando alguém deu duas batidas no vidro no carro. Arregalados, era pouco para definir o estado dos meus olhos, virei para lado vendo que a minha baixinha preferida está a rindo e muito da minha cara, abaixo os vidros fazendo minha melhor cara de puto.

— Pra um bad boy você está muito assustado, não? — Ana continuou rindo e eu tentava respirar outra vez.

— Porra Ana Flávia, minha alma quase saiu do corpo agora, isso não se faz cara. — Ela volta a gargalhar e eu abro a porta do carro dando a volta para ficar de frente a ela.

— Me intoxicar, hum? — Ela pergunta divertida, pressionando um dedo no meu abdômen.

— É... eu não tenho ideia do que você vai aprontar, tão pouco menos do que ele vai aprontar. Então, tenho que aproveitar independente do resultado.

— Não precisa se preocupar com nada Gustavo... vem, vamos subir.

Ela se vira para ir entrar em casa e eu a puxo pela mão fazendo-a se virar para mim.

— Calma... — Sussurro, seu nariz enruga e eu fico com vergonha na mesma hora.

— Você fumou de novo não é?

— Um ou dois cigarros, nada demais... Por que? Estou com mal cheiro? — Pergunto, com medo de ser rejeitado.

— É uma mistura de canela, perfume e fumaça... não chega a ser tão ruim, mas também não é bom. Meus pais não estão em casa, foram viajar e voltam há tempo de me ver vestida para o baile. Vamos logo, aqui fora está frio.

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Hoje vai ser bem corrido pra mim.

Vou tentar postar um a noite.

Está chegando na reta final, mas já tenho outras histórias. Só estou em dúvida qual postarei aqui.

Mais pra frente eu pergunto pra vcs!!!

Um ótimo sábado pra vcs!

Bjos Gabi

APRENDIZ/ MiotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora